segunda-feira, 27 de abril de 2015

Apple, Inc. (AAPL: Nasdaq GS): Análise Fundamental e antevisão dos resultados


Os benfiquistas e os portistas sofreram com o dérbi de hoje... eu e muitos outros investidores de todo o mundo vamos sofrer amanhã à espera da divulgação dos resultados da Apple, Inc. (AAPL: Nasdaq Global Select). O caso não é para menos: sendo a empresa com a maior capitalização bolsista mundo, a AAPL faz mexer os mercados como nenhuma outra acção consegue. Vale por isso a pena olhar para os rácios fundamentais da empresa, no sentido de tentarmos determinar as tendências de longo prazo. Quanto à Análise Técnica, o Sr. Brian Shannon já disse tudo o que havia para dizer no vídeo do postal anterior.


1. Lucro por acção (Earnings per share - EPS):

O EPS anual da AAPL tem vindo a crescer ao longo dos anos, mesmo durante o período correspondente à Crise Financeira de 2007-2009. Na tabela acima pode ver-se que, para o período entre 2005 e 2014, só o ano de 2013 foi a excepção.

Já em termos trimestrais, a tendência crescente é menos clara, havendo oscilações consideráveis de trimestre para trimestre (ou quarter, como designam os ianques). Por exemplo, depois de um bom 4º trimestre (Q4) em 2012, o EPS trimestral diminui consideravelmente nos nove meses subsequentes, só voltando a recuperar um ano depois (Q4 2013). Aliás, o EPS da Apple parece diminuir nos primeiros dois trimestres do ano e aumentar nos dois segundos. O quarto trimestre parece ser o mais positivo, o que talvez se explique pela ocorrência do Natal.

A previsão para amanhã não foge à regra, com a Thomson Reuters a vaticinar um EPS de $2.16.


2. Resultados líquidos (Revenue):



À semelhança do EPS, as receitas da Apple têm crescido ao longo dos anos e o trimestre anterior bateu todos os recordes (75 599 milhões de dólares). A previsão para amanhã é de $56,1 mil milhões de dólares, abaixo do trimestre anterior, mas bem acima do que é normal para o a época do ano.


3. Rentabilidade dos Capitais Próprios (Return on Equity - ROE):

A rentabilidade dos capitais próprios é obtida dividindo o valor dos Resultados Líquidos (RL) pelo valor da Situação Líquida (SL). Isto significa que o ROE traduz a capacidade e eficácia de remuneração dos capitais investidos pelos donos da empresa.
O ROE é o rácio fundamental favorito de Warren Buffett -porque mede a capacidade de gerar lucros por parte da empresa. Neste momento, o ROE da Apple recomenda alguma prudência. Em termos anuais, a acção teve uma grande quebra entre 2012 e 2013. E, em 2014, practicamente não tinha recuperado nada. Já o ROE trimestral da Apple explodiu no trimestre anterior, mas isso não significa nada para amanhã. O passado é o passado, e só importa olhar para ele em termos de tendências multi-anuais.


4. Rentabilidade dos Activos (Return on Assets - ROA):

Como o ROE pode ser muito influenciado pelo efeito de alavancagem decorrente do endividamento da empresa, (i.e. pela utilização de capitais alheios por parte da empresa), é necessário olhar também para a Rentabilidade dos Activos (ROA). Este rácio é obtido dividindo o valor dos Resultados Operacionais (RO) pelo valor do Activo Total (AT) e dá-nos a informação sobre a capacidade que os activos da empresa têm de gerar resultados. Afinal, é para isso mesmo que servem: máquinas, equipamento produtivo, inventários, equipamento administrativo, entre outros, têm de ser capazes de gerar resultados.


Também aqui é bem visível uma clara descontinuidade nos dados anuais (2012-2013). Mas talvez ainda mais digno de registo seja o facto de o aumento do ROA no quarto trimestre (Q4) de 2014 ser bastante menos impressionante que o aumento do ROE no mesmo período.

Em suma, seria desejável para os accionistas da Apple e para os mercados americanos de uma forma geral que as previsões de amanhã se confirmassem, porque isso significaria que os bons resultados do quarto trimestre de 2014 não foram um caso isolado mas sim uma tendência que veio para ficar, impulsionando a acção para novos máximos. Resta-nos aguardar pacientemente e ver o que acontece depois do fecho de mercado.

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