segunda-feira, 26 de março de 2018

Parece que hoje vamos ter um grande ressalto! 😀


     Mas nada de ficarmos eufóricos... um ressalto que se segue a quedas acentuadas não significa automaticamente o retomar da tendência primária! Ainda pode acontecer algo deste género:



E, se tal acontecer, convém termos bem presente este tuíte do Sr. Shannon:


domingo, 25 de março de 2018

Ainda sobre o presente momento nos mercados


     Ao reler a posta anterior, não pude deixar de reparar que me esqueci de mencionar o mais importante de tudo, que é a tendência dominante a muito longo prazo (anos) - aquela que é realmente importante seguirmos. Ora, houve alguém que partilhou este gráfico multianual do $SPX na conta do Twitter do Sr. Ciovacco e vem mesmo a calhar para o que eu quero mostrar. Nele não vemos o $SPX em concreto, mas sim as suas médias móveis simples a 50 e a 200 dias.

No gráfico, podemos ver que quando a mms(50) cruza a mms(200) de cima para baixo (death cross) a probabilidade de estarmos a entrar num novo um Bear Market aumenta. Mas -e atenção que é este é mesmo um grande mas- o death cross pode dar sinais falsos e, nesse caso, a tendência é que ocorram subidas de cotação rápidas (setas azuis no gráfico). Ou como o Sr. Shannon costuma dizer: "quando um breakout falha, tende a ocorrer um movimento rápido na direcção oposta".

Notem bem, quando eu digo 'sinais falsos', estou a incluir de situações que não estão claramente mencionadas no gráfico, em particular a correcção multimensal de 2015-2016. Reparem que, quando a mms(50) cruzou a mms(200) de cima para baixo em Setembro de 2015, a mms(200) já tinha um declive negativo. Mais: a mms(50) voltou a cruzar a mms(200) de cima para baixo em Janeiro de 2016 e, uma vez mais, a mms(200) tinha declive negativo. Ou seja, entre Agosto de 2015 e Março de 2016, tivemos dois sinais falsos seguidos! Isto é um evento muito raro a que o Sr. Ciovacco chamou "nimble barge" (a barcaça ágil), mas que, no passado, precedeu a grandes subidas nas cotações.




Porque é que isto é importante? Por dois motivos: (1) no presente momento, 23-Março, a mms(50) nem sequer está perto da mms(200), pelo que é ridículo falar num novo Bear Market; (2) porque, caso a mms(50) venha a cruzar a mms(200), será preciso esperar algumas semanas para ver se a cotação recupera ou não antes de deitarmos definitivamente a toalha ao chão. E é aí que entra o gráfico do Sr. Ciovacco que vos mostrei na posta anterior:





A quebra do rectângulo de consolidação que se pode ver acima não deve ser tomada como um indicador definitivo do fim do Bull Market, mas sim como um primeiro sinal de alarme de que o Bear Market poderá estar a chegar. O fim definitivo do Bull Market só virá com a quebra do rectângulo seguida de novos máximos e novos mínimos consecutivamente mais baixos. Ou, como eu disse na posta anterior, se o $SPX quebrar e rectângulo e não mais conseguir regressar ao seu interior de uma forma sustentada nas semanas a seguir à quebra.

O importante aqui é não cairmos no erro de fechar todas as nossas posições longas de uma forma intempestiva (a não ser que sejam posições recentes, com apenas algumas semanas ou alguns meses), mas indo-as fechando à medida que o mercado dá sinais continuados de fraqueza, abrindo gradualmente posições defensivas. Repito que o viés de longo prazo ainda é bullish, mesmo depois de todas estas quedas. Por isso, cuidadinho com os profetas da desgraça porque, como bem escreveu o Dr. Braga de Matos no seu "Ganhar em Bolsa", «apostar contra a tendência primária é como mijar contra o vento». E olhem que nestas coisas dos mercados, o mijo é bem ácido, caros leitores!...

sábado, 24 de março de 2018

Ponto da situação (2018/03/23) - via SPY


     Como eu tinha temido na última posta, os mercados bolsistas mundiais voltaram a cair. A situação foi particularmente feia no sector financeiro, mas o resto dos sectores de mercado não ficou muito atrás em matéria de desvalorização. No caso do S&P 500, por exemplo, o SPY fechou a semana muito perto do mínimo de Fevereiro e, pior do que isso, abaixo da média móvel simples a 200 dias:


Observe-se ainda que a média móvel simples a 50 dias já inverteu a sua trajectória ascendente, estando agora com um declive negativo. O MACD e o RSI, apesar de estendidos, ainda sugerem que as quedas poderão continuar na próxima seguinte.

Olhando agora para o gráfico intradiário do SPY (velas de 30 minutos), verificamos um aumento significativo da volatilidade desde o máximo de 26 de Janeiro, tendo a média móvel simples a 5 dias um declive claramente descendente:


Como seria de esperar, o SPY fechou abaixo das médias móveis ponderadas por volume que temos seguido nas últimas postas (VWAP YTD, VWAP 26-JAN e VWAP 9-Fev). Tive de fazer este gráfico no MS-Excel porque a minha plataforma de negociação não me permite criar VWAPs ancoradas:


Perante este cenário, urge perguntar: o que podemos esperar para a próxima semana? Em primeiro lugar, é necessário termos bem presente que este género de comportamento dos mercados é normal durante os Bull Markets. E nem sequer é preciso recuarmos muito tempo para vermos algo do género num passado recente, neste mesmo Bull Market. Entre Agosto de 2015 e Março de 2016, o S&P 500 fez isto, que foi (até ver) bem mais feio do que aquilo que estamos a ver agora:


Há duas formas aceitáveis de lidar com este género de situações: (1) não fazer nada até que o S&P desça abaixo de um nível considerado como limite aceitável para as perdas e, nessa altura, encerrar as posições, ficando depois à espera que a bolsa volte a dar sinais de força ascendente; e (2) definir patamares graduais para encerramento de posições activas e abertura de posições defensivas.

Em relação à primeira estratégia -que é aquela que se recomenda ao público em geral e às pessoas sem experiência de bolsa-, o Sr. Ciovacco partilhou connosco, no seu comentário em vídeo semanal, este gráfico que nos mostra como podemos definir o tal valor limite para as perdas:


Ou seja, pegamos no mínimo registado desde o início das quedas (9-Fev) e no máximo observado durante o mesmo período (13-Mar) e traçamos um rectângulo de consolidação como aquele que se pode ver na imagem acima. Note-se que o rectângulo é apenas indicativo, pelo que o $SPX pode descer um pouco abaixo do valor registado (2532). No entanto, quanto mais tempo o $SPX se mantiver abaixo do rectângulo, maior será a probabilidade de que não consiga recuperar. Por isso, se o índice cair e não recuperar durante várias semanas, será altura de deitar a toalha ao chão.

A segunda estratégia -que é aquela que eu adopto nestas ocasiões mas que é muito mais arriscada- é não ficar impotentemente à espera que o $SPX desça até ao fundo da caixa, mas ir abrindo posições curtas à medida que o índice vai desvalorizando. Fiz isso esta quinta-feira, quando o $SPX desceu abaixo do mínimo de 2-Mar, aumentei a posição na sexta-feira e tenciono aumentá-la novamente caso o rectângulo seja quebrado. Mas atenção que o $SPX pode tocar no fundo do rectângulo e voltar rapidamente para cima, pelo que recomendo muito cuidado a quem decida fazer o mesmo!

Para terminar, vamos olhar para um gráfico semanal do SPY, partilhado pelo Sr. Harmon:


Como se pode ver acima, o RSI semanal do SPY só entrou agora na zona bearish (<50%), pelo que ainda há muito espaço para mais quedas, facto que é corroborado pela distância da última vela à Banda de Bollinger inferior e pelo aumento do histograma do MACD. Resumindo e concluindo, vai ser preciso termos muita paciência nas próximas sessões... e, acima de tudo, um plano para todas as possibilidades: ressaltos, mais quedas, e quedas seguidas de ressaltos!

sexta-feira, 2 de março de 2018

Actualização do três gráficos de ontem (Brian Shannon)


     O S&P 500 (SPY) fechou mesmo em cima da média de preços ponderada por volume (volume weighted average price - VWAP) traçada desde o mínimo de 5-Fev. Notar que a VWAP desde o mínimo de 9-Fev já está acima do preço. O Nasdaq (QQQ) está bastante melhor, embora também aqui o preço tenha fechado mesmo em cima da VWAP desde 5-Fev. O Russell 2000 (IWM), porém,  continua muito feio, estando abaixo de todas as VWAPs representadas: YTD, 26-Jan, 5-Fev e 9-Fev.

Moral da história? É preciso aguardar pacientemente para ver o que acontece na sessão de hoje. Infelizmente, parecer estar a desenhar-se uma correcção mais profunda dos índices bolsistas e podemos mesmo vir a ter uma situação semelhante àquela que vivemos em finais de 2015 e princípios de 2016.


quinta-feira, 1 de março de 2018

Mais três gráficos do Brian Shannon


     Aqui fica a situação actual (2018/02/28) no S&P 500 (SPY), no Nasdaq 100 (QQQ) e no Russell 2000 (IWM). Não vou mentir, a situação está feia, sobretudo no caso do IWM, que fechou ontem abaixo da VWAP traçada desde o mínimo de 9-Fev. Conforme referi na posta abaixo, a situação a curto e médio prazo piorou bastante desde que o novo presidente da FED sugeriu que poderá haver quatro subidas das taxas de juro este ano. Espero estar enganado, mas receio bem que tenhamos mais quedas nos próximos dias, ou até semanas... um novo teste do mínimo de 9-Fev é uma forte possibilidade neste momento.


Parece que vamos ter mais tempos difíceis...


    Depois de o novo presidente da Reserva Federal, Jerónimo Powell, ter sugerido na passada segunda-feira que poderá haver quatro subidas das taxas de juro este ano (em vez das esperadas três), os principais índices bolsistas norte-americanos voltaram a cair. A longo prazo, tudo permanece na mesma (viés bullish) mas, a curto e médio prazo (próximos dias e semanas), a recente quebra da média móvel simples a cinco dias no gráfico do SPY aponta para mais quedas:





Confesso que estou bastante desiludido com este desenvolvimento, porque até sexta-feira passada os índices estavam bem lançados para fazer novos máximos. Agora é bem possível que o mínimo de 9 de Fevereiro seja novamente testado. Ou talvez não:


Como se pode ver neste segundo gráfico do Brian Shannon (feito antes do fecho da sessão de ontem, o SPY continuou a cair até aos $271,65) a média de preços ponderada por volume (volume weighted average price -VWAP) traçada desde o início do ano (YTD) já foi quebrada. Ainda assim, o SPY fechou acima da VWAP traçada desde o máximo histórico de 26-Jan. E abaixo desta temos ainda a VWAP desde o mínimo de 9-Fev. É possível que uma delas empurre o SPY novamente para cima. Infelizmente, não estou muito confiante de que isso aconteça. O momento ascensional parece ter-se esgotado, pelo menos temporariamente...