terça-feira, 22 de dezembro de 2015

S&P 500 ($SPX e SPY), diário e intradiário


     Quem olhasse para a vela japonesa formada hoje no SPY sem considerar mais nada, diria que tivémos uma sessão interessante. O fundo transaccionável que mais bem replica o S&P 500 ETF reagiu muito bem à zona de suporte entre os $197,5 e os $200 (a verde no gráfico) e formou aquilo que muito considerariam ser um "Martelo", um vela que indica o fim das quedas recentes e o início de novas subidas a curto/médio prazo.



Mas este é o grande problema de olhar apenas para os ETFs que replicam os índices. Vejam só o que aconteceu no verdadeiro índice, o $SPX:



Para aqueles que eventualmente não tenham percebido o que eu quero salientar, dou-vos mais uma pista: a duração da sessão de hoje teve a duração habitual, seis horas e meia. Não foi uma sessão mais curta do que o habitual, ao contrário da sessão de 27 de Novemebro, em que o mercado só esteve aberto durante a manhã. Então? Já perceberam? É isso mesmo: o volume transaccionado praticamente desapareceu!

Mas há mais: olhe-se para o gráfico intradiário do SPY (30 em 30 minutos) e facilmente se concluirá que o viés de curto/médio prazo continua fortemente negativo. A média móvel simples a 5 dias continua com um declive descendente. E até à zona de resistência crítica, entre os $210 e os $211, ainda há um longo caminho a percorrer!


Moral da história? Conforme tenho dito recentemente, o melhor é continuarmos bem quietinhos e esperarmos pacientemente que o preço saia daquela zona amarela.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

S&P 500: a análise semanal de Greg Harmon (11)


Esta análise de Greg Harmon que traduzi de forma aproximada e vos apresento a seguir é relativa à semana entre Segunda-feira, 14  e Sexta-feira, 18 de Dezembro de 2015. As percentagens de ganho/perda apresentadas dizem respeito a toda a semana. A previsão final é para a próxima semana de 21 a 25 de Dezembro de 2015.

«A semana desenrolou-se com o preço do ouro [$XAU, GDX, GLD] a continuar a descer  [$XAU -6,05%, GDX -5,18%, GLD -1,04%]. Embora o West Texas Intermediate [$WTIC] tenha fechado positivo [$WTIC +1,33%], os ETF que seguem o preço do petróleo [USO, USL, OIL] terminaram a semana em queda [USO -3,70%, USL -3,54%, OIL -4,38%].  

Já o dólar americano [$USD, UUP] subiu ligeiramente [$USD +1,21%, UUP +1,10%], enquanto as obrigações do tesouro americano a 20+ anos [TLT] rejeitaram os mínimos do início da semana [TLT -0,43%] e estão praticamente inalteradas em termos anuais.

O compósito de Xangai [$SSEC, ASHR, PEK] encontrou suporte e ressaltou [$SSEC +4,20%, ASHR +6,70%, PEK +5,35%]assim como os mercados emergentes [EEM +3,49%].

A volatilidade [$VIX, VXX] começou a semana nas alutras e desceu um pouco, mas ainda está elevada [$VIX -15,13%, VXX -6,65%].

[N.B. Aqui fica também o gráfico semanal; repare-se nos cruzamentos que, no PPO antecedem, os mínimos de Outubro de 2014 e Agosto de 2015]



O fundos transaccionáveis (exchange-traded funds, ETF) que seguem os principais índices começaram a semana bem, mas acabaram por cair nas sessões de quinta-feira e de sexta-feira. O SPY, o IWM e o QQQ terminaram a semana negativos. 

O que é que isto significa para a próxima semana? Vamos olhar para os gráficos do SPY, começando pelo diário:


O SPY começou a semana com uma vela de reversão em Martelo ("Hammer"), levando o preço de volta à Banda de Bollinger infeiror. O Martelo foi confirmado na terça-feira, mas com uma "spinning top" [N.B. eu por acaso discordo, acho que é uma "long-legged doji"], indicando indecisão. Mas tudo parecia correr pelo melhor quando, na quarta-feira, o índice voltou a deslocar-se para cima. Mas a "bearish Marubozu" de quinta-feira acabou com as boas notícias e o "gap" para baixo na sexta-feira deu origem a outra "bearish Marubozu", com o preço a fechar bem abaixo da Banda de Bollinger inferior, próximo do mínimo da semana, practicamente nos $200.

Esta acção de preços poderá levar a um ressalto no início da próxima semana, mas a tendência geral parece ser descendente. O RSI está em queda e em plena zona "bearish", enquanto o MACD continua a afundar com as médias móveis exponenciais já em território negativo, o que sugere mais quedas nas próximas sessões.

Também o gráfico semanal do SPY aponta nesse sentido, com o preço a retroceder até á média móvel a 100 semanas:

 O volume voltou a subir durante as quedas e ambos RSI e MACD estão a cair. Há suporte entre os $200 e os $199, seguido pelos $197 e os $195. Já as resistências vêm aos $202 e aos $204,6, seguidas pelos $206,6.


Previsão geral para a próxima semana: continuação do movimento descendente.

sábado, 19 de dezembro de 2015

Mercados americanos: a análise semanal de Brian Shannon (54)


   Eu não dizia? Enquanto o SPY não superasse convincentemente a zona de resistência entre os $210 e os $211, o mais provável seria regressarmos às quedas! E elas aí estão, certinhas como a chuva! Há quem diga que a Análise Técnica "não passa de astrologia financeira" (gente imbecil, evidentemente)... mas, ao longo dos anos, eu aprendi -por vezes à custa de perdas financeiras- que uma resistência multimensal num índice bolsista é uma barreira que exige o máximo respeito, seja em que mercado for!

   O ponto da situação é o seguinte: em termos anuais (year-to-date, YTD) e com a honrosa excepção do Nasdaq 100 [QQQ +6,37% YTD], todos os principais índices americanos estão em território negativo! Aqui ficam os números: S&P 500 [SPY -2,69% YTD], Russell 2000 [IWM -6,80% YTD], Dow Jones Industrial Average [DIA -3,87% YTD], Sector Imobiliário  [IYR -3,18% YTD], Sector dos Transportes [IYT -19,33% YTD], Sector Financeiro [XLF -5,78% YTD] Ouro [GLD -10,16% YTD], Petróleo [USO -47,54% YTD], Sector Energético [XLE, -25,73% YTD].

  Vamos ouvir o que o grande Brian Shannon, o melhor analista técnico presentemente no YouTube, pensa acerca disto:



  • Pontos-chave do vídeo do Sr. Shannon:
Modo actual: bearish (descendente); tudo indica que vamos ter uma correcção nas próximas sessões.

[00m36s]: o S&P 500 (SPY) desceu novamente até à zona dos $200, onde se encontra presentemente a  Média de Preços Ponderada por Volume (Volume Weighted Average Price -VWAP), medida desde os mínimos de 24 de Agosto. O Sr. Shannon é peremptório: «neste momento, temos que olhar para o S&P 500 como culpado até que demonstre ser inocente»! Com efeito, o SPY está debaixo da sua média móvel a cinco dias que, ainda por cima, tem um declive fortemente descendente. no gráfico abaixo, o Sr. Shannon faz um cálculo dos níveis de Fibonacci a partir do mínimo de Agosto e do máximo de Outubro, no qual se pode ver que já descemos até aos 38,2% e, caso desçamos até aos 50%, ficaremos ligeiramente abaixo dos $180.

O Sr. Shannon acha que o SPY precisa de regressar à zona entre os $202 e os $204 o mais depressa possível, sob pena de virmos a ter uma forte correcção no início de 2016. Eu estou igualmente pessimista.

[04m24s]: o Nasdaq 100 (QQQ) desceu até à sua Média de Preços Ponderada por Volume (desde o mínimo de Setembro), mas dificilmente ficará por aí, uma vez que a Média de Preços Ponderada por Volume (desde o mínimo de Agosto) se encontra bastante abaixo, nos $107,43.

[05m46s]: o Russell 2000 (IWM) é o índice que, presentemente, mais preocupa o Sr. Shannon. O índice tem mostrado grande fraqueza relativa nas últimas semanas e não conseguiu acompanhar os outros índices na recuperação das quedas de Agosto. O Sr. Shannon acha que o nível de preço mais importante para a próxima semana se situa nos $115, por ter um enorme potencial para se constituir como resistência.

[08m02s]: os semicondutores (SMH) estão a aguentar bem melhor do que seria de esperar tendo em conta a correcção brutal que tiveram entre Maio e Agosto. É preciso enfatizar no entanto que este sector se encontra, à semelhança de praticamente todo o mercado, em modo de correcção. O Sr. Shannon acha que o nível de suporte a vigir se encontra na casa dos $53.

[08m39s]: as biotecnológicas (IBB) são dos pouco títulos que ainda se encontram acima da sua média móvel a cinco dias. Nos últimos dois meses, este fundo transaccionável (exchange-traded fund, ETF) tem andado a oscilar entre os $320 e os $340. Como o preço do IBB se encontra presentemente a meio desse intervalo, o Sr. Shannon diz-se "neutral" em relação às biotecnológicas. Já eu, estou pessimista, sobretudo a longo prazo (semanas).

[10m35s]: a Apple, inc. (AAPL: Nasdaq GS) está negativa em termos anuais [AAPL -3,94% YTD]. A esse propósito, o Sr. Shannon salienta: «Não há nenhuma acção que seja imune às forças cíclicas dos mercados!». No gráfico diário, a Média de Preços Ponderada por Volume (desde o mínimo de Agosto) foi convincentemente quebrada. O Sr. Shannon acha que podemos ter um ressalto no 1º nível de Fibonacci (61,8%), traçado desde o mínimo de Agosto até ao máximo de Novembro, algures nos $105. Mas a tendência de evolução da AAPL a médio prazo (alguns dias a algumas semanas) é decididamente bearish (negativa).

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Ainda sobre a queda continuada do petróleo... (2)


  Aqui fica um gráfico bastante interessante sobre os custos de produção do barril de crude nos diversos países produtores:

   
     De acordo com estes dados, compilados pela Rystad Energy, o custo de produção do barril de crude é de $17,2 /barril na Rússia... e de $9,9 /barril na Arábia Saudita. A Arábia Saudita possui 15,7% das reservas de crude do mundo. A Rússia tem 6,1%, embora tenham sido descobertas algumas reservas no Círuclo Polar Ártico que ainda estão por explorar e que podem fazer subir esta percentagem.

Já a Venezuela possuia, em 2014, 17,5% das reservas mundiais provadas, de acordo com um estudo conduzido pela BP (BP). O custo do "break even" (ponto a partir do qual se torna rentável) rondará os $23,5 /barril. O Irão e o Iraque têm, respectivamente, custos de produção de $12,6 /barril e $10,6 /barril. O Cuvaite tem o custo de produção mais baixo de todos, $8,5 /barril. Nos Emirados Árabes Unidos, o custo de de produção é de $12,3 /barril.

Quando se olha para a América do Norte, os custos de produção aumentam de forma dramática: $36,2 /barril para os EUA e $41 /barril para o Canadá. O gráfico em baixo mostra o custo relativo da dívida para os vários compontes do maior fundo transaccionável ligado à energia nos EUA, o Energy Select Sector SPDR (XLE:NYSE):


    Pode ver-se que a extracção, a produção e o transporte representam presentemente a maior fatia da dívida das empresas ligadas aos combustíveis fósseis.

Olhando para os dois gráficos (custos de produção dos países e endividamente das energéticas americanas) rapidamente se conclui quem é que está a beneficiar com a queda dos preços do "ouro negro".

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Ver também:

Ainda sobre a queda continuada do petróleo...
O petróleo volta a afundar...

O sector dos transportes continua a afundar...


    Está a ficar realmente feia, a situação no sector dos transporrtes. no gráfico semanal, o $TRAN (Dow Jones Transportation Average) fechou abaixo da média móvel a 40 semanas em Maio e não mais voltou a conseguir superá-la. E como se isso não fosse suficientemente grave, o índice está a fazer um claro padrão de máximos e mínimos consecutivamente mais baixos, já desde Novembro e 2014!



Desde então, o TRAN já perdeu cerca de 18% do seu valor... e as más notícias podem vão ficar por aqui. Vejam só este gráfico da autoria de Chris Kimble, analista técnico fundador da Kimble Charting Solutions (clicar para aumentar o tamanho):



Sim, é mesmo verdade, o $TRAN está na iminência de quebar uma zona de suporte multi-anual, regresando ao canal azul que remonta aos anos 90 do século passado! É claro que estas coisas têm sempre um significado relativo e não podem ser levadas a sério sem considerar outros indicadores. Mas a verdade é que o S&P 500 ($SPX), o Dow Jones Industrial Average ($INDU) e o compósito de Nova Iorque ($NYA) não atingem novos máximos desde Maio... e o Russell 2000 ($RUT) desde Junho. 

A confirmar-se esta quebra de suporte nos transportes, à qual se soma o "rate hike" de ontem (ainda que tenha sido pouco mais do que simbólico), a situação nos mercados americanos pode ficar muito complicada para os investidores. Eu volto a repetir: enquanto o $SPX não atravessar convincentemente a zona entre os 2100 e os 2130 pontos, mantedo-se depois acima dela (resistência passa a suporte), eu continuarei fora dos mercados americanos. Há demasiados sinais de aviso neste momento para que o risco valha a pena. E este, o dos transportes, é de longe o maior de todos neste momento.

Alea iacta est


    A FED cumpriu as espectativas e subiu mesmo a taxas de juro! Ouçam só a explicações da Presidente da Reserva Federal, Janet Yellen... mas não se fiquem muito surpreendidos se não ficarem convencidos! A taxa de juro foi fixada nuns assombrosos... 0,5%! Não riam, pá! É melhor do que nada!


Seja como for, a subida das taxas de juro parece ter sido suficente para animar os mercados, pelo menos, por agora. No gráfico diário do SPY, temos três velas bastante interessantes, não apenas pela subida que representam mas também pela rejeição de mínimos:


Aquela região que pintei a cor amarela corresponde à presente zona a vigiar que pode vir a confirmar-se como "bullish flag", uma figura gráfica de continuação da tendência ascendente. Estou convencido que a verdaeira acção só ocorrerá quando o preço estiver fora dessa zona.

Volto a salientar, no entanto, que até à zona de resistência a penetrar se situa entre os $210 e os $212,5 (ver gráfico semanal do $SPX no postal anterior) nada é garantido. A verdadeira batalha, que se tem arrastado já desde Fevereiro de 2015, será travada lá, partindo do princípio que o preço do SPY continua a subir.

Vale ainda a pena olhar para o que está a acontecer no gráfico intradiário (30 em 30 minutos):



Ontem (terça-feira) o preço subiu acima da média móvel a 5 dias -MM(65)- e conseguiu manter-se acima dela até ao final da sessão de hoje. Isto fez co que o declive da média móvel a 5 dias passasse a ser horizontal, com um viés tendencialmente positivo. O que quer isto dizer? Para já, nada, é preciso esperar mais um pouco e ver o que acontece amanhã. Vamos ver se o preço consegue sair da zona amarela ou não...

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Sobre a provável subida das taxas de juro nos EUA


     Em terras do Tio Sam, quase todos acreditam que é desta: a Reserva Federal deverá subir as taxas de juro pela primeira vez desde 2006. A concretizar-se o famigerado "rate hike", muitos verão na subida a prova acabada de que recuperação económica dos EUA é uma realidade. Para outros, incluindo aqui o vosso blogueiro, qualquer subida das taxas de juro neste momento será um acto de mera propaganda política. 

    As próximas presidencias serão realizadas no dia 8 de Novembro de 2016. Para que Hillary Clinton possa derrotar o seu adversário republicano sem sobressaltos, é necessário a Administração Obama deixe o poder na mó de cima. Não há melhor forma de o conseguir do que dar a impressão que a economia dos EUA recuperou.


     O último ciclo de subidas da taxa de juro teve lugar entre 30 de Junho de 2004 e 29 de Junho de 2006. A seguir veio a crise do subprime, a falência do Lehman Brothers e a crise financeira de 2007-2008. A FED respondeu com três programas de facilitação quantitativa (quantitative easing - QE) e com a descida gradual das taxas de juro até aos presentes 0,125%. Isto provocou a subida dos mercados bolsistas americanos, tendo o presente Bull Market cumprido 6 anos.

    Apesar do Velho Touro ter tido um 2015 para esquecer, os investidores e especuladores norte-americanos estão mesmo convencidos que é mesmo desta, conforme ilustra este gráfico da Bloomberg. Cerca de dois terços acreditam que a FED vai mesmo subir as taxas:


 
   Para as pessoas que investem em acções americanas, a questão que se coloca agora é de que forma é que a subida das taxa vai afectar o desempenho dos mercados bolsistas. A verdade é que é muito difícil prever o que poderá acontecer. Na última reunião da FED, esperava-se o "rate hike", mas o recuo do banco central fez com que as bolsas afundassem durante o último mês Agosto. Desta vez, nada nos garante que a história não se vai repetir, mesmo com "rate hike". Basta apenas que a subida da taxa de juro seja mínima, como eu espero que seja, para que os investidores e especuladores interpretem a atitude da Reserva Federal como uma farsa.

   Eu já decidi: quando se olha para um gráfico do S&P 500 ($SPX), vê-se muito claramente que há uma zona de resistência multi-mensal na entre os 2100 e os 2130 pontos (ver gráfico mais abaixo). Enquanto o preço não tiver penetrado esta zona de forma convincente, i.e. atravessando-a e mantedo-se acima dela (resistência passa a suporte), eu vou continuar de fora. Investir na presente conjuntura é demasiado arriscado, pelo menos para mim.


domingo, 13 de dezembro de 2015

Mercados americanos: a análise semanal de Brian Shannon (53)


     Damas e cavalheiros, estamos de volta às quedas! Mais uma vez, SPY não conseguiu superar a fortíssima resistência multimensal na zona entre os $210 e os $212 que já vigora desde Março! E agora tudo é possível: tivémos recentemente um máximo ($211,66) mais baixo do que o máximo anterior ($212,08), que já ocorreu em Maio. De acordo com a venerável Teoria de Dow, isto significa que, se os mínimos de Agosto ($181,46) forem novamente ultrapassados (para baixo), e tendo em conta que o sector dos transportes (IYT) já está em modo descendente desde Novembro de 2014, estaremos oficialmente em Bear Market

Ouçamos o que  o grande Brian Shannon, o melhor analista técnico presentemente no YouTube, tem a dizer sobre tudo isto:



  • Pontos-chave do vídeo do Sr. Shannon:;
Modo actual: bearish (descendente); tudo indica que vamos ter uma correcção nas próximas sessões.

[00m29s]: o Sr. Shannon começa pelo petróleo ($WTIC) que, este ano, já perdeu uns assombrosos 45,63%. Encontra-se agora muito perto dos mínimos de 2009 (aprox. $32), tendo fechado bem abaixo dos $40, nos $35,41. O Sr. Shannon resume o que se passa no petróleo com uma das suas frases emblemáticas: «permanece culpado até que demonstre ser inocente»!

[01m32s]: para analisar o S&P 500 (SPY), o Sr. Shannon começa por nos mostrar este gráfico invulgar em que as velas têm uma periodicidade de dois dias. Sobre o gráfico, ele desenhou o rectângulo que se pode ver abaixo, delimitado pela resistência superior ($213) e o suporte inferior ($204), quebrado na sessão de sexta-feira:


No gráfico intradiário (10 em 10 minutos) é possível discernar um "gap" para baixo logo na sessão de segunda-feira, quebrando a zona de suporte dos $207,5. Com a média móvel a cinco dias em sentido descendente, as subidas subsequentes foram falhando os máximos anteriores sucessivamente. Dada a força das quedas de sexta-feira, é possível haver um ressalto mas dificilmente será coisa para durar. o mais provável, julga o Sr. Shannon, é que o preço desça mesmo até á zona dos $200, por já ter servido de suporte em Fevereiro e de resistência em Setembro, para além da Média de Preços Ponderada por Volume (Volume Weighted Average Price -VWAP) traçada desde os mínimos de Agosto também confluir para esse nível de preço:

O Sr. Shannon salienta contundo: «Os $200 são uma zona com potencial para oferecer suporte, mas apenas isso, potencial! Nada significa que haja mesmo suporte em definitivo!»

[08m54s]: o Nasdaq 100 (QQQ) estava a ser o índice mais forte dos últimos meses, mas nem ele resistiu às quedas das últimas sessões. O Sr. Shannon acha que a primeira zona de suporte virá na casa dos $109,41. No entanto e tal como n SPY, é muito arriscado apostar em subidas com uma média móvel a cinco dias descendente.

[11m35s]: o Russell 2000 (IWM) parecia estar a ganhar suporte na casa dos $103, mas acabou por descer bem abaixo dessa zona na sessão de sexta-feira, fechando nos $111,91. Apesar de o IWM já ter descido muito desde o máximo de Novembro ($120,07) acção de preços mostra agora um padrão claro de máximos e mínimos consecutivos mais baixos, indicando que o melhor é esperar mais uns dias até o preço voltar a estabilizar. Chamo a atenção para os 12m50s, altura em que o Sr. Shannon mostra como se deve executar arbir uma posição curta ou aposta para baixo ("short-selling"). Não é a minha cena, mas há muito gente que faz dinheiro assim!

Aos 13m06, o Sr. Shannon faz um ponto muito importante: no gráfico semanal, o IWM está a ser rejeitado pelas médias móveis de maior prazo (150 e 200 dias ou 30 e 40 semanas)e  também pela VWAP traçada desde Janeiro deste ano. Isto é um forte indicativo de podermos estar já num mercado dos ursos ("bear market"), i.e. um mercado em que a força dos vendedores excede a dos compradores, com os preços a deslocarem-se tendencialmente para baixo.

[14m41s]: no seu gráfico diário, os semicondutores (SMH) enontram-se presentemente sobre a médida móvel a 50 dias ($54,36), estando as VWAPs traçadas desde os mínimos de Agosto e de Setembro nos $53,3 e nos $52 (grosso modo). No entanto, nada garante que estas zonas de suporte potencial venham mesmo a oferecer suporte, uma vez que o preço está a traçar um padrão de máximos e mínimos consecutivos mais baixos, por debaixo de uma média móvel a cinco dias com um declive fortemente descendente.

[16m04s]: já as biotecnlógicas (IBB) continuam, nas palavras do Sr. Shannon, "muito feias no gráfico semanal". A VWAP desde o início do ano (YTD, year-to-date) serviu de resistência por duas vezes em Novembro. A partir daí, o preço desceu e quebrou o suporte nos $332, que veio depois a transformar-se em resistência. A evolução actual das IBB é demasiado arriscada para podermos apostar seja para cima, seja para baixo, embora o viés predominante seja o descendente.

[17m57s]: a Apple, inc. (AAPL) está a ser claramente travada pela sua VWAP (YTD). Além disso, já antes a acção tinha quebrado um suporte multimensal nos $120 que, ainda por cima, se transformou em resistência em finais de Novembro. O Sr, Shannon é taxativo: «Fiquem longe da Apple, não há nenhuma razão para comprar a Apple neste momento, está abaixo das médias móveis a 50, 100, 150 e 200 dias.»

[19m29s]: já a Amazon, inc. (AMZN) parece muito mais saudável, não obstante a queda significativa do seu valor na sessão de sexta-feira. O Sr. Shannon acha mesmo que há a possibilidade de o preço da acção recuar até à zona dos $600 e depois voltar a subir (eu não concordo, porque os mercados em geral estão muito negativos neste momento e julgo que a AMZN tem o potencial para descer até à sua média móvel a 50 dias, na cada dos $500; mas atenção, o CMT é ele, não sou eu; portanto, é a ele que devem dar ouvidos, não a mim!).

[20m42s]: o Fuçaslivro Facebook (FB) recuou até ao preço onde se encontram actualmente a VWAP (desde o mínimo de Setembro) e a média móvel a 50 dias, mais ou menos nos $102. É uma acção a viigiar.

[20m42s]: a GoPro, inc. (GPRO) "ainda está numa tendência descendente horrorosa", nas palavras do Sr. Shannon. Julgo que não é necessário acrescentar mais nada...

[21m58s]: já o Twitter (TWTR) está mais ou menos no mesmo síto em que se encontrava há uma semana atrás, apesar de ter tido uma semana extremamente volátil. Mas a tendência de longo prazo ainda é desecenten, conforme se pode ver facilmente no gráfico semanal desta acção.

sábado, 12 de dezembro de 2015

Ainda sobre a queda continuada do petróleo...


Aqui fica um artigo razoavelmente bem escrito acerca da queda do "ouro negro". Coisa rara de se ver nos mé(r)dia!

«Com o brent colado aos 40 dólares, a exploração não convencional deixa de ser rentável. Investidores em fuga pressionam mais.

O Natal está estragado para quem investe em petróleo. Depois de a organização dos países produtores (OPEP), à boleia do maior membro do grupo, a Arábia Saudita, ter decidido subir as quotas de produção de 30 para 31,5 milhões de barris por dia, o preço bateu mínimos de nove anos, afundando além da barreira dos 40 dólares. Mantendo-se a produção alta apesar de haver excesso de oferta e de a economia global estar a crescer mais lentamente, o preço está, mesmo agora, poucas décimas acima desse valor, tendo sofrido uma queda de 35% nos últimos 12 meses.

Evolução semanal do preço do West Texas Intermediate Crude ($WTIC), o principal indicador do preço do barril de petróleo nos EUA. Observe-se a enorme queda desta semana (-11,91%), com expansão do volume transaccionado e quebra do suporte na casa dos $40.

"Tudo indica que este nível vai manter-se nos próximos meses", diz ao DN o especialista em petróleo Agostinho Pereira de Miranda. O sócio presidente e fundador da sociedade de advogados Miranda & Associados estabelece um paralelo entre este contrachoque e o de 1985-86 - quando também existia um conflito no mundo árabe, mas realça uma diferença fundamental. "Há 30 anos, o crude chegou a pouco mais de dez dólares mas o então presidente americano Ronald Reagan ameaçou Riade com a imposição de taxas à importação de petróleo da Arábia Saudita e dos vizinhos da OPEP." Desta vez, apesar dos danos feitos ao negócio norte-americano - nomeadamente no campo da exploração de crude e gás de xisto -, ainda não houve ultimato.


Efeitos vão além da indústria

Não é só a indústria petrolífera que é afetada. De acordo com o especialista em petróleo, este sector tem impactos directos ou indirectos de 40% na economia mundial. E se, para o consumidor final e algumas indústrias, como químicas e farmacêuticas, os preços baixos são vantajosos, esta tendência também traz problemas, nomeadamente no desenvolvimento e na utilização das energias renováveis - o crude barato desincentiva a procura de alternativas limpas. E nos mercados financeiros


Barris de papel valem 9 vezes mais

"Os barris de papel (posições financeiras que negoceiam petróleo e seus derivados) têm hoje uma dimensão que é nove vezes o mercado físico e alguns países e fundos soberanos investiram muitíssimo nesse sector. Por outro lado, os futuros, hedging ou opções também condicionam profundamente o preço do crude", diz Pereira de Miranda.

Os preços baixos não são da exclusiva responsabilidade dos produtores, que não querem reduzir quotas, mas também dos investidores, que se têm afastado nos últimos meses. "O caso Volkswagen vai pressionar cada vez mais o diesel, cuja utilização tende a reduzir-se muito, e isso, conjugado com as metas vinculativas da cimeira do clima de Paris e com as investigações lançadas sobre a indústria petrolífera (sendo a mais recente a do procurador de Nova Iorque à Exxon-Mobil) vai desencorajar ainda mais este tipo de investimentos", explica Pereira de Miranda. "O tempo do investimento em paper barrels ao nível dos 600 mil milhões de dólares acabou." E mesmo neste momento o desinvestimento só não é maior porque as commodities alternativas não têm estado muito interessantes.

[N.B.: atenção que o parágrafo anterior é essencialmenet especulação. Especulção educada, é certo, mas ainda assim especulação.]

Do lado das petrolíferas também há uma mudança de paradigma. Com a tecnologia de conservação de energia cada vez mais desenvolvida, "o nome do jogo passou a ser eficácia: há hoje uma busca obsessiva por ganhar o máximo por barril". O que altera também a lógica da exploração: a preços tão baixos, há muitas jazidas, nomeadamente na América do Sul, em África e no Ártico, cuja exploração, em águas demasiado profundas, deixa de ser viável. "Muito petróleo já descoberto não será explorado."»

[N.B.: isto, a médio prazo. Porque a longo prazo (vários anos) a conversa é outra!] 


Uma estratégia lógica

A pergunta a que falta responder: se os preços estão tão baixos, que interesse têm os países da OPEP em manter a produção nos 31 milhões de barris por dia? Todo. Os sauditas têm o menor custo de produção do mundo: cinco dólares por barril. Se cortassem a produção sem que os países de fora da OPEP os acompanhassem, arriscavam perder quota para quem oferecesse melhor preço, como sucedeu nos anos de 1980.

Por outro lado, mantendo os preços baixos, Riade consegue conter o boom de petróleo e gás de xisto nos EUA. Já antes do verão, a Agência Internacional de Energia avançava que, com os preços abaixo dos 60 dólares, o número destas plataformas em funcionamento fora reduzido a menos de metade (uma queda de 60%). Com o brent a 40 dólares, as explorações não convencionais ficam demasiado caras para fazerem sentido.»

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

O petróleo volta a afundar...


    Não se nota grande coisa no preço da gasolina, mas o preço de petróleo ainda não parou de cair desde  meados de 2014. Hoje foi mais um dia glorioso para os "ursos" (especuladores que apostam na queda do preço do petróleo): o West Texas Intermediate Crude ($WTIC), um dos principais índices de referência para o preço do "ouro negro" nos EUA, caíu uns assombrosos 6,25% só na sessão de hoje!!! O preço de fechou nos $37,63 por barril!




Há quem diga mesmo que o petróleo ainda poderá continuar a cair até finais de 2016. Apesar de estarmos em nínimos de sete anos! É como diz aquela velha máxima dos mercados: na bolsa, nunca se pode dizer que já se caíu demasiado... a este respeito, vale a pena olhar para o gráfico semanal do $WTIC e ver a dimensão da desvalorização desta matéria-prima, que em pouco menos de ano e meio perdeu mais de metade do seu valor!



Quem fez um gráfico muito interessente do $WTIC foi o nosso já conhecido Greg Harmon (CMA, CMT) da Dragonfly Capital. O Sr. Harmon construíu um gráfico multianual (as velas são mensais) do preço do barril de crude:


Pode ver-se, desde logo, uma zona de suporte multianual entre os $35 e os $40. O $WTIC entrou hoje precisamente nessa zona... e nada garante que não possa continuar a cair! O Sr. Harmon diz que até aos à zona entre os entre os $25 e os $32,5 tudo é possível. Eu prefiro manter-me afastado, uma vez que o RSI está em zona de sobrevendido e as médias móveis exponências do MACD estão em clara divergência com o seu histograma.

É uma altura estranha para as bolsas mundiais: as acções e as obrigações estão praticamente paradas e, nalguns casos (Europa e mercados emergentes), têm até retrocedido. Já o ouro, a prata e o petróleo continuam a afundar... nada parece estar a dar dinheiro! Vamos ver como é que isto acaba!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Mercados americanos: a análise semanal de Brian Shannon (52)


   Tivémos uma semana bastante interessante nos mercados americanos. A volatilidade aumentou inicialmente, mas terminou abaixo dos níveis registados na semana anterior. Houve fortes quedas nas sessões de quarta-feira e de quinta-feira, mas a sessão de sexta-feira foi tão fortemente bullish que a semana acabou ligeiramente acima do break even. Neste momento, o viés é globalmente positivo mas, ainda assim, nada é garantido, até porque há uma resistência multi-mensal por quebrar no S&P500. Brian Shannon com os pormenores:

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

S&P 500: gráficos diário, semanal e intradiário (via SPY) [03-Dez-2015]


  Agora que se aproxima mais uma reunião da Reserva Federal American, convém voltarmos a olhar para o maior índice bolsista do mundo, o S&P 500. Como já vai sendo habitual aqui no AnB, vamo fazê-lo através do fundo transaccionável (exchange-traded fund, ETF) que mais bem o replica, o SPY. E no que diz respeito ao SPY, a acção de preços da sessão de hoje foi assim:


Ou seja, tivemos hoje a maior queda na cotação do SPY desde o início do "rally" de Outubro que, depois das quedas colossais do fim de Agosto e de alguma indecisão durante o mês de Setembro, levou o preço do SPY dos $186,93 até aos $211,0. Infelizmente, o SPY foi travado por uma barreira que já dura desde Abril deste ano, a zona de resitência na casa dos $210 (2100 pontos nos $SPX). Esta realidade torna-se bem patente se olharmos para o gráfico semanal do SPY:


Repare-se como, ao longo do ano de 2015, não parece haver forma de o preço do SPY se manter acima daquela linha vermelha exactamente em cima dos $210. Há algumas semanas em que o SPY até sobe acima dos $210, mas na semana logo a seguir volta a cair!

Ora, depois das quedas brutais do fim de Agosto, houve uma excelente recuperação das bolsas norte-americanas: o volume de compra após a queda foi francamente positivo e manteve-se elevado durante a subidas de Outubro. Só que depois veio Novembro... e aí, tudo mudou novamente para pior! Houve uma grande queda da cotação logo na primeira semana do mês e, quando o SPY parecia estar novamente a recuperar, a barreira dos $210 voltou a negar-lhe a passagem. Podemos ver este percurso ainda com mair clareza no gráfico diário.


quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Ainda sobre o presente momento do ouro...


   Mesmo a propósito, a Yahoo Finance publicou anteontem este interessantíssimo vídeo sobre o metal precioso. A mensagem central é basicamente a mesma do meu último postal.