terça-feira, 14 de abril de 2015

A sabedoria de Peter L. Brandt (4)


  Aqui mais ficam alguns excertos do livro «Diary of a Professional Commodity Trader» (2011), da autoria de uma das maiores lendas-vivas da arte da especulação, o gigante Peter L. Brandt. A tradução, da minha autoria, é aproximada. Além disso, acrescentei algumas notas para enriquecer ainda mais o texto. Texto original entre aspas e a cor preta, comentários do blogueiro a cor verde.
 

 IV. As diferenças entre o mercado de acções e os mercados de matérias-primas

«Nos mercados de acções, quase todos são recompensados quando o mercado sobe. Mas o jogo de soma nula inerente aos mercados de matérias-primas e Forex implicam que os traders novatos têm de bater os traders profissionais e os interesses comerciais para conseguirem ter lucro. Os mercados de matérias-primas e Forex representam por isso um gigantesco jogo de carteiristas» [N.B.: no sentido em que é preciso uns perderem para os outros ganharem]
p. 44


«As operações de especulação financeira bem-sucedidas são determinadas em primeira instância pela forma como o risco é gerido. Muitos aspirantes a traders assumem erradamente que todas as suas transacções serão bem-sucedidas. Já os traders profissionais gerem os seus negócios sob o pressuposto de que cada transacção pode ser mal sucedida. [N.B.: isto pode parecer um contra-senso, mas a palavra-chave aqui é “pode”; é evidente que ninguém está à espera que todas as suas transacções vão ser mal sucedidas, senão nem sequer estaria no trading. No entanto, é preciso ter presente que, mesmo para os traders profissionais, muitas das transacções efectuadas são efectivamente mal sucedidas… e é preciso acautelar logo à partida essa possibilidade!]. Obviamente, existe uma diferença abismal entre estas as duas perspectivas, a dos novatos e a dos profissionais.»

p. 49


«Um bom trader deve ter bem presentes os seguintes pressupostos ao conceber o seu plano de transacção: 
   • A direcção provável de qualquer mercado não pode ser determinada simplesmente olhando para gráficos; 
   • Os gráficos são uma ferramenta, não são um método de previsão. Os traders podem obter uma ligeira vantagem ao estudar os gráficos, mas nunca devem usá-los para fazer previsões sobre a evolução dos preços; 
   • Os gráficos não devem ser usados para manter uma opinião ou posição constante num determinado mercado. 
   • Nunca devemos assumir que o próximo negócio será proveitoso. 
   • É bastante usual que um mercado contrarie a tendência que a sua estrutura gráfica geral sugere. 
   • Os mercados podem fazer movimentos enormes que não podem ser explicados pelos princípios do cartismo¹ clássico.» 
pp. 54-55
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(¹) Atenção que eu aqui estou a usar "cartismo" como uma tradução livre de "charting"; no entanto, é preciso salientar que, nos dicionários da língua portuguesa actualmente existentes, esta palavra tem um significado inteiramente diferente.

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