sábado, 2 de dezembro de 2017

Mercados americanos: a análise semanal de Brian Shannon (75)


     Ontem teve lugar um episódio muito interessante nas bolsas americanas: a estação de televisão ABC News publicou uma notícia falsa sobre o Presidente Trump e, como já é tristemente habitual nestas ocasiões, milhares de imbecis em todo o mundo entraram em pânico e desataram a vender a suas acções! Porque é que eu risquei a palavra "tristemente" da frase anterior? Porque, para mim, o sucedido não teve nada de triste, pelo contrário, finalmente tive a ocasião de que estava à espera há já várias semanas para reforçar algumas das minhas posições! 😛 Como diz o Sr. Buffet: «Tenha medo quando os outros estão ávidos e fique ávido quando os outros estão com medo!»

A verdade, no entanto, é que estive longe de ser a única pessoa a fazer isso, conforme se pode ver no gráfico diário do S&P 500 ($SPX). Vejam bem a cauda compridinha da vela mais recente:



Atenção que nada impede que o preço continue a descer nas próximas sessões, tendo em conta a saturação do Índice de Força Relativa (Relative Strenght Index - RSI), que se encontra presentemente em território de "sobrecompra" (>70%), e também a divergência que se observa entre o $SPX e o seu Fluxo Monetário de Chaikin (Chaikin Money Flow - CMF): o $SPX fez um novo máximo no dia 30 de Novembro mas o seu CMF está muito longe de alcançar o pico de Outubro. Mas aqui no Afonso na Bolsa a visão é sempre a muito longo prazo, não a curto ou médio prazo, i.e. prefiro reforçar posições quando o índice desde um bocadinho do que ficar à espera que ele desça mais e depois correr o risco de ficar a ver o balão subir e eu a xuxar no dedo... no seu livro «Ganhar em Bolsa», o grande Francisco Braga de Matos conta uma história deliciosa sobre um tal Ilídio,

Ora, eu não sou trader, nem tenho aspirações a sê-lo. Não tenho tempo, nem paciência, nem estofo emocional para o ser. Até porque estou perfeitamente consciente de que a esmagadora maioria dos traders perdem dinheiro, enquanto eu tenho feito um bom dinheiro em bolsa fazendo precisamente o que o Dr. Braga de Matos mais recomenda: temporizando e cavalgando o Bull Market. E é precisamente por eu saber que «ninguém apanha todas as flutuações de mercado» (Jesse Livermore) que prefiro não arriscar e comprar quando os outros vendem, mesmo que depois o preço continue a cair e apareçam alturas melhores para comprar. É que tanto podem aparecer, como desaparecer por mais uns tempos...

sábado, 25 de novembro de 2017

Mercados americanos: o comentário semanal de Chris Ciovacco (15)


     Tivemos mais uma semana de ganhos em Wall Street, com o S&P 500 ($SPX), o Nasdaq ($NDX) e o Russell 2000 ($RUT) a fecharem em novos máximos históricos. Os índices bolsistas norte-americanos teimam em não corrigir: o $SPX já não desce à sua média móvel simples a 200 dias -mms(200)- desde Novembro de 2016 e à sua média móvel simples a 50 dias -mms(50)- desde o início de Setembro deste ano. O $NDX e o $INDU já não descem à sua mms(200) desde Julho de 2016, tendo tocado na sua mms(50) no início de Setembro de 2017. O $RUT esteve abaixo da sua mms(200) em Agosto deste ano, mas recuperou rapidamente logo em Setembro e está novamente em máximos históricos.

A minha carreira como investidor nos mercados financeiros é relativamente recente: em Março de 2018 ter-se-ão cumprido apenas 13 anos desde que fiz o meu primeiro negócio em bolsa. Mas em todo esse período, não me lembro de uma altura tão boa na bolsa americana como a actual...  estou até um pouco frustrado porque não tenho conseguido acrescentar capital às minhas posições, por não terem ocorrido quedas de cotação que me permitam fazê-lo a meu gosto. E o que é mais surreal, é que o Sr. Ciovacco -analista técnico seguidor de tendências de longo prazo- está convencido que esta festa está para durar!

Pontos de interesse do vídeo do Sr. Ciovacco:
  • 00m33s O exercício que o Sr. Ciovacco nos propõe esta semana é ligeiramente diferente daquilo a que ele nos tem habituado. É que hoje o termo de comparação não são médias móveis ou indicadores técnicos, mas sim as obrigações e o ouro. Por exemplo, o gráfico que se segue mostra-nos o quociente entre a cotação de dois fundos transaccionáveis da iShares, (1) o IWF, que procura replicar a valorização de um cabaz de acções de grande e média capitalização bolsista e (2) o IEF, que procura replicar a valorização de um conjunto de obrigações do tesouro americano com maturidade entre 7 e 10 anos. O que o gráfico nos diz é que, durante períodos bons para as acções, o rácio IWF:IEF tende a aumentar e, inversamente, a diminuir em períodos maus para as acções.

  • 01m19s Olhando para um gráfico da muito longo prazo do rácio entre o S&P 500 ($SPX) e o índice das obrigações cuja maturidade até aos 30 anos do Chicago Board of Trade ($USB = U.S. Bond), observa-se um período de consolidação multinanual entre 1994 e 2017 (23 anos) no interior do rectângulo alaranjado. Repare-se também na 'bear trap' em 2016.
 
  • 04m07s No gráfico que se segue temos o mesmo rácio ($SPX:USB), mas num gráfico trimestral (o anterior era anual). O gráfico mostra o mesmo rectângulo de consolidação e também o índice direccional médio, o ADX. Verifica-se que a linha preta do ADX está prestes a cruzar as linhas verde e vermelha de baixo para cima, o que é tipicamente um sinal bullish.

  • 07m06s O Sr. Ciovacco volta a partilhar connosco uma brilhante observação de Richard Donchian:
«Um movimento que é sucedido por uma período de lateralização dentro de uma gama de valores é muitas vezes seguido por um segundo movimento na mesma direcção do primeiro movimento e quase com a mesma extensão.»
-Richard Donchian, no livro Trend Following
  • O ponto desta citação é o seguinte: olhe-se para a evolução do rácio no gráfico acima antes do rectângulo; depois olhe-se para a evolução do rácio dentro do rectângulo... se o Sr. Donchian tiver razão, há uma grande probabilidade (atenção, probabilidade ≠ certeza!) de que aquilo que aconteceu entre 1978 e 1994 se repita nos próximos anos.
  • 11m04s Refazemos a análise, mas agora começamos por usar o fundo transaccionável SPY (S&P 500) em vez do índice ($SPX), para comparar o S&P 500 ao ouro (GLD). Sendo um activo de refúgio, o Ouro tende a subir quando as acções tendem a cair (nem sempre, é uma regra geral mas não absoluta).


  • 11m44s Pois bem, usando agora o rácio entre os índices correspondentes ($SPX e $GOLD), é possível obter  gráfico trimestral para o período entre 1979 e 2017 (23 anos) que se mostra a seguir. A primeira coisa que salta à vista é a quebra da linha de tendência descendente (LTD) que vigorou desde o crash da "bolha das dot com", em 2000, até 2013, quando as acções começaram a ter um desempenho superior ao do ouro. Esse momento, quebra da LTD, é assinalado no gráfico pelo número 1. Os dois números seguintes são: (2) novo mínimo mais alto que o precedente e (3) novo máximo mais alto que o precedente.

  • 14m08s O Sr. Ciovacco acrescenta a média móvel de convergência-divergência (MACD) ao gráfico anterior. O indicador técnico reforça as observações feitas acima, com a situação actual a parecer muito semelhante àquela que se observou no período entre 1988 e 2000, altura em que as acções tiveram uma performance relativa muito superior à do ouro.
  • 16m30s O Sr. Ciovacco acrescenta o TRIX ao gráfico anterior. As conclusões são muito semelhantes àquelas que foram retiradas para o MACD.
  • 18m01s Tudo isto para responder a duas perguntas que o Sr. Ciovacco colocou no início do vídeo: (1) "os portfolios diversificados já tiveram melhor dias?" e (2) "estará a ouro a iniciar um período de baixa performance?" A resposta a ambas perguntas parece ser sim. Tendo em conta os dados e os factos expostos neste vídeo, as obrigações e o ouro parecem destinados a render menos do que as acções durante próximos anos. Mais uma vez, isto não é uma previsão, é simplesmente aquilo que os gráficos sugerem.
  • 22m11s O Sr. Ciovacco termina a sua apresentação a sublinhar, mais uma vez, a necessidade de não cair nos erros de amador elencados neste slide. Ou como disse o maior especulador de todos os tempos, "não há ninguém que consiga apanhar todas as flutuações [de mercado]".

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Dois gráficos algo preocupantes...


    Há demasiados touros (em termos relativos) investidos no mercado neste momento. Isto, contrariamente ao que muitos poderão pensar, não é uma coisa boa, porque pode dar origem a uma correcção mais profunda do que o habitual: à medida que os preços caem, muitos destes touros tendem a entrar em pânico e a fechar posições impulsivamente.




Repare-se que os fundos da curva vermelha do gráfico anterior coincidem grosso modo com os fundos do S&P 500 ($SPX). E aquela queda abrupta recente do RSI também não é nada bonita...


sábado, 11 de novembro de 2017

Mercados americanos: o comentário semanal de Chris Ciovacco (14)


    Há divergências de curto e de médio prazo nos gráficos diários e mensais dos principais índices bolsistas norte-americanos, que sugerem a possibilidade de queda das cotações num futuro próximo. Mas -e atenção que este é mesmo um grande MAS-, a longo prazo continua tudo na mesma: bullish.

A análise que podemos ver no vídeo mais abaixo centra-se no S&P 500. A sua mensagem principal é exactamente aquela que eu indiquei na última frase do parágrafo anterior: cuidado com os nervos de aprendiz e com a tentação de apostar em quedas  continuadas dos mercados... porque os factos de que dispomos não apontam nesse sentido!


Pontos de interesse do vídeo do Sr. Ciovacco:
  • 00m41s O Sr. Ciovacco começa o vídeo com um conjunto de quatro artigos sensacionalistas dos mé(r)dia financeiros. Nesta altura do campeonato, quem ler este blogue regularmente já deve estar farto de saber que os mé(r)dia financeiros são como o resto dos mé(r)dia, completamente inúteis, ou quase. E o Senhor Ciovacco explica porquê:
    • Todos os títulos dos quatro artigos aludem a desenvolvimentos bearish: "bolha dos mercados", "crise da dívida", "incompetência ou corrupção da reserva federal", etc.
    • Todos os quatro artigos têm mais comentários do que a média;
    • Mas, mais importante, todos os quatro artigos têm pouco a ver com a realidade.
  • 02m24s Olha para um gráfico anual do S&P 500, entre 1954 e 1973 (19 anos), durante o qual o S&P 500 ganhou 376%. O Sr. Ciovacco sobrepôs a média móvel simples a 9 anos e a média móvel simples a 8 anos sobre esse gráfico. Observa-se que o preço esteve sempre em cima das duas médias móveis indicadas durante os 19 anos, e a mms(8) -mais rápida- esteve sempre em cima da mms(9) -mais lenta.
  • 03m43s Acrescentando mais oito anos ao gráfico anterior, i.e. até 1981, observa-se que o S&P 500 praticamente não avançou depois de 1973. As duas médias móveis referidas anteriormente permaneceram praticamente horizontais, denotando um período de consolidação (ou lateralização).
  • 04m20s Depois desse período de consolidação, a partir de 1981, o S&P 500 voltou a subir durante 18 anos, até 1999... o ganho correspondente foi de 1098%! Mais uma vez, a mms(8) esteve sempre em cima da mms(9) durante a subida.
  • 04m52s Agora vem a parte mesmo gira... se incluirmos os anos em falta até ao dia de hoje, verificamos que a mms(8) está em cima da mms(9) pela primeira vez desde a "bolha das dot com".
  • 06m43s Voltando novamente ao gráfico inicial, entre 1954 e 1973 (19 anos), o Sr. Ciovacco refaz a análise anterior mas utilizando agora indicadores técnicos em vez das médias móveis. Os indicadores escolhidos pelo Sr. Ciovacco foram a Largura das Bandas de Bollinger (BBW), o Índice de Canal de Mercadoria (CCI) e o Índice de Força Real (TSI).
  • 08m38s Acrescentando o período até à "bolha das dot com", é possível observar como todos os indicadores anteriores estão ao contrário, i.e. indicando a queda das cotações. Repara no sentido das setas (amarelas) e compará-las com as anteriores (verdes).
  • 10m03 Avançando novamente até Novembro de 2017, verificamos que o momento actual nos mercados é muito mais parecido com o das setas verdes (1981) do que o das setas brancas (2000). Todos os indicadores mencionados estão claramente bullish, tal como estavam no início da década de 80.
  • 14m09 E, para os que ainda estiverem cépticos, o Sr. Ciovacco repete a análise anterior para mais três indicadores técnicos: o Índice Direccional Médio (ADX), o Índice de Força Relativa (RSI) e o Oscilador de Percentagem de Preço (PPO). As conclusões são exactamente as mesmas dos casos anteriores: todos os indicadores apontam para a continuação das subidas a longo prazo.
  • 17m18 E para aqueles que, mesmo depois de tudo o que foi mostrado até aqui, continuarem sem acreditar, o Sr. Ciovacco refaz a análise com mais três indicadores técnicos: a Curva de Coppock (COP), a Percentagem de Williams ou Williams %R (WM%) e a Taxa de Variação (ROC). As conclusões voltam a ser as mesmas dos casos anteriores: estes três indicadores apontam para a continuação das subidas a longo prazo.
  • 19m39 E eis-nos chegados à parte mais interessante deste vídeo. O Sr. Ciovacco aponta para um dado muito interessante ao olharmos para o ROC anual do S&P 500... é apenas a segunda vez, desde 1954, que o ROC anual está a subir depois de quase ter tocado no zero! Notem bem, nos últimos 63 anos, o ROC anual apenas se aproximou do zero duas vezes, uma nos 70 -que foram seguidos por grandes subidas multianuais- e outra no período entre 2011 e 2013!
  • 20m19 Voltando ao gráfico inicial do $SPX com a mms(8) e a mms(9), e removendo agora a acção de preços (i.e. ficando apenas com as médias móveis anuais), o Sr. Ciovacco enfatiza mais uma vez que, durante os períodos de consolidação, as mms tendem a sobrepor-se. Já nos períodos de subida, a mms(8) fica em cima da mms(9). É precisamente este segundo caso que se observa no gráfico do $SPX no presente ano de 2017.
  • 22m23 Acrescentando mais dados ao gráfico para incluir duas décadas antes de 1954, i.e. traçando o gráfico do $SPX entre 1934 e 2017, observa-se um outro período de consolidação multianual entre 1934 e 1946, seguido por um extenso período de ganhos, até 1972.
  • 23m01 Agora os números: entre 1949 e 1972, o $SPX ganhou 582% em 23 anos; entre 1981 e 1999, o $SPX ganhou 1098% em 18 anos! Mas é preciso ter bem presente tudo isto aconteceu a longo prazo!!!
  • 24m37 As várias médias móveis de médio e longo prazo do $SPX mostram, no presente momento, uma tendência ascendente saudável. O Sr. Ciovacco compara o gráfico de Novembro de 2017 com a situação em 1996 e em 2012... a situação é muito semelhante em todos os três casos.
  • 29m00 Em 2017, já houve 88 dias em que o $SPX terminou com perdas. Porém 100% desses dias foram seguidos por novos máximos. Moral da história? A paciência é, de longe, a maior virtude que um investidor pode ter. Ou, como disse o maior especulador da história:
"Ninguém consegue apanhar todas as flutuações [do mercado]".
-Jesse Livermore
  • 32m02 O Sr.. Ciovacco termina este grande vídeo com um conceito fascinante: the nimble barge, que é como quem diz, "a barcaça ágil", numa alusão ao que sucedeu com o $SPX entre o segundo semestre de 2015 e o Brexit, em Junho de 2016: a barcaça parecia seguir num determinado sentido (bearish) mas, no espaço de seis meses, entre o Brexit e a eleição do Presidente Trump, a barcaça inverteu o seu sentido e ficou claramente bullish durante um período que já vai em quase 21 meses! E essa nem é a melhor parte... a melhor parte é que a nimble barge -que é um evento raro- foi exactamente o que aconteceu em 1981! 😉

terça-feira, 7 de novembro de 2017

Percentagem de americanos que detêm acções


     Quase não tenho actualizado este blogue nos últimos meses, por um bom motivo: 2017 é o melhor ano desde que comecei a investir em bolsa, em Março de 2005. Neste momento, qualquer nabo faz dinheiro nos mercados, pelo que não me apetece fazer postas a mencionar o que é por demais evidente: quem não tiver acções está a perder dinheiro.

Como é óbvio, tudo pode mudar de repente, até porque os grandes índices norte-americanos estão a precisar de uma correcçãozita: desde a eleição do presidente Trump, que cumprirá um ano amanhã, nenhum dos três maiores índices (S&P 500, Nasdaq e Dow Jones Industrial Average), voltou a descer até à sua média móvel a 200 dias! Estamos a subir continuadamente há praticamente um ano! Claro que isso não significa necessariamente que os mercados vão cair num futuro próximo, a irracionalidade e exuberância podem durar muito tempo até que a realidade se abata finalmente sobre os investidores.

Todavia, ainda não há indicadores concretos que mostrem que  festa acabou. Pelo contrário, o Chris Ciovacco partilhou, na sua conta do Twitter, um estudo da Gallup que mostra a evolução, entre 1999 e 20016, da percentagem de norte-americanos que detêm acções ou ETFs:


Conclusão? A percentagem de norte-americanos que detêm acções ou ETFs em 2017 (52%) é a mais baixa dos últimos 18 anos! Ou seja, os pequenos investidores dos EUA estão cépticos quanto ao desempenho dos mercados, não estão de forma alguma confiantes! Basta olhar o valor antes da "bolha das dot com" (62%) e antes da crise financeira (65%) para ser perceber que estamos num período de descrença, não de confiança.

E isso, contrariamente ao que muitos poderão pensar, é positivo: os pequenos investidores são sempre os últimos a entrar nos mercados, o que sugere que o potencial de subida das bolsas americanas ainda não está esgotado.

Agora querem mesmo ficar deprimidos? Então comparem a percentagem de portugueses que têm acções com as percentagens da figura acima. E ainda dizem os "tugas" que os americanos são burros...

sábado, 4 de novembro de 2017

Porque não tenho acções portuguesas...


    Este pequeno artigo que transcrevo a seguir resume o essencial: o risco é demasiado elevado, sobretudo tendo em conta os baixos ganhos e, o que é pior, é elevado mesmo a longo prazo. As garantias são quase inexistentes e o mexilhão, i.e. o pequeno investidor, é sempre quem mais se trama! E depois ainda há o facto de que eu prefiro investir a muito longo prazo (décadas) e Portugal tem problemas estruturais crónicos que, mais cedo ou mais tarde, hão-de passar factura.

«A queda abrupta das acções dos CTT nos últimos dias é mais uma prova de que a Bolsa portuguesa não é um local recomendável para os pequenos investidores. Milhares de accionistas correram à privatização e houve até momentos para ganhar dinheiro com mais-valias. Quem não vendeu quando as acções davam lucro e manteve o investimento na mira dos bons dividendos já está a perder dinheiro, e a empresa cortou na remuneração aos accionistas.»



2017 está a ser um bom ano na bolsa portuguesa... mas 2013 também tinha sido!
(Peguem num gráfico do S&P 500, do Dow Jones Industrials ou do Nasdaq e vejam a diferença!)


«De más experiências para a pequena poupança está a Bolsa cheia, sendo os casos mais graves as aplicações em títulos da banca (no caso do BES e Banif a perda foi total) e da Portugal Telecom, que hoje tem a Pharol como sucessora a valer uma ínfima parte.

O capitalismo popular está morto em Portugal por culpa das empresas que raramente defendem os investidores minoritários. Em Outubro de 1987 muita gente ficou queimada com o ‘crash’. As privatizações da década de 1990 iniciaram um segundo capítulo que se esvaziou com a evolução do mercado.

O caso dos CTT é apenas mais um episódio de uma triste história.»

domingo, 30 de julho de 2017

Mercados americanos: o comentário semanal de Chris Ciovacco (13)


     Vou começar esta posta da mesma forma que fiz a semana passada, com um gráfico diário actualizado do S&P 500 ($SPX):



O Sr. Ciovacco começa o vídeo a dissertar sobre fractais. Quem não souber o que é um fractal em termos genéricos, pode consultar este artigo na Wikipédia ou esta descrição ainda mais simples, ou ainda este documentário no YouTube, mas a ideia é tão simples quanto isto: um fractal é um padrão que se repete indefinidamente (ou quase) quando se observa a mesma entidade a diferentes escalas. Por exemplo:




Os fractais ocorrem naturalmente na natureza. Por exemplo, os ramos das árvores podem ser considerados de natureza fractal, uma vez que, à medida que se olha para a árvore do tronco até à copa, há uma tendência para os ramos se subdividirem cada vez mais, em ramos cada vez mais curtos e finos, como se a árvore fosse composta por outras árvores mais pequeninas. Ora reparem:


Ora, acreditem ou não, esta natureza fractal que podemos ver na imaem acima também se observa nos padrões de acção de preços da bolsa!



Pontos de interesse do vídeo do Sr. Ciovacco:

  • 02m45s O Sr. Ciovacco começa por nos mostrar um gráfico histórico semanal do compósito Value Line Geometric Index ($XVG), que procura traduzir o valor do mercado como um todo, através da normalização do valor de várias companhias listadas não apenas na NYSE e no Nasdaq mas também títulos transaccionados nos mercados de balcão. O gráfico compreende o período entre 1980 e 1995 e mostra uma longa consolidação ou lateralização multianual (7,84 anos) que termina numa "explosão" ascendente do $XVG, que valorizou 68% a até 1998.
  • 05m12s Agora o Sr. Ciovacco acrescenta ao gráfico anterior cerca de 22 anos, até ao momento actual, i.e. ficamos com um gráfico semanal do $XVG entre 1980 e 2017. O que se observa neste novo gráfico é que o padrão de consolidação anterior parece repetir-se, mas agora a uma escala maior, ou seja, parecemos estar aqui perante um fractal do gráfico anterior, com o período de lateralização a durar agora 19,27 anos. A confirmar-se o fractal, assistiremos a um período de subidas de vários anos no $XVG (atenção que probabilidade ≠ possibilidade).
  • 10m11s O fractal em causa torna-se mais claro olhando para esta versão ampliada do gráfico anterior.
  • 12m27s O Sr. Ciovacco partilha connosco uma pérola da sabedoria de Richard Donchian:
«Um movimento que é sucedido por uma período de lateralização dentro de uma gama de valores é muitas vezes seguido por um segundo movimento na mesma direcção do primeiro movimento e quase com a mesma extensão.»
-Richard Donchian, no livro Trend Following
  • 14m37s Mas a análise anterior também pode ser útil caso os mercados desvalorizem... com efeito, é preciso manter os olhos bem postos na linha de consolidação, i.e. o valor a partir da qual a cotação supera todos os máximos anteriores. Se o $XVG voltar a descer abaixo dessa linha depois de a ter penetrado, então é possível que estejamos perante uma falsa penetração ou "bull trap" (armadilha para touros) e os índices bolsistas venham a cair durante muito tempo. A chave é perceber se o $XVG se mantém acima ou abaixo dessa linha nas semanas que sucedem à sua penetração. 
  • 16m26s O Sr. Ciovacco diz-nos que, para o $XVG, essa linha andará na casa dos 508 pontos. No dia 28 de Julho, o compósito fechou a semana nos 528,66 pontos... portanto, para já, estamos acima da linha de consolidação. 
  • 24m09s O Sr. Ciovacco repete novamente o seu habitual exercício de comparar o gráfico actual do S&P 500 ($SPX) com gráficos históricos. A conclusão é semelhante àquela que temos visto nas últimas semanas, i.e. a evolução do $SPX a longo prazo é claramente bullish e (ainda) não inspira motivos de preocupação.

domingo, 23 de julho de 2017

Mercados americanos: o comentário semanal de Chris Ciovacco (12)


Hoje começo esta posta com um gráfico diário actualizado do S&P 500 ($SPX):


Basta olhar para o gráfico acima para se constatar rapidamente que 2017 tem sido um grande ano para os investidores, com o $SPX a acumular um ganho de 10,45% desde o início do ano. A questão agora é: esta festa está para durar?



Pontos de interesse do vídeo do Sr. Ciovacco:
  • 01m09s O Sr. Ciovacco começa com um gráfico diário do S&P 500 ($SPX), relativo ao período entre 2007 e 2009, no qual ele representou várias médias móveis. Olhando para o gráfico em 2007 e no início de 2008, verifica-se que, até ao espoletar da crise financeira, as médias móveis tinham todas um declive (slope) positivo, com as médias móveis de curto prazo em cima das médias móveis de longo prazo. No início de 2008, a situação inverteu-se, com as médias móveis a adquirirem um declive negativo e as médias móveis de curto prazo a ficarem por baixo das médias móveis de longo prazo. O ponto deste exercício é observar que, contrariamente ao que muita boa gente julga, os mercados não caem abruptamente do dia para a noite; é possível antever, dentro de determinados limites, a chegada de um Bear Market... e ir reduzindo progressivamente as nossas posições longas em bolsa muito antes de elas perderem a maior parte do seu valor. 
  • 09m32s Aqui temos um gráfico histórico do fundo VINFX, que se replica aproximadamente o S&P500. O gráfico cobre o período correspondente à crise financeira de 2007-2008, com a percentagem de prejuízo correspondente: 55,26%. O Sr. Ciovacco pretende mostrar-nos que a estratégia "buy & hold" (comprar e manter) pode levar a grandes perdas quando os Bear Markets chegam. Pode parecer uma verdade à La Palice, mas convém ter esta realidade sempre presentes quando se tem capital investido na bolsa.
  • 09m54s Agora o gráfico do VINFX para o período correspondente à "bolha das dot com", em que a perda para quem nunca vendeu foi de 47,44%.
  • 19m31s Vamos agora olhar para os rácios entre diferentes índices. Começando pelo IWM/SPY (Russell 2000/S&P 500 ou, talvez mais importante, small cap/large cap), o gráfico mensal entre 2000 e 2017 mostra uma tendência a longo prazo para o SPY ter um desempenho melhor do que o IWM, i.e. quem detinha o SPY durante o período em causa fez mais dinheiro do que quem detinha o IWM. O Sr. Ciovacco faz aqui um ponto importante: há momentos em que o IWM sobre mais do que o SPY, mas não vale comprar mais IWM e menos SPY só por causa disso, porque o SPY cresce mais a longo prazo.
  • 20m45s No entanto, quando se olha para o rácio IWF/SPY (large cap growth/large cap - atenção que o Russell 1000, contrariamente ao Russell 2000, não é um índice de small cap, é um índice de large cap!), a situação inverte-se. Com efeito, a performance do IWF tem superado a do SPY desde a crise-financeira de 2007-2008.
  • 22m26s O Sr. Ciovacco utiliza mais dois rácios (VUG:VT e VT:SPY) para nos mostrar que as acções americanas têm tido, ao longo dos últimos anos, um desempenho bastante superior às acções globais - é precisamente por isso que eu raramente falo dos mercados fora dos states aqui no Afonso na Bolsa... há que seguir o dinheiro 😉!
  • 24m24s Olhando agora para o SPY isoladamente e depois para o rácio EFA:SPY (acções europeias / S&P 500), verificamos que a performance relativa das acções europeias tem melhorado recentemente mas, a longo prazo, as acções americanas têm uma maior probabilidade de continuar a ter melhor desempenho (atenção que probabilidade ≠ possibilidade).
  • Já agora, a propósito de desempenho comparativo, aqui fica a performance percentual dos principais fundos transaccionáveis norte-americanos, desde o início de 2017:

  • 31m12s Revemos mais uma vez a história do $SPX, comparando a situação durante o espoletar da crise financeira de 2007-2008 e a situação actual (Julho de 2017). A comparação entre o passado e o presente não levante motivos de preocupação. A  comparação com a "bolha das dot com" leva às mesmas conclusões.
  • 35m06s A análise do ponto anterior é repetida para o Dow Jones Industrial Average e o compósito do Nasdaq. As conclusões são as mesmas: a evolução recente destes índices não suscita motivos de preocupação.

sábado, 15 de julho de 2017

Mercados americanos: o comentário semanal de Chris Ciovacco (11)


     Os mercados bolsistas americanos continuam a superar as expectativas! Estas semana, o S&P 500 ($SPX) fechou novamente num máximo histórico, desta feita nos 2459,27 pontos, tal como o Dow Jones Industrial Average ($INDU), que fechou nos 21637,74 pontos, e o  Dow Jones Industrial Transportation Average ($TRAN), que fechou nos 9742,76 pontos. O Nasdaq 100 ($NDX), o Russell 2000 ($RUT) e o S&P 400 ($MID) também se encontram perto dos seus máximos históricos, embora os dois últimos tenham andado a lateralizar desde Fevereiro deste ano. O único sector que inspira alguma prudência é o da distribuição ($DJUSRT), sendo que mesmo aqui há uma tendência de longo prazo que ainda se mantém positiva, uma vez que o índice ressaltou na sua média móvel simples a 200 dias, cujo declive se mantém ascendente.

Posto isto, é preciso ter bem presente que as divergências de médio prazo que eu identifiquei nesta posta de há pouco mais de um mês se mantêm, pelo que convém não entrar em euforias: os mercados ainda podem vir a corrigir nas próximas semanas! No entanto, a longo prazo (meses a anos), a tendência primária continua a ser de subida:



Pontos de interesse do vídeo do Sr. Ciovacco:
  • 00m29s O Sr. Ciovacco abre o vídeo de uma forma muito semelhante ao que fez na semana passada, utilizando médias móveis de longo prazo e gráficos históricos semanais do S&P 500 ($SPX) para avaliar o presente momento dos mercados bolsistas. As médias móveis escolhidas foram a média móvel simples a 30 semanas, a média móvel simples a 40 semanas e a média móvel simples a 50 semanas. O primeiro gráfico mostra o que aconteceu ao $SPX no início da crise financeira de 2007-2008, com as médias móveis mais rápidas a cruzar as mais lentas de cima para baixo, ao que se seguiu a queda continuada da valorização $SPX.  
  • 01m23s Não é de todo isso que se observa no gráfico do $SPX dos dias de hoje. Com efeito, no presente momento (Julho de 2017), todas as médias móveis mencionadas têm um declive positivo (ascendente) e as médias móveis mais rápidas estão por cima das médias móveis mais lentas.
  • 02m41s Repetindo a análise anterior para o compósito do Nasdaq ($COMPQ), as conclusões são as mesmas.
  • 03m29s O Sr. Ciovacco recupera uma análise da largura das Bandas de Bollinger que ele fez em Novembro de 2016 para o gráfico mensal do $SPX entre 1982 e 2016. Nessa análise, o Sr. Ciovacco observou que o $SPX subiu durante longos períodos de tempo quando a largura das suas Bandas de Bollinger atingiu um mínimo (enfatizo: no gráfico mensal). Nessa altura, em Novembro de 2016, o Sr. Ciovacco previu que o $SPX deveria continuar a subir, porque a largura das Bandas de Bollinger do $SPX tinha atingido um novo mínimo.
  • 04m14s Actualizando o gráfico mensal do $SPX para os dias de hoje, verifica-se que a previsão do Sr. Ciovacco foi certeira! Melhor do que isso, a largura das Bandas de Bollinger do $SPX ainda tem muito espaço para subir e, com ela, a valorização do $SPX. Mais uma vez, tenho de advertir que estamos a falar de probabilidade de continuação das subidas a longo prazo (probabilidade ≠ possibilidade), não de certezas! Na bolsa, as únicas pessoas que têm certezas são os estúpidos... e os charlatães! 
  • 04m54s Segue-se uma análise muito interessante recorrendo a dois gráficos: (1) o da evolução da diferença entre os novos máximos e os novos mínimos do compósito da NYSE ($NYHL), também designado por 'market breadth' ou largura/amplitude de mercado e (2) o gráfico do $SPX. O Sr. Ciovacco começa por sobrepor estes dois gráficos em 2000 (bolha das dot com) e em 2007 (crise financeira). Em ambos os casos, 2000 e 2007, observava-se uma notória divergência entre a evolução do $NYHL e do $SPX...
  • 05m32s ...mas não é isso que se observa nos seus gráficos actuais. Apesar se observar uma certa saturação na evolução $NYHL, a sua evolução continua a ser positiva, tal como a evolução do $SPX.
  • 06m00s Agora vem um gráfico mensal do $SPX com as médias móveis de convergência e divergência (MACD). Já vimos este gráfico antes, mas o Sr. Ciovacco decidiu actualizá-lo. O ponto a reter é que os cruzamentos positivos do MACD mensal são eventos raros, mas excepcionalmente favoráveis para os investidores, porque tendem a ser seguidos por subidas prolongadas das cotações. Ora, foi precisamente um cruzamento positivo do MACD que ocorreu no final de 2016 e, desde então, o $SPX ainda não parou de subir. A festa poderá estar prestes a acabar mas, para já, ainda há sinais que indiquem isso.
  • 08m33s Repetindo o exercício anterior para o MACD mensal do rácio SPY:TLT (S&P 500 a dividir pelas obrigações do tesouro americano a 20+ anos), também não parece haver motivos de preocupação.
  • 11m44s O Sr. Ciovacco recupera aqui um gráfico do compósito da NYSE ($NYA) entre 1997 e 2017, sobre o qual ele desenhou duas caixas ou rectângulos de consolidação: (1) o primeiro, com 20 anos, enquadra o máximo pré-crise financeira de 2007-2008 com o mínimo pós crise financeira de 2007-2008; (2) o segundo, com cerca de 4 anos, enquadra o máximo observado desde a penetração do rectângulo anterior com o mínimo observado desde a penetração do rectângulo anterior. Vamos chamar ao primeiro rectângulo R20 e ao segundo rectângulo R4. Verifica-se que ambos R20 e R4 foram penetrados para cima e subsequentemente retestados com sucesso (i.e. o preço voltou a descer e a retestar o lado superior do rectângulo, para depois subir novamente). Mais importante do que isso, a penetração de R4, mais recente, parece ter sido feita com grande sucesso, com um reteste bem-sucedido e novos máximos a serem atingidos várias vezes ao longo dos últimos meses.
  • 14m29s Olhando para o gráfico mensal do $NYA desde 1965, parece legítimo argumentar que é possível que o compósito da NYSE continue a valorizar durante muitos anos, uma vez que saímos recentemente de uma zona de consolidação com quase 2 décadas, bastante semelhante àquela que se observou entre 1965 e 1982, que foi seguida por ganhos de 1008% ao longo dos 18 anos seguintes, i.e. entre 1982 e 2000.
  • 15m10s Outra forma de ver a coisa é olhar para o gráfico mensal do $NYA sobreposto à sua média móvel simples a 50 meses. No passado, quando o $NYA cruzou a mms(50) de cima para baixo, entrámos em Bear Market. Foi o que aconteceu em 2001 e em 2008. Por outro lado, houve alturas em que o $NYA desceu até à mms(50) mas ressaltou, i.e. voltou a subir, como por exemplo em 1984, em 1987, em 1991 e em 1994. Nesses casos, o $NYA continuou a subir durante anos! Ora, quando se olha para a situação presente (em 2017), parecemos estar precisamente perante um desses ressaltos, o que nos deve deixar optimistas quanto ao futuro (mas atenção, optimismo ≠ certeza ou, mais uma vez, probabilidade ≠ possibilidade).

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Mercados americanos: o comentário semanal de Chris Ciovacco (10)


    Os principais índices bolsistas norte-americanos passaram o mês de Junho a lateralizar, o que é bastante bom. Os mercados têm subido rápida e continuamente desde a eleição do Presidente Trump e, nestas coisas dos mercados, as subidas prolongadas tendem a traduzir-se em quedas pronunciadas. Por isso, mais vale fazer uma pausa de algumas semanas para depois retomar a tendência primária de subida do que continuar a subir em flecha para depois nos afundarmos como um prego na água.

    Faço notar que esta lateralização ainda tem o potencial para se transformar numa correcção. Todos os grandes índices dos EUA (S&P 500, Nasdaq 100, NYSE, Dow Jones Industrial Average) estão muito acima da sua média móvel simples a 40 semanas, o que dá muito espaço para quedas.



Pontos de interesse do vídeo do Sr. Ciovacco:
  • 01m33s O Sr. Ciovacco começa o vídeo com um dos seus clássicos, a utilização de médias móveis de longo prazo e de gráficos históricos semanais do S&P 500 ($SPX) para avaliar o presente momento dos mercados bolsistas. Como habitual, os períodos históricos escolhidos são a "bolha das dot com" em 2000-2001 e a crise do mercado imobiliário de 2007-2008. O ponto a reter é que a situação presente não tem nada a ver com as duas anteriores, o que aponta para a probabilidade (mais uma vez enfatizo que probabilidade ≠ possibilidade) de continuação das subidas a longo prazo.
  • 03m12s A análise anterior é repetida para o Dow Jones Industrial Average ($INDU), mas desta vez o Sr. Ciovacco limita-se a comparar a situação actual com a situação em 2007. As conclusões são semelhantes às que foram retiradas no caso do $SPX.
  • 03m40s O mesmo sucede com o compósito do Nasdaq ($COMPQ).
  • 04m09s Olhando agora para o histórico do rácio entre o SPY e as obrigações a 20+ anos (TLT), observa-se que, em 2007, o SPY:TLT atingiu o seu pico antes de as acções começarem a cair. Por outras palavras, o SPY:TLT indicava que as obrigações estavam a ser preferidas pelos investidores em relação às acções, dois meses antes de o S&P 500 começar a cair. Comparando esse gráfico de 2007 com o presente, ainda não parece haver motivos para alarme.
  • 05m48s Já o rácio entre o $SPX e o seu índice de volatilidade ($VIX) tende a degradar-se muito antes de a valorização do S&P 500 cair. Foi precisamente isso que aconteceu em 2007, com o espoletar da crise financeira: o $SPX:$VIX caiu oito meses antes de o S&P 500 começar a cair. No entanto, a evolução recente do $SPX:$VIX é exactamente oposta à que se observava em 2007, o que aponta para a probabilidade  de continuação das subidas a longo prazo.
  • 07m01s Agora é a vez do rácio entre as empresas de pequena capitalização bolsista (small cap) e as obrigações a 20+ anos (TLT). Neste caso, o rácio IWM:TLT avisou que as coisas não estavam bem três meses antes de a valorização das small cap começar a cair. Mais uma vez, a situação presente do rácio IWM:TLT não se parece nada com a sua situação em 2007.
  • 08m00s Em 2007, o rácio entre os sector financeiro (XLF) as obrigações a 20+ anos (TLT) deu o sinal de alarme quatro meses antes de a valorização do S&P 500 atingir o topo. Actualmente, o rácio XLF:TLT ainda não inspira motivos de preocupação.
  • 08m51s Olhando para o mercado de acções em termos globais, através do fundo transaccionável VTI, também ainda não há motivos de preocupação.
  • 09m32s Repetindo os exercícios anteriores para o rácio SPY:GLD (S&P 500:Ouro), verifica-se que, em 2007, o SPY:GLD "avisou" que as acções iriam cair três meses antes e a valorização do S&P 500 atingir o seu ponto máximo. Olhando para o presente, o SPY:GLD ainda não indica que as acções estão prestes a cair. Pelo contrário, o SPY está a bater o GLD em quase 2%.
  • 10m43s As conclusões são semelhantes quando olhamos para o rácio QQQ:GLD (Nasdaq:Ouro) em 2007 e na actualidade.
  • 12m29s O Sr. Ciovacco retoma uma análise da evolução mensal do índice de força relativa (relative strenght index - RSI) do S&P500 ($SPX) que já tinha apresentado num dos seus vídeos anteriores. A parte mais importante deste gráfico é que, em 1985 e em 1995, o $SPX continuou a subir durante anos após o RSI entrar em território de "sobrecompra", i.e. RSI > 70%. Evidentemente, nada garante que isso se repita agora em 2017, mas mais uma vez há que considerar a diferença entre probabilidade e possibilidade. Todas as possibilidades estão em cima da mesa, mas a probabilidade aponta claramente para a continuação das subidas a longo prazo. O que nos leva ao próximo gráfico...
  • 13m37s Não se pense que, caso o cenário mais optimista se confirme, i.e. a continuação das subidas a longo prazo, tudo vá ser agradável, como um passeio no campo num belo dia ameno de Primavera. Nada disso, nos mercados bolsistas -como em tudo o que vale a pena na vida- nada se consegue sem sofrimento. Com efeito, o Sr. Ciovacco vai buscar o gráfico do $SPX a seguir ao evento de 1985 para ilustrar que, ao longo da subida que durou cerca de 580 dias, houve inúmeros períodos de recuo acentuado, um dos quais com uma desvalorização de 9,43%!
  • 14m02s O mesmo sucedeu a seguir ao evento de 1995 que, entre vários recuos de cotação significativos, teve um de 9,63%!
  • 16m30s E agora um exercício realmente interessante! Estando nós naquilo que poderá vir a revelar-se como uma correcção, até onde poderá recuar o gráfico diário do $SPX? Tomando como referência os casos de 1985 e 1995, o S&P 500 poderá recuar até aos 2240 pontos (fechou a sessão de sexta-feira nos 2425,18 pontos), sendo que há uma maior probabilidade de permanecer na zona acima dos 2340 pontos.

domingo, 2 de julho de 2017

Mercados americanos: o comentário semanal de Chris Ciovacco (9)


     Nunca falha: basta os mercados caírem alguns pontos percentuais para aparecerem logo os profetas do apocalipse a vaticinar o fim do Bull Market! Mas quem segue este blogue sabe que a presente correcção era esperada e até desejável. Aliás, o mais provável é que os principais índices bolsistas ainda caiam mais uns dias ou até semanas antes de voltarem a subir. Nesta vida, nada se ganha de uma forma linear... e um Bull Market saudável é como a sedução: dois passoa para a frente, um passo para trás! 😜



Pontos de interesse do vídeo do Sr. Ciovacco:
  • 02m53s O Sr. Ciovacco recupera um interessante Q&A (perguntas e respostas) de um dos livros da famosa série "Market Wizards" (feiticeiros dos mercados). A pérola de sabedoria em causa é uma das realidades mais duras dos mercados mobiliários: para se obter grandes lucros na bolsa, é preciso aguentar períodos negativos e perdas de valorização bolsista significativas. Isto vem ao encontro das citações de Jesse Livermore aqui deixadas há três semanas que alertavam para  necessidade de não transaccionarmos constantemente durante um Bull Market, sob pena de provocarmos a erosão significativa dos nossos ganhos. É por isso que a bolsa não é para todos: é preciso ter estômago para ver o nosso dinheiro diminuir durante algum tempo... mas é isso que, paradoxalmente, o acabará por fazer subir a longo prazo.
  • 03m56s Voltando novamente ao gráfico anual do $COMPQ, podemos verificar que, desde Novembro de 1995, sempre que a média móvel simples a 10 meses se manteve acima da média móvel a 15 meses, o compósito do Nasdaq subiu, em especial no período a seguir ao cruzamento da mms(10) sobre  mms(15), de cima para baixo (1995 e 2003 e, mais importante, 2017).

quinta-feira, 22 de junho de 2017

domingo, 11 de junho de 2017

Mercados americanos: o comentário semanal de Chris Ciovacco (8)


     E na sequência do vídeo do Sr. Shannon, com ênfase no curto/médio prazo, vamos ouvir agora o Sr. Ciovacco, com ênfase no longo prazo (o prazo que interessa realmente aos investidores). O vídeo de hoje é um pouco mais longo do que o habitual, mas praticamente toda a informação nele contida é importante.



Pontos de interesse do vídeo do Sr. Ciovacco:
  • 00m27s O Sr. Ciovacco abre o vídeo a dissertar acerca da sua forma de identificar padrões em duas curvas: (1) a curva do sentimento neutral e (2) a curva do sentimento bullish. Quem não souber o que é sentimento de mercado, pode ler sobre o básico sobre o assunto aqui.
  • 03m12s Quando sobrepomos o gráfico anual do S&P 500 às duas curvas anteriores (a fonte do gráfico é esta, já agora) observamos vários fenómenos curiosos: entre 2016 e 2017, o sentimento neutral diminuiu e o sentimento bullish aumentou; a evolução de ambos os sentimentos parece oposta àquela que se observou durante os bear markets de 2001 e de 2008; incluí o gráfico em baixo para uma melhor observação; o ponto principal a reter é que quando o sentimento neutral diminui e o sentimento bullish aumenta, o S&P 500 tende a subir durante longos períodos de tempo.


  • 07m54s O Sr. Ciovacco retoma uma análise da evolução mensal do indicador de força da tendência ADX (Average Direccional Index) que apresentou num dos seus vídeos anteriores. A análise foi feita sobre o compósito da NYSE ($NYA). Olhando para os períodos dentro dos rectângulos verdes, observa-se que o ADX cruza ambas as suas duas componentes DI- e DI+ de cima para baixo. No passado, este tipo de cruzamento foi seguido por períodos de subidas prolongadas no $NYA. Por outro lado, a situação actual do ADX não se parece nada com os casos de  1987 e em 1998 (rectângulos vermelhos) que, como bem sabemos, foram seguidos por Bear Markets brutais.


  • 10m03s Outra semelhança importante entre a situação actual do $NYA e o seu passado reside no facto de termos vivido um período de consolidação (ou lateralização) do índice, i.e. um período em que o índice permaneceu dentro de uma caixa ou rectângulo de consolidação que foi penetrado recentemente; este fenómeno observa-se em ambos $NYA e $SPX.
  • 11m32s O gráfico que se segue também é bastante interessante: nele podemos ver a evolução mensal do $SPX juntamente com a sua média móvel de convergência-divergência (MACD). As linhas verticais assinalam cruzamentos negativos e positivos do MACD. Repare-se que o mais recente cruzamento positivo ocorreu precisamente no início de 2017. O Sr. Ciovacco faz depois análise semelhantes usando a largura das Bandas de Bollinger e o RSI.



  • 21m35s Olhando agora para o sector dos semicondutores através do gráfico da NVIDIA (NVDA:Nasdaq GS), opção que eu acho algo estranha, observa-se a penetração recente de um rectângulo de consolidação que vigorava desde o final de 2016. O Sr. Ciovacco acha que o preço subiu muito rapidamente desde essa penetração pelo que deverá recuar nas próximas sessões, possivelmente até à zona de resistência anterior, algures nos $120.
  • 22m34s O Sr. Ciovacco faz aqui o mesmo ponto que eu fiz ontem a propósito da situação actual no  $SPX: há já muitos meses que o $SPX não desce até às suas médias móveis simples principais de médio prazo (o Sr. Ciovacco as MMS a 30 e 40 e 50 semanas); esta situação não é sustentável a longo prazo e, conforme eu expliquei ontem, é apenas uma questão de tempo até que vejamos uma correcção até esses níveis ou até próximo desses níveis.
  • 34m34s Olhando para o rácio entre as empresas de pequena capitalização bolsista (small cap) e as empresas de grande capitalização bolsista (large cap), recorrendo aos fundos transaccionáveis correspondentes, IWM:SPY, observa-se que as small cap têm rendido bastante menos do que as large cap. O Sr. Ciovacco traçou um canal de transacção descendente dentro do qual o rácio IWM:SPY parece estar a deslocar-se. Enquanto o rácio não superar o limite superior dessa canal, as large cap continuarão a ser preferíveis às small cap.
  • 35m46s O mesmo pode ser dito em relação ao rácio entre  sector dos materiais e as large cap, XLB:SPY e ao rácio entre as empresas de média capitalização bolsista (mid cap) e as large cap, MDY:SPY.
  • 36m31s No entanto, a situação muda completamente quando se compara o rácio entre o sector tecnológico e as large cap, (XLK:SPY). Com efeito, o rácio em causa encontra-se presentemente bem acima da sua média móvel simples a 50 dias, tendo inclusivamente penetrado um rectângulo de consolidação multianual que vigorava pelo menos desde 2007 (o Sr. Ciovacco leva-o mesmo até 2003).
  • 35m46s O mesmo pode ser dito em relação ao sector bancário (não confundir com o sector financeiro como um todo): o rácio KBE:SPY parece ter superado com sucesso um canal de transacção descendente. 
  • 39m11s O Sr. Ciovacco fecha o vídeo em grande, citando uma série de princípios valiosíssimos do colosso Jesse Livermore, o "grande urso de Wall Street":
«Os negociadores de sucesso seguem sempre o caminho da menor resistência.»

«Dizem que jamais se ficará pobre por fechar posições com lucro. Pois não. Mas também nunca se ficará rico se se tiver lucros de [apenas] 4% num Bull Market.»
«Nunca foi o meu pensar que me fez ganhar dinheiro. Foi sempre o meu sentar.»
(para quem não percebeu: quando existe uma tendência primária bem definida, como no caso específico de um Bull Market, é bem melhor estar quieto do que andar constantemente a inventar! 😜)

sábado, 10 de junho de 2017

Mercados americanos: a análise semanal de Brian Shannon (74)


     Antes de  olharmos para o vídeo do Sr. Shannon, deixo aqui um gráfico diário do S&P 500 ($SPX) onde assinalei três divergências entre a evolução do índice (desde Março até agora) e evolução de três indicadores técnicos durante o mesmo período: (1) o índice de força relativa -RSI(14), (2) a média móvel de convergência-divergência -MACD(6,12,9) e (3) o Fluxo de Dinheiro de Chaikin -CMF(20).

Este género de divergências indica que poderá haver em breve uma correcção significativa do $SPX. Até onde? Bem, há uma zona de suporte óbvia na casa dos 2325 pontos, mas divergências deste género têm potencial para levar o $SPX até à sua média móvel simples a 200 dias -MA(200), actualmente nos 2273,84 pontos. Devo dizer que esse cenário seria de certa forma desejável: desde a eleição do Presidente Trump, a 8 de Novembro de 2016, que o $SPX não desce até à sua MA(200)

Os mercados são como a sedução, dois passos em frente, um passo para trás. Quando se dão muitos passos em frente de uma vez, costumam dar-se vários passos atrás a seguir. Ou se preferirem, os mercados são como os fenómenos sísmicos: quanto mais tempo reina a calmaria, mais forte tende a ser o terramoto no final! Ou ainda, os mercados são como os atletas, precisam de parar para descansar de vez em quando; quanto mais esforço seguido fizerem, mais significativo será o cansaço acumulado e mais prolongada tenderá a ser a paragem.


Quanto ao vídeo do Sr. Shannon, uma notícia saída hoje sobre a lentidão da capacidade de download do futuro iPhone 8 relativamente aos seus rivais fez a Apple (AAPL:Nasdaq GS) perder quase 4% da sua cotação só na sessão de hoje, arrastando consigo o sector tecnológico norte-americano. Certas notícias têm este efeito, mas são ruído de curto prazo. A nós, investidores, interessa-nos sobretudo a perspectiva fundamental a longo prazo, que se mantém positiva.



  • Pontos-chave do vídeo do Sr. Shannon:
[00m44s]: o gráfico diário do S&P 500 (SPY) continua em clara tendência ascendente, mas o SPY fechou a sessão abaixo da sua média móvel simples a 5 dias, o que nos deve colocar sobre aviso em relação à próxima semana. Em caso de correcção, o Sr. Shannon acha que o primeiro nível de suporte a ter em conta andará entre os $241 e os $241,25.

[02m01s]: o Nasdaq 100 (QQQ) levou uma valente tareia na sessão de hoje, mas "uma andorinha não faz a primavera". O que é preciso agora é manter a calma e esperar pelo estabilizar da correcção durante as próximas sessões.

[03m49s]: o Russell 2000 (IWM) penetrou finamente a zona de consolidação em que se encontrava, fechando num novo máximo histórico: $141,61. O Sr. Shannon acha que o IWM não deverá preocupar-nos enquanto se mantiver acima dos $138,50.

[05m02s]: sendo parte integrante do sector tecnológico, os semicondutores (SMH) também tiveram um dia para esquecer (-3,78%). Ainda assim, fecharam bem acima da sua média móvel simples a 50 dias, cujo declive permanece fortemente ascendente. O Sr. Shannon acha que o SMH poderá continuar a cair até aos $83, onde se encontra a média de preços ponderada por volume (volume weighted average price - VWAP) traçada desde o mínimo de Abril ($76,25).

[06m33s]: o sector das biotecnológicas (IBB) voltou a desiludir. Depois de ter subido durante a semana passada, o IBB esbarrou novamente na barreira dos $300, onde tem sido travado repetidamente desde o início de 2016. O Sr. Shannon diz que está bullish a longo prazo, mas é-me bastante difícil partilhar o seu optimismo, pelo menos, para já. Sublinho no entanto que o especialista é ele, não sou eu!

[07m32s]: as obrigações do tesouro americano a 20+ anos (TLT) registaram algumas subidas recentemente, mas o Sr. Shannon acha que é sol de pouca dura.

[07m56s]: o sector financeiro (XLF) parece ter-se livrado e um potencial padrão de "cabeça e ombros", sendo que a probabilidade de registar novas subidas é significativa. Não é um sector que me agrade: apesar da recuperação este ano, continua abaixo do máximo de 2015 e a sua performance relativamente ao SPY tem sido negativa.

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Mercados americanos: o comentário semanal de Chris Ciovacco (7)


     Não tenho acutalizado este blogue muitas vezes ao longo deste ano, mas isso é só porque há muito pouco para dizer.  Pessoalmente, estou a viver o meu melhor momento em bolsa de sempre: todas as minhas posições em bolsa têm lucro e os meus ganhos aumentaram significativamente em 2017. Claro que isto ainda pode mudar até ao fim do ano mas, para já, o caminho dos mercados bolsistas aponta claramente para cima.

Tenho no entanto de admitir que uma parte do meu desempenho se deve aos vídeos deste grande senhor, o Chris Ciovacco. A sua visão multimensal e multianual dos mercados deu-me uma perspectiva muito tranquilizadora da situação, sobretudo depois do Brexit. Na bolsa, nunca nada é garantido e o pior é que há muita gente a contar mentiras e historinhas da carochinha (basta ver a quantidade de vídeos que há na internet com "especialistas" a avisar-nos que vem aí um grande crash... já desde 2011 😠). E é precisamente aí que entra o Sr. Ciovacco: há que distinguir entre possibilidade e probabilidade. Todas as possibilidades estão em cima da mesa mas, a longo prazo, as as probabilidades apontam para a continuação das subidas. O resto é ruído de fundo, ou pouco mais do que isso...

segunda-feira, 15 de maio de 2017

S&P 500: gráficos diário e semanal


Conforme tenho avisado nas últimas semanas, há alguns sinais de fraqueza no $SPX que se têm vindo a acumular. Com as setas que desenhei no gráfico diário abaixo prentendo salientar:
  • Setas vermelhas no RSI: o indicador de momento mostra que as subidas do S&P500 estão a abrandar; com efeito, o S&P 500 já não atinge a zona de sobrecompra desde o início de Março.
  • Seta azul na média móvel simples a 50 dias: o declive desta MM está a ficar horizontal; isto significa qo $SPX tem estado a lateralizar, como ilustra o facto de o $SPX ter esbarrado duas vezes nos 2400 pontos, uma no início de Março e outra no início deste mês; pode-se até argumentar que existe a possibilidade de se estar a desenhar um "topo duplo" no $SPX, mas ainda é cedo para tirar essa conclusão em definitivo.
  • Se vermelha sobre o MACD: a diferença entre as médidas móveis exponencias a 12 e  26 semanas (linha preta) estão a cruzar o sinal a nove semanas (linha vermelha), de cima para baixo; esta evolução é típicamente bearish, quanto mais não seja por alguns dias.
 


O que é preciso sublinhar é quea tendência de longo prazo continua a ser ascendente.

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Mercados americanos: o comentário semanal de Chris Ciovacco (6)


     Aqui fica o comentário semanal do Chris Ciovacco. A mensagem a reter é simples: os índices bolsistas poderão cair nos próximos dias ou até semanas mas, a longo prazo, a tendência é de continuação das subidas.


Pontos de interesse do vídeo do Sr. Ciovacco:

  • 00m26s O Sr. Ciovacco começa com um gráfico semanal do SP &500 ($SPX) em formato OHLC, actualizado para o fecho de mercado da última sexta-feira. Nesse gráfico, a barra correspondente à última semana abriu "em salto" ascendente (gap up) e manetve-se sempre acima dos níveis da semana anterior, algo que o Sr. Ciovacco considera ser um "fenómeno raro" e demomstrativo de uma ausência de pressão vendedora (jé eu, tendo a dar muito pouca importância a estas coisas dos "saltos"; o que me interessa realmente é o sentido da tendência primária).
  • 02m31s Passando para o gráfico mensal do compósito da NYSE ($NYA), o Sr. Ciovacco desenhou um rectângulo com 19 anos que parece ter sido penetrado (para cima) com sucesso desde a eleição do Presidente Trump.
  • 03m15s O Sr. Ciovacco desenhou outro  rectângulo no gráfico semanal do $NYA, desta feita de tres anos e alguns meses; também neste caso parece haver penetração, embora estejamos presentemente a assistir àquilo que parece ser um reteste do limite superior  do rectâmgulo
  • 04m24s Olhando agora para as médias móveis do gráfico diário do S&P 500, mais concretamente a média móvel simples a 50 dias e a média móvel simples a a 200 dias, pode ver-se que, não obstante algum perda de momento ascendente, o declive de ambas MMS e a distância entre elas ainda não inspiram preocupações de maior.
  • 05m36s Outrossim, a média móvel simples a 100 dias do gráfico diário do $SPX, pode ver-se uma consolidação de 15, 8 anos, seguida de uma penetração convincente que, para já, não nos dá motivos de preocupação.
  • 06m00s É possível ver, no MACD do gráfico mensal do $SPX, que o cruzamento "bullish" que se seguiu à eleição do Presidente Trump continua válido. O mesmo pode ser dito em relação ao TSI, à largura das Bandas de Bollinger e ao RSI.
  • 08m03s Sobrepondo agora a média móvel simples a 30 semanas, a média móvel simples a  40 semanas e a média móvel simples a 50 semanas (ainda para o $SPX), é possível verificar que todas elas têm um declive saudavelmente ascendente, com uma boa separação (distância) entre elas.
  • 14m46s Olhando para a média móvel simples a 100 dias, a média móvel simples a  200 dias e a média móvel simples a 300 dias (ainda para o $SPX), a probabilidade aponta para a continuação das subdias a longo prazo.

quarta-feira, 5 de abril de 2017

E agora o SPY, num gráfico muito pouco usual


    Em velas de 195 minutos, i.e. duas velas por sessão de mercado (1 sessão = 6,5 horas = 390 minutos). Cortesia do grande Brian Shannon, que o partilhou na sua conta do StockTwits. Recordo que hoje o SPY fechou nos $ 235,48. Ou seja, muito perto mas ainda abaixo da média de preços ponderada por volume (volume weighted average price -VWAP) traçada a partir do máximo do início de Março.


terça-feira, 4 de abril de 2017

$SPX (gráfico semanal), a 3 de Abril de 2017


     Praticamente não tenho actualizado este blogue porque os mercados têm estado bastante fáceis desde que o Presidente Trump foi eleito. No entanto, há alguns sinais de uma possível exaustão do momento ascendente, pelo que convém termos em conta até onde é que as valorizações podem descer em caso de correcção:


A situação é tão simples quanto isto: desde que o Presidente Trump venceu as eleições, a 8 de Novembro de 2016, o $SPX ainda não parou de subir. No entanto, é preciso ver que:
  • a acção de preços no gráfico semanal afastou-se (recuou) ligeiramente da sua banda de Bollinger superior;
  • a diferença entre as médias móveis exponenciais do MACD cruzou o sinal, o que poderá indiciar quedas nas próximas semanas;
  • o RSI saiu da zona de sobrecomprado e parece estar a dirigir-se para a fronteira bullish-bearish (50%), o que também poderá indiciar quedas nas próximas semanas;
  • há uma divergência multimensal entre o MACD e o seu histograma
  • desde o início de 2016, o volume transaccionado tem vindo a diminuir.
Tudo isto aponta para a possibilidade de ocorrência de uma correcção semanal até ao fim do mês. A acontecer, não deverá ser nada de preocupante, pois:
  • Há muito espaço para o $SPX poder descer sem alarme até à média móvel simples a 40 semanas, que já serviu de suporte em Junho de 2016 (Brexit) e em Novembro de 2016 (Presidenciais EUA );
  • Mesmo que a média móvel simples a 40 semanas seja quebrada, há uma zona de suporte multianual (a amarelo) entre os 2100 e os 2125 pontos, que começou por servir de resistência em 2015 e depois passou a suporte com a eleição do Presidente Trump;
  • A reforçar essa zona de suporte estão a banda de Bollinger inferior e a média móvel simples a 100 semanas.
Resumindo e concluindo, para já, tudo tranquilo. Como dizem os americanos, agora é agarrar nas pipocas e apreciar o espectáculo!

sábado, 4 de março de 2017

Mercados americanos: o comentário semanal de Chris Ciovacco (5)


    Quase quatro meses depois, o efeito Trump persiste! Desde a eleição do Presidente dos EUA, os principais índices bolsistas norte-americanos não pararam de subir! Mas eis que agora surge (música dramática)... a Reserva Federal! Sim, a FED, ou melhor a sua Presidente, a minorca Janet Yellen,



Pontos de interesse do vídeo do Sr. Ciovacco:

  • 01m05s O Sr. Ciovacco começa o seu vídeo com uma interessante análise da evolução mensal do indicador de força relativa (relative strenght index, RSI) que entrou recentemente na zona de "sobrecomprado", a verde no gráfico que se pode ver no vídeo. O Sr. Ciovacco mostra-nos que isto não significa necessariamente que os mercados vão cair, recorrendo a um exemplo do ano de 1985, outro do ano 1995 e outros do ano de 2013.
  • 04m00s Tomando os três exemplos anteriores como referência e olhando para o que se passou em 2016 e também nos primeiros meses de 2017, parece que estamos numa situação bastante semelhante, com o RSI mensal a aguentar acima dos 50% (fronteira bullish/bearish) durante 2016, para depois subir rapidamente para a zona acima dos 70% (sobrecomprado) em 2017.

domingo, 29 de janeiro de 2017

Mercados americanos: o comentário semanal de Chris Ciovacco (4)


    Tenho de confessar que não esperava que os mercados bolsistas norte-americanos reagissem tão bem à vitória de Donald Trump. O S&P 500 ($SPX) fechou a semana nos 2294,69 pontos, bastante próximo do seu máximo histórico, 2300,99 pontos, registado no passado dia 26 de Janeiro. Os mé(r)dia avançam a explicação de que as promessas de desregulamentação da banca do Sr. Trump são as responsáveis pela subidas dos índices nos últimos dois meses. Eu cá não acredito em quase nada do que os mé(r)dia publicam, pelo que decidi ouvir a opinião do Sr. Ciovacco, já que ele tem acertado quase sempre nos últimos dois anos:



Pontos de interesse do vídeo do Sr. Ciovacco:

  • 01m51s O Sr. Ciovacco começa por nos recordar algumas das várias previsões apocalípticas para a evolução dos índices bolsistas americanos nos dias que precederam as eleições presidenciais deste ano; o consenso geral era de que a vitória de Donald Trump iria despoletar uma forte correcção nos mercados, mas aconteceu precisamente o contrário. Tomem nota: aquilo que os mé(r)dia e os "gurus" nos dizem sobre os mercados interessa tanto para os nossos investimentos quanto a cor das cuecas da Cristina Ferreira; não, não estou a exagerar, em 99% dos casos, os mé(r)dia financeiros só dizem merda, sem ofensa para a merda!
  • 07m35s Recuperando o gráfico das três médias móveis simples semanais do S&P500 $SPX (30, 40 e 50 semanas) em meados de Outubro de 2016, era possível observar que todas elas apresentavam declives positivos e estavam empilhadas de uma forma bullish (médias móveis de curto prazo em cima das de longo prazo); em Dezembro de 2009, esta disposição mantinham-se, indicando que a vitória do Sr. Trump não tinha alterado essa perspectiva optimista dos mercados.
  • 08m48s Com efeito, verifica-se agora em Janeiro de 2017 que os sectores de investimento (finanças, indústria, bens de consumo, energia, tecnologia) valorizaram continuadamente desde Outubro, enquanto os sectores defensivos (ouro, prata, obrigações, imobiliário) desvalorizaram.
  • 09m19s Mas as coisas estão a tornar-se ainda mais interessantes. No gráfico do compósito da NYSE ($NYA), por exemplo, o Sr. Ciovacco desenhou uma caixa de consolidação (ou rectângulo) cujo início remonta  a Junho de 2013; essa caixa de consolidação foi penetrada para cima na sexta-feira passada e, embora seja necessário aguardar para termos as certeza que a penetração será bem-sucedida, o $NYA tem dado sucessivos sinais de força ascendente.
  • 10m28s Mas há mais! Há um segundo rectângulo, de ainda de mais longo prazo (remonta já ao ano de 2007, ou seja, antes da crise financeira) que também parece estar a ser penetrado! Além disso, tomando como referência o máximo do Bull Market pré-crise, temos um terceiro rectângulo de consolidação multianual de 19,6 anos... que também está a ser penetrado para cima! O Sr. Ciovacco diz que sito pode vir a ser "a mãe de todos os sinais".
  • 12m56s Também pode ver-se, recuando no gráfico mensal do $NYA até 1965, que houve um rectângulo multianual muito semelhante ao terceiro citado anteriormente, que durou 17 anos, entre 1965 e 1982. Ora, esse rectângulo multianual foi sucedido por uma forte subida do $NYA nos 18 anos seguintes, nada mais nada menos do que 1008%!!! Claro que nada garante que é isso que vai acontecer a seguir... mas essas possibilidade deve ser tida em conta.
  • 21m16s Este gráfico, que o Sr. Ciovacco constrói gradualmente ao longo do segundo terço deste vídeo, ilustra a forma como a média móvel simples a cinquenta semanas pode ser usada juntamente com o índice para identificar Bull Markets e Bear Markets.
  • 24m21s Este