quinta-feira, 22 de junho de 2017

domingo, 11 de junho de 2017

Mercados americanos: o comentário semanal de Chris Ciovacco (8)


     E na sequência do vídeo do Sr. Shannon, com ênfase no curto/médio prazo, vamos ouvir agora o Sr. Ciovacco, com ênfase no longo prazo (o prazo que interessa realmente aos investidores). O vídeo de hoje é um pouco mais longo do que o habitual, mas praticamente toda a informação nele contida é importante.



Pontos de interesse do vídeo do Sr. Ciovacco:
  • 00m27s O Sr. Ciovacco abre o vídeo a dissertar acerca da sua forma de identificar padrões em duas curvas: (1) a curva do sentimento neutral e (2) a curva do sentimento bullish. Quem não souber o que é sentimento de mercado, pode ler sobre o básico sobre o assunto aqui.
  • 03m12s Quando sobrepomos o gráfico anual do S&P 500 às duas curvas anteriores (a fonte do gráfico é esta, já agora) observamos vários fenómenos curiosos: entre 2016 e 2017, o sentimento neutral diminuiu e o sentimento bullish aumentou; a evolução de ambos os sentimentos parece oposta àquela que se observou durante os bear markets de 2001 e de 2008; incluí o gráfico em baixo para uma melhor observação; o ponto principal a reter é que quando o sentimento neutral diminui e o sentimento bullish aumenta, o S&P 500 tende a subir durante longos períodos de tempo.


  • 07m54s O Sr. Ciovacco retoma uma análise da evolução mensal do indicador de força da tendência ADX (Average Direccional Index) que apresentou num dos seus vídeos anteriores. A análise foi feita sobre o compósito da NYSE ($NYA). Olhando para os períodos dentro dos rectângulos verdes, observa-se que o ADX cruza ambas as suas duas componentes DI- e DI+ de cima para baixo. No passado, este tipo de cruzamento foi seguido por períodos de subidas prolongadas no $NYA. Por outro lado, a situação actual do ADX não se parece nada com os casos de  1987 e em 1998 (rectângulos vermelhos) que, como bem sabemos, foram seguidos por Bear Markets brutais.


  • 10m03s Outra semelhança importante entre a situação actual do $NYA e o seu passado reside no facto de termos vivido um período de consolidação (ou lateralização) do índice, i.e. um período em que o índice permaneceu dentro de uma caixa ou rectângulo de consolidação que foi penetrado recentemente; este fenómeno observa-se em ambos $NYA e $SPX.
  • 11m32s O gráfico que se segue também é bastante interessante: nele podemos ver a evolução mensal do $SPX juntamente com a sua média móvel de convergência-divergência (MACD). As linhas verticais assinalam cruzamentos negativos e positivos do MACD. Repare-se que o mais recente cruzamento positivo ocorreu precisamente no início de 2017. O Sr. Ciovacco faz depois análise semelhantes usando a largura das Bandas de Bollinger e o RSI.



  • 21m35s Olhando agora para o sector dos semicondutores através do gráfico da NVIDIA (NVDA:Nasdaq GS), opção que eu acho algo estranha, observa-se a penetração recente de um rectângulo de consolidação que vigorava desde o final de 2016. O Sr. Ciovacco acha que o preço subiu muito rapidamente desde essa penetração pelo que deverá recuar nas próximas sessões, possivelmente até à zona de resistência anterior, algures nos $120.
  • 22m34s O Sr. Ciovacco faz aqui o mesmo ponto que eu fiz ontem a propósito da situação actual no  $SPX: há já muitos meses que o $SPX não desce até às suas médias móveis simples principais de médio prazo (o Sr. Ciovacco as MMS a 30 e 40 e 50 semanas); esta situação não é sustentável a longo prazo e, conforme eu expliquei ontem, é apenas uma questão de tempo até que vejamos uma correcção até esses níveis ou até próximo desses níveis.
  • 34m34s Olhando para o rácio entre as empresas de pequena capitalização bolsista (small cap) e as empresas de grande capitalização bolsista (large cap), recorrendo aos fundos transaccionáveis correspondentes, IWM:SPY, observa-se que as small cap têm rendido bastante menos do que as large cap. O Sr. Ciovacco traçou um canal de transacção descendente dentro do qual o rácio IWM:SPY parece estar a deslocar-se. Enquanto o rácio não superar o limite superior dessa canal, as large cap continuarão a ser preferíveis às small cap.
  • 35m46s O mesmo pode ser dito em relação ao rácio entre  sector dos materiais e as large cap, XLB:SPY e ao rácio entre as empresas de média capitalização bolsista (mid cap) e as large cap, MDY:SPY.
  • 36m31s No entanto, a situação muda completamente quando se compara o rácio entre o sector tecnológico e as large cap, (XLK:SPY). Com efeito, o rácio em causa encontra-se presentemente bem acima da sua média móvel simples a 50 dias, tendo inclusivamente penetrado um rectângulo de consolidação multianual que vigorava pelo menos desde 2007 (o Sr. Ciovacco leva-o mesmo até 2003).
  • 35m46s O mesmo pode ser dito em relação ao sector bancário (não confundir com o sector financeiro como um todo): o rácio KBE:SPY parece ter superado com sucesso um canal de transacção descendente. 
  • 39m11s O Sr. Ciovacco fecha o vídeo em grande, citando uma série de princípios valiosíssimos do colosso Jesse Livermore, o "grande urso de Wall Street":
«Os negociadores de sucesso seguem sempre o caminho da menor resistência.»

«Dizem que jamais se ficará pobre por fechar posições com lucro. Pois não. Mas também nunca se ficará rico se se tiver lucros de [apenas] 4% num Bull Market.»
«Nunca foi o meu pensar que me fez ganhar dinheiro. Foi sempre o meu sentar.»
(para quem não percebeu: quando existe uma tendência primária bem definida, como no caso específico de um Bull Market, é bem melhor estar quieto do que andar constantemente a inventar! 😜)

sábado, 10 de junho de 2017

Mercados americanos: a análise semanal de Brian Shannon (74)


     Antes de  olharmos para o vídeo do Sr. Shannon, deixo aqui um gráfico diário do S&P 500 ($SPX) onde assinalei três divergências entre a evolução do índice (desde Março até agora) e evolução de três indicadores técnicos durante o mesmo período: (1) o índice de força relativa -RSI(14), (2) a média móvel de convergência-divergência -MACD(6,12,9) e (3) o Fluxo de Dinheiro de Chaikin -CMF(20).

Este género de divergências indica que poderá haver em breve uma correcção significativa do $SPX. Até onde? Bem, há uma zona de suporte óbvia na casa dos 2325 pontos, mas divergências deste género têm potencial para levar o $SPX até à sua média móvel simples a 200 dias -MA(200), actualmente nos 2273,84 pontos. Devo dizer que esse cenário seria de certa forma desejável: desde a eleição do Presidente Trump, a 8 de Novembro de 2016, que o $SPX não desce até à sua MA(200)

Os mercados são como a sedução, dois passos em frente, um passo para trás. Quando se dão muitos passos em frente de uma vez, costumam dar-se vários passos atrás a seguir. Ou se preferirem, os mercados são como os fenómenos sísmicos: quanto mais tempo reina a calmaria, mais forte tende a ser o terramoto no final! Ou ainda, os mercados são como os atletas, precisam de parar para descansar de vez em quando; quanto mais esforço seguido fizerem, mais significativo será o cansaço acumulado e mais prolongada tenderá a ser a paragem.


Quanto ao vídeo do Sr. Shannon, uma notícia saída hoje sobre a lentidão da capacidade de download do futuro iPhone 8 relativamente aos seus rivais fez a Apple (AAPL:Nasdaq GS) perder quase 4% da sua cotação só na sessão de hoje, arrastando consigo o sector tecnológico norte-americano. Certas notícias têm este efeito, mas são ruído de curto prazo. A nós, investidores, interessa-nos sobretudo a perspectiva fundamental a longo prazo, que se mantém positiva.



  • Pontos-chave do vídeo do Sr. Shannon:
[00m44s]: o gráfico diário do S&P 500 (SPY) continua em clara tendência ascendente, mas o SPY fechou a sessão abaixo da sua média móvel simples a 5 dias, o que nos deve colocar sobre aviso em relação à próxima semana. Em caso de correcção, o Sr. Shannon acha que o primeiro nível de suporte a ter em conta andará entre os $241 e os $241,25.

[02m01s]: o Nasdaq 100 (QQQ) levou uma valente tareia na sessão de hoje, mas "uma andorinha não faz a primavera". O que é preciso agora é manter a calma e esperar pelo estabilizar da correcção durante as próximas sessões.

[03m49s]: o Russell 2000 (IWM) penetrou finamente a zona de consolidação em que se encontrava, fechando num novo máximo histórico: $141,61. O Sr. Shannon acha que o IWM não deverá preocupar-nos enquanto se mantiver acima dos $138,50.

[05m02s]: sendo parte integrante do sector tecnológico, os semicondutores (SMH) também tiveram um dia para esquecer (-3,78%). Ainda assim, fecharam bem acima da sua média móvel simples a 50 dias, cujo declive permanece fortemente ascendente. O Sr. Shannon acha que o SMH poderá continuar a cair até aos $83, onde se encontra a média de preços ponderada por volume (volume weighted average price - VWAP) traçada desde o mínimo de Abril ($76,25).

[06m33s]: o sector das biotecnológicas (IBB) voltou a desiludir. Depois de ter subido durante a semana passada, o IBB esbarrou novamente na barreira dos $300, onde tem sido travado repetidamente desde o início de 2016. O Sr. Shannon diz que está bullish a longo prazo, mas é-me bastante difícil partilhar o seu optimismo, pelo menos, para já. Sublinho no entanto que o especialista é ele, não sou eu!

[07m32s]: as obrigações do tesouro americano a 20+ anos (TLT) registaram algumas subidas recentemente, mas o Sr. Shannon acha que é sol de pouca dura.

[07m56s]: o sector financeiro (XLF) parece ter-se livrado e um potencial padrão de "cabeça e ombros", sendo que a probabilidade de registar novas subidas é significativa. Não é um sector que me agrade: apesar da recuperação este ano, continua abaixo do máximo de 2015 e a sua performance relativamente ao SPY tem sido negativa.

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Mercados americanos: o comentário semanal de Chris Ciovacco (7)


     Não tenho acutalizado este blogue muitas vezes ao longo deste ano, mas isso é só porque há muito pouco para dizer.  Pessoalmente, estou a viver o meu melhor momento em bolsa de sempre: todas as minhas posições em bolsa têm lucro e os meus ganhos aumentaram significativamente em 2017. Claro que isto ainda pode mudar até ao fim do ano mas, para já, o caminho dos mercados bolsistas aponta claramente para cima.

Tenho no entanto de admitir que uma parte do meu desempenho se deve aos vídeos deste grande senhor, o Chris Ciovacco. A sua visão multimensal e multianual dos mercados deu-me uma perspectiva muito tranquilizadora da situação, sobretudo depois do Brexit. Na bolsa, nunca nada é garantido e o pior é que há muita gente a contar mentiras e historinhas da carochinha (basta ver a quantidade de vídeos que há na internet com "especialistas" a avisar-nos que vem aí um grande crash... já desde 2011 😠). E é precisamente aí que entra o Sr. Ciovacco: há que distinguir entre possibilidade e probabilidade. Todas as possibilidades estão em cima da mesa mas, a longo prazo, as as probabilidades apontam para a continuação das subidas. O resto é ruído de fundo, ou pouco mais do que isso...