quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Mercados americanos: a análise intra-semanal de Brian Shannon


Não sei se o grande Brian Shannon vai manter esta política, mas nas duas últimas semanas ele tem carregado, além do seu vídeo habitual de fim-de-semana, um vídeo intra-semanal às Quartas-feiras.

Estes vídeos intra-semanais são um bocadinho mais curtos e menos completos do que os semanais, mas ainda assim são melhores do que a esmagadora maioria do material sobre mercados que anda pelo YouTube.

Portanto, é ver e aprender, caros leitores. Afinal, é de graça... e ainda por cima é bom!



De destacar o aviso que o Sr. Shannon nos deixa relativamente ao ouro (GLD: NYSE): apesar da quebra da LTD que vigorava desde Outubro de 2012, há um claro suporte no gráfico semanal na zona dos $115 que está prestes a ser testado pela quarta vez desde Junho de 2013:


Cada vez que o preço testou este suporte, acabou por voltar para cima, mas a cada novo teste as subidas foram sendo consecutivamente mais fracas, com o preço a atingir novos máximos mais baixos do que o precedentes, formando uma espécie de pseudo-triângulo descendente de muito longo prazo. Portanto, podemos ter em breve uma oportunidade para abrir posições curtas no GLD.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Russell 2000: a hora da verdade!


Hoje foi mais um bom dia para os investidores, sobretudo no que respeita às small caps, com o índice mais fraco de todos, o Russell 2000, a continuar a sua grande recuperação e a subir mais do que qualquer um dos outros grandes índices (S&P 500, DJIA, DJTA e Nasdaq 100). No entanto, depois de ter feito um máximo mais baixo (1)-(2) seguido um mínimo mais baixo (i)-(ii), o $RUT está agora num momento decisivo que pode determinar um ponto de inversão no presente Bull Market.


Porque é que eu digo isto? Basta olhar para a zona de resistência que eu pintei a verde-claro no gráfico acima. Foi ali que o Russell 2000 se deteve nos últimos meses, iniciando uma correcção que, entre o máximo de Julho e o mínimo de Outubro, o fez cair 14,26%. Esta percentagem, por si só, ainda não compromete o Bull Market mas, se o índice esbarrar novamente na zona a verde-claro, poderemos ter nova queda, com a correcção global a ultrapassar os 20%, valor que convencerá muitos investidores da chegada do Bear Market (eu só ficarei convencido quando pelo menos outros dois grandes índices registarem também mínimos e máximos mais baixos, de preferência o S&P 500 e o DJIA).

Portanto, amanhã vai ser um dia emocionante: se o preço testar a resistência e cair, o melhor é apertarmos as stops e ver até onde ele desce. Se descer abaixo da MM(20), actualmente nos 1091,73 pontos, vai ser muito difícil voltar a subir. Mas se aguentar no suporte algures nos 1110 pontos, ainda haverá esperança.

domingo, 26 de outubro de 2014

Texas Instruments, Netflix, Illumina, Procter & Gamble (gráficos semanais)


No meio da grande loucura e volatilidade que têm assolado os mercados americanos nas últimas semanas, tive duas grandes alegrias e dois grandes desgostos. Vou começar pelos desgostos: a Texas Instruments, Inc. (TXN: Nasdaq GS) e a Netflix, inc (NFLX: Nasdaq GS).

A TXN mergulhou desde os $ 49,37 até aos $ 41,47, perdendo uns assombrosos 16% e activando a ordem de Stop Loss que eu tinha nos $ 44 (ver gráfico diário aqui). Logo a seguir, começou a subir rapidamente, estando já praticamente no nível em que estava antes das quedas. Arre porra, às vezes o mercado é bem fod***!!!



Seja como for, a recuperação ainda não é definitiva. Se, por um lado, o RSI já está acima dos 50%, o MACD ainda indica fortes possibilidade de ocorrerem mais quedas. Portanto, o ideal para os investidores de longo prazo será aguardar que o preço supere a forte resitência na zona dos $ 49 e se mantenha acima dela. Os fundamentais da TXN estão bons e a maioria das casas de investimento recomenda a compra. Talvez volte a abrir posição caso a acção continue a mostrar força.

A segunda grande desilusão desta correcção recente dos mercados americanos foi a NFLX. Aqui a coisa ficou mesmo feia, embora para mim não tenha sido tão grave como a TXN porque consegui sair a tempo. A empresa voltou a bater as previsões de lucros, mas os investidores não ficaram convencidos devido a uma diminuição no número de novos subscritores do serviço de streaming. Como isso já tinha acontecido nos dois trimestres anteriores (Q1 e Q2) decidi fechar a minha posição antes do dia da divulgação dos resultados (15 de Outubro), safando-me da queda de mais de 32% que teve lugar nesse dia! Não foi sorte: tenho por política vender, na véspera das divulgações de resultados, todas as acções cuja cotação tenha caído nas duas anteriores divulgações de resultados. E não tenciono voltar a entrar na NFLX: os fundamentais da empresa já não são grande coisa, com níveis de endividamento muito altos e margens de lucro em contracção. De resto, não me posso queixar: a NFLX deu-me a ganhar mais de 350% desde que entrei, no início de 2013. Fossem todas as acções assim...


Mas já chega de tristezas, vamos olhar para uma menina que continua a dar-me grandes alegrias: a Illumina, Inc. (ILMN: Nasdaq GM).

A ILMN divulgou, no último dia 20, excelentes resultados para o terceiro trimestres de 2014 (Q3), com um aumento do lucro por acção (EPS) muito superior às estimativas do mercado ($ 0,63 vs. $ 0,56), o que fez a cotação saltar de $ 145,12 para os $ 198,12 (aprox. 30%) em apenas 2 semanas! E a melhor pare é que as projecções de crescimento da empresa continuam excelentes, conforme se pode ler aqui.

Quanto à parte técnica, desconfio que a ILMN deverá encontrar uma resistência significativa nos $ 200, dada a redondez desse número (se até o S&P 500 se esbarrou depois de chegar aos 2000 pontos, imaginem um que um número redondo pode fazer a uma simples acção). Nessa altura, o preço deverá corrigir um pouco, regressando ao triângulo quebrado na última semana (pintado a cor amarela no gráfico). No entanto, a acção está de boa saúde no longo prazo e só tenho pena de não ter aproveitado os últimos dias para comprar mais. Em Bull Market, os triângulos ascendentes de longo prazo, i.e. de vários meses, tendem a "explodir" rapidamente para cima uma vez rompido o triângulo. e propiciar grandes ganhos aos investidores atentos.

A minha outra grande alegria da semana foi uma daquelas acções que ilustra bem a história da lebre e da tartaruga, a Procter & Gamble (PG: NYSE). Sendo uma very large cap, a PG raramente dá grandes ganhos a curto e a médio prazo. Mas a longo prazo, a história é outra, conforme se pode ver neste gráfico:


A PG tem mais duas particularidades que atraem os investidores inteligentes: dividendos elevados e, talvez mais importante, não costuma cair de forma tão rápida quanto o resto do mercado, tornando-a uma boa acção defensiva para aqueles investidores mais avessos a altos níveis de risco. Não é preciso irmos mais longe: na recente correcção, o S&P 500 caiu quase 10%, o Nasdaq 100 caiu um pouco mais do que 10%, o DJIA caiu quase 9% e o Russell 2000 mais de 12%; mas a PG "só" caiu 4,5%!

A maioria das casas de corretagem não tem uma recomendação de compra para a PG, apesar de haver uma tendência recente por parte de alguns analistas para não vender as acções. Eu, no entanto, reforcei a minha posição, seguindo a minha lógica de seguir sempre o que está a subir, desde que esteja bom em termos fundamentais.

Mercados americanos: a análise semanal de Brian Shannon (14)


Afinal, aquele é quanto a mim melhor analista técnico presentemente no YouTube acabou por fazer a sua habitual análise semanal. Aqui fica o vídeo, excelente como sempre. Muita atenção ao que o Brian diz acerca da média móvel a cinco dias ou, na designação aqui do AnB, MM(5). Eu sou um investidor e  não um trader, por isso não transaccion num horizonte temporal tão curto. Mas covém sempre estar ao corrento daquilo que os outros andam a fazer na bolsa.



Mais atenção ainda acerca daquilo que ele diz sobre o Russell 2000, presentemente o índice mais fraco dos EUA e, consequentemente, aquele que requer mas atenção por parte dos investidores.

sábado, 25 de outubro de 2014

S&P 500 SPDRs (SPY: NYSE): diário e semanal (2014/OUT/24)


Esta semana não temos a habitual análise semanal do Brian Shannon que, aparentemente, teve alguma espécie de compromisso que o impediu de fazer o seu habitual vídeo de Sexta-feira. Em vez disso, ele fez um bom vídeo na passada Quarta-feira. Mas infelizmente, já houve novos desenvolvimentos desde então que tornam essa análise um pouco obsoleta, razão pela qual teremos de olhar para outra mais recente.

Vamos por isso começar por olhar para este gráfico do fundo transaccionável (ETF) S&P 500 SPDRs, criado por Greg Harmon, no qual foram desenhadas duas áreas triangulares, correspondentes a uma cunha ascendente (triângulo azul) e uma cunha em alargamento descendente (triângulo rosa/púrpura):


Ora, estamos presentemente num ponto crítico: depois de uma forte correcção durante o mês de Setembro e início do mês de Outubro, com uma queda da cotação de quase 10%, tivemos um forte rally ascendente nas últimas sessões mas que se encontra agora numa zona de resistência crítica: a média móvel a 100 dias, a cor verde no gráfico acima, que também está perto da média móvel a 50 dias, a cor vermelha. 

Note-se que esta situação não seria preocupante em condições normais, mas nós estamos numa fase do mercado particularmente perigosa: o último mínimo local ($ 181,92) foi mais baixo do que o anterior ($190, 55). Portanto, caso o SPY não consiga superar o máximo anterior ($ 201,90), estaremos oficialmente em correcção. E este cenário fica ainda mais feio se a isso juntarmos o facto de já termos o Russell 2000 em correcção, ao mesmo tempo que os gráficos dos outros três grandes índices, Nasdaq 100, DJIA e DJTA mostram situações semelhantes à do SPY.

Diz Harmon: «O SPY começou a semana abaixo da MM(200) e com muito espaço até à Zona de Potencial Reversão (PRZ) harmónica 5-0. O forte movimento [ascendente] de Segunda-feira confirmou a doji da Sexta-feira anterior, tendo esta confirmação sido reforçada pelo gap de Terça-feira.

[Na Quarta-feira], os ursos tentaram reagir e puxaram o SPY de volta à zona abaixo da MM(20) e da MM(150) mas o movimento foi interrompido na Quinta-feira e na Sexta-feira houve um novo gap ascendente. O empurrão fez o preço ficar muito próximo da MM(50) e da resitência anterior [Harmon não especifica de que resistência está a falar, eu imagino que seja aquela em redor dos $198]. O gráfico diário mostra um RSI que cruzou a linha intermédia (50%) e que agora se aproxima da zona bullish. Já o MACD continua a subir depois do cruzamento ocorrido na Terça-feira. Um ressalto muito forte.

O gráfico semanal mostra uma Marubozu longa que confirma a reversão em Martelo da semana anterior depois de ter fechado acima da MM(50):

Alguns ainda estarão preocupados [é o meu caso: um mínimo mais baixo em todos os índices é sempre motivo de preocupação], mas a maioria estará, pelo menos, cautelosamente optimista. Há resistência acima nos 198,3, nos 199 e nos 200, antes do máximo anterior nos 201,9. Acima desse valor, a LTA ascendente [que vigora desde Outubro de 2012] também poderá oferecer resistência.

Já os suportes estão nos 194, 191,3, 190,5 e 188,2. O ressalto de curto prazo deverá continuar e restabelecer a tendência ascedenten de longo prazo.»

Só nos resta esperar que Harmon tenha razão...

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Mercados americanos: a análise semanal de Brian Shannon (13)


Tive um fim-de-semana bastante complicado, razão pela qual só consegui publicar a habitual análise semanal do Brian Shannon agora. Os mercados americanos abrem daqui a 5 minutos.

sábado, 11 de outubro de 2014

Texas Instruments (TXN:Nasdaq Global Select) - Diário 2014/OUT/10


Vale bem a pena olhar para o gráfico diário da Texas Instruments, inc., acção que muita mágoa me deu esta semana, ao cair mais de 7% na sessão de ontem, activando a Stop Loss que eu tinha na zona dos $44 e limpando os ganhos dos últimos meses. Apesar de os fundamentais da TXN continuarem bons, não devo voltar a comprá-la tão cedo, porque o panorama técnico actual é assustador. O gap de abertura foi enorme, destroçando completamente a zona de suporte que pintei no gráfico em baixo a cor amarela. Ainda por cima, com uma expansão do volume transaccionado para mais de seis vezes a MME(60), validando um padrão gráfico de reversão muito conhecido entre os analistas técnicos: o topo duplo.


Vale pois a pena revisitar a definição de topo duplo: «o topo duplo é uma figura de reversão descendente que aparece tipicamente em gráficos de barras, linhas e velas japonesas. Conforme o seu nome implica, o padrão é constituído por dois picos consecutivos que são mais ou menos iguais, com um patamar intermédio entre eles.

(...) Apesar de haver variações, o topo duplo marca pelo menos uma mudança a médio prazo, quando não uma mudança a longo prazo, de bullish (ascendente) para bearish (descendente). Muitos potenciais duplos topos podem formar-se ao longo do Bull Market, mas até o suporte-chave ser quebrado, a reversão não pode ser confirmada.»

Infelizmente, este topo duplo observado na TXN é tão evidente que não deixa margem para dúvidas. Existem pelo menos oito características clássicas que permitem identificar um topo duplo e este gráfico confirma pelo menos sete dessas características, com a outra a poder ser confirmada na próxima Segunda-feira:

1. Tendência ascendente inicial:  presente; a TXN esteve a subir nos meses que precederam esta queda.

2. Primeiro pico: presente; o primeiro pico marca a zona de resistência que limitará a figura de reversão (linha horizontal a cor verde no gráfico), impedindo a progressão do preço.

3. Patamar intermédio: presente; depois do primeiro pico, um topo duplo costuma ter um "vale" onde o preço recua tipicamente entre 10% e 20%. Neste caso, a queda ficou-se pelos 7,35%, i.e. (49,22-45,6)/49,22, ainda assim um valor mais do que suficiente para validar um padrão deste género. Além disso, há outra característica que está claramente no gráfico: «os fundos deste padrão são muitas vezes arredondados, denunciando uma procura de acções tépida».

4. Segundo pico: o avanço a partir do patamar intermédio ocorre geralmente com baixo volume (presente!), indo ao encontro da resistência onde se formou o primeiro pico. (...) O período entre picos varia entre algumas semanas a muitos meses, com a norma a rondar o intervalo 1-3 meses (presente: temos dois meses e uma semana). Apesar de os picos serem preferencialmente exactos (i.e. com o mesmo valor), diferenças até 3% são aceitáveis (presente: a diferença no caso da TXN não chega a 1%).

5. Queda a partir do segundo pico: a queda a partir do segundo pico deverá ser acompanhada por um crescimento do volume transaccionado (presente: observe-se a zona a partir de 22 de Setembro). O movimento do preço acelera, podendo dar origem a um ou mais gaps, indicando que as forças da procura são mais fracas do que as da oferta e que um novo teste ao suporte está iminente (presente: houve pelo menos quatro gaps na descida, tendo o suporte sido atingido no dia 7 de Outubro).

6. Quebra do suporte: a quebra do suporte no nível mais baixo entre os dois picos confirma o Topo Duplo (presente: está mais que quebrado!). A quebra deverá ocorrer com um aumento de volume e/ou uma aceleração do movimento descendente (presentes!)

7. O suporte transforma-se em resistência: uma vez quebrado, o suporte passa a constituir um potencial nível de resistência. Por vezes, há um novo teste a este nível com um rally de reacção (também designado por 'dead cat bounce'). Este teste poderá oferecer uma nova chance de fechar a posição e abrir uma posição curta (parece-me improvável, dada a enorme amplitude do gap, mas não impossível).

8. Preço-alvo: a distância da ruptura do suporte ($ 45,6) deve ser subtraída ao pico ($ 49,37) para obter um preço alvo (49,37-45,6 = 3,77). Presente: preço-alvo = 46,6-3,77 = 41,83, já atingido e superado (41,57).

Portanto, a TXN está perigosíssima neste momento e o melhor é mesmo deixa-la em paz por uns tempos, a menos que o ponto nº 7 se verifique...

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Mercados americanos: a análise semanal de Brian Shannon (12)


Que semana, meu senhores!... Que semana!!! Os mercados caíram forte e feio, mesmo muito feio... perdi a minha posição na TXN por activação da minha stop loss. Tive lucro, mas pouco: os ganhos de 2014 eclipsaram-se e fiquei apenas com o que tinha ganhado em 2013. A minha posição no ETF SMH está agora por um fio. Ainda assim, o Bull Market ainda não acabou, porque a tendência de longo prazo ainda está ascendente. É a minha opinião e também a do grande Brian Shannon, cuja análise semanal se segue.

domingo, 5 de outubro de 2014

S&P 500, Nasdaq 100, DJIA, DJTA, Russell 2000 (diário, 03-OUT-2014)


S&P 500

A análise que Harmon fez no postal anterior para o SPY está muito bem, mas gostaria de complementá-la com este gráfico que fiz para o S&P 500:


O que eu quero dizer é o seguinte: o PPO e o CMF podem dar-nos pistas importantes para avaliarmos se estamos perante uma reversão para cima ou não. Em relação ao PPO, há uma LTA (a cor vermelha) que está prestes a ser testada. Se a MME(12) lhe tocar e subir para cima, será um sinal francamente positivo. Da mesma forma, se o CMF não ficar vermelho nas próximas sessões, teremos mais uma confirmação da reversão. O volume transaccionado está finalmente a aumentar novamente, o que é um bom sinal para os investidores.


Nasdaq 100

O Nasdaq continua a ser o índice mais interessante do ano, não só por ser aquele que acumula mais ganhos (11,61%), mas sobretudo por ser aquele que reage mais rapidamente nos movimentos ascendentes, estando já novamente acima da MM(50).


Aquela Dragonfly Doji da sessão de Quinta-feira é regalo para os olhos, mas o CMF ainda está francamente negativo. Prefiro esperar por mais sinais de força, que até poderão vir já na sessão de amanhã.


Dow Jones Industrial Average

Também o DJIA está em grande forma, tendo feito uma Dragonfly Doji quase tão bonita como a do Nasdaq. Infelizmente, os problemas são os mesmos: falta de confirmação pelos indicadores técnicos.


No entanto, a vela de Sexta-feira foi praticamente uma Marubozu, apenas com uma ligeira rejeição de máximos. Portanto, se o DJIA ultrapassar a MM(20), será suficiente para eu considerar que está novamente em modo bullish.


Dow Jones Transportation Average

Há muita gente que diz que o DJTA está ultrapassado, mas eu discordo, por dois motivos. O primeiro prende-se com a venerável Teoria de Dow, que relaciona os ganhos das empresas de transportes com a boa saúde dos Bull Markets: se as empresas de transportes estão a aumentar os seus lucros, então é porque há cada vez mais passageiros e mercadorias para transportar e, concomitantemente, a economia está a crescer. Já o segundo motivo prende-se com este gráfico:


O índice até pode estar "ultrapassado", mas sobe mais do que os outros todos! Foi o único que chegou a testar a MM(20) durante a semana passada. O DJTA não pode ser negociado directamente, mas existe um ETF bastante líquido que o replica muito fielmente, o iShares DJ Transportation Average Index Fund (IYT: NYSE). Estou francamente tentado a abrir uma posição, mas ainda é cedo.


Russell 2000

Eis-nos finalmente chegado ao "patinho feio" do índices norte-americanos. O Russell não tem volume, imprescindível para a nossa análise, razão pela qual nos temos que nos guiar pelo ETF que mais fielmente o replica, que é o IWM:


Há quem diga que o RUT tem um potencial de valorização enorme, mas a mensagem que este gráfico nos transmite é clara: se forem especuladores, apanhem o barco; mas se forem investidores, fiquem longe!!! Apesar de haver uma zona de suporte claríssima entre os $ 106 e os $ 108, o padrão do preço é medonho: novos mínimos e novos máximos abaixo dos seus precedentes. Mas ainda há mais: um "Death Cross", situação em que a MM(50) cruza a MM(200) de cima para baixo, um sinal que muitos investidores encaram como o fim do Bull Market, pelo menos para o índice em causa.

Já eu, como nem aprecio pessimismos catastróficos nem euforias desenfreadas, prefiro esperar. O que eu vejo no gráfico é uma possível consolidação de vários meses, mas o Russell precisa urgentemente de fazer novos máximos acima dos anteriores para confirmar esta hipótese. Idealmente acima dos $ 120 pontos mas, pelo menos, acima do máximo registado no início de Setembro. Enquanto isso não acontecer, eu só quero distância das small caps.

S&P 500 SPDRs (SPY: NYSE): diário e semanal (2014/OUT/03)


Estamos num daqueles momentos verdadeiramente emocionante para os investidores nos mercados americanos: os principais índices caíram durante as últimas duas semanas mas, nas duas últimas sessões (Quinta e Sexta), rejeitaram os mínimos e voltaram a subir. O Nasdaq 100 voltou a fechar acima da sua MM(50), assim como as duas média Dow Jones (Industrial Average e Transportation). O S&P 500 fechou perto mas ainda abaixo, com o Russell 2000 ainda muito longe de ambas MM(50) e MM(200). A questão agora é se os índices voltarão a subir já amanhã ou se, pelo contrário, ainda há espaço para mais quedas.

Já vamos olhar para os índices como um todo mas, neste postal, vamos primeiro olhar para mais uma boa análise que Greg Harmon fez ao ETF S&P 500 SPDRs (SPY: New York Stock Exchange):

 «O SPY começou a semana a consolidar sobre a MM(100) antes de cair na sessão de Quarta-feira. Na Quinta tivemos uma reversão "Martelo", que foi confirmada na Sexta-feira com um movimento que colocou o preço novamente acima da MM(100). Isto formou um novo mínimo mais alto que o precedente, criando um alvo de Movimento Medido nos $203,3.

O RSI está a inverter para cima, mas ainda permanece abaixodos 50%.  [N.B.: infelizmente, o MACD ainda não confirma].»


«O gráfico semanal mostra uma "doji" mesmo em cima da LTA principal [ou primária]. É possível que reverta. Nesta escala temporal, o RSI está em queda, embora ainda esteja em zona bullish, enquanto o MACD continua em queda [N.B. eu dira mesmo que o MACD semanal está com um aspecto terrível]. Não se vislumbra a mesma força nesta escala temporal. A resistência está nos $ 198,3 e depois $ 199, $ 200 e $ 201,9. Os suportes estão nos $194, %191,2 e $190,5.

Reversão de curto prazo para cima (com prudência) numa tendência de longo prazo ascendente.»

Em jeito de conclusão, concordo genericamente com esta análise de Harmon, mas estou um bocado mais pessimista. Enquanto não vir o SPY e o S&P 500 acima das suas MM(50) respectivas, continuo de fora.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Mercados americanos: a análise semanal de Brian Shannon (11)


Os mercados americanos recuperaram um pouco das quedas dos últimos quinze dias. Contudo, e como enfatiza o grande Brian Shannon, estes dois últimos dias de subidas ainda não são suficientes para regressarmos aos mercados, porque a probabilidade de ocorrerem novas quedas ainda permanece elevada. Além disso, Shannon realça a enorme "tareia" que algumas acções, em especial aquelas relacionadas com as energias renováveis, levaram nas últimas sessões.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Calendário de resultados do terceiro trimestre (Q3) de 2014


Aqui fica um pequeno calendário com algumas datas para as quais estão agendadas divulgações de resultados de acções americanas. A escolha não é acidental: a vermelho estão os títulos que detenho presentemente, muitos dos quais tenho seguido aqui no AnB. A preto, estão os que tenciono adquirir nos próximos meses.

À atenção de todos os que tiverem dois dedos de testa...


«O investidor multimilionário Warren Buffett disse à CNBC esta Quinta-feira que comprou mais acções durante as grandes quedas registadas na Quarta-feira.

(...) Buffett disse que prefere comprar acções quando elas descem, não quando elas sobem: "Quanto mais o mercado desce, mais eu gosto de comprar". Buffett acrescentou ainda que tentar temporizar o mercado comprando e vendendo títulos individuais é um "jogo de tolos"


Ou seja, o maior investidor de sempre comprou acções na passada Quarta-feira, enquanto montes de "tolos" as vendiam. Preciso de dizer mais alguma coisa?...

A propósito da subida do Russell 2000


Por fim, o Russell 2000 deu sinais de vida! Ainda não foi nada de definitivo, mas para um índice que ameaçava entrar em Bear Market, é um primeiro sinal positivo, sobretudo tendo em conta as fortes quedas registadas nos últimos dias. Infelizmente, os mé(r)dia estão novamente a mostrar o que valem, ou seja nada, polarizando o seu discurso até níveis verdadeiramente ridículos: uns dizem que estamos perante um "dead cat bounce" e que o Russell 2000 está simplesmente a dar o último suspiro antes de partir para as profundezas do abismo. Outros dizem que "agora é que é!", o Russell vai subir como um foguete e só o céu é o limite... tudo isto ao fim de um dia, UM mísero dia!!!... Arre porra, tanta burrice chega a ser deprimente...

Ainda assim, lá aprece alguma coisa que se aproveite no meio de tanta lixeira. É o caso deste interessante gráfico feito por David Nelson, que compara a evolução dos dois ETFs que replicam os índices S&P500 e Russell 2000, o SPY e o IWM, respectivamente:


Diz Nelson :

«Ainda estou indeciso em relação a esta situação. Hoje li vários comentários bons acerca do Russell 2000 e todos salientam a enorme underperfomance do índice nos últimos tempos. No entanto, o IWM foi líder na sessão de hoje. 

Decidi elaborar este gráfico comparativo entre o IWM e o SPY. Como pode ver-se, o Russell tem estado a devolver a outperformance que foi manifestando nos últimos 5 anos.»

Vá lá, ainda há gente com bom senso entre os "especialistas" dos mercados. Para quem não percebeu: as recentes quedas no Russell 2000 são apontadas por muitos como o pronúncio do fim do presente Bull Market. Este gráfico mostra que, em termos relativos, só agora o Russell está ao nível do S&P500 e, portanto, a "fraqueza" das últimas semanas não pode ser tomada como um indicador da fraqueza global do mercado porque o RUT estava em manifesta outperformance.

S&P 500 (diário) 01-Out-2014


A sessão de ontem nos mercados americanos foi brutal para os investidores, com todos os índices a caírem fortemente. Já há muito alarmismo nos mé(r)dia financeiros, com vários "especialistas" a vaticinar o fim do Bull Market. Eu rio-me como o déjà vu e até o aprecio: dentro de certos limites, quanto maior for o número de idiotas a acreditar cegamente nos "especialistas", maior a probabilidade de ocorrer um ressalto. Estranho? Nem por isso, é tão somente a já velha Arte do Pensamento Contrário, paradoxal, mas quase sempre infalível. Claro que nem tudo pode durar para sempre e lá chegará o dia em que os mercados deixarão de subir. Mas enquanto so gráficos não mostrarem isso claramente, tudo o resto não passará de ruído de fundo.

Antes de olharmos para o gráfico do S&P 500 propriamente dito, vamos primeiro tentar situar-nos, olhando para as perdas acumuladas desde os últimos máximos, que ocorreram no passado dia 18 de Setembro:


Pode ver-se que, com a excepção do Russell 2000, os índices não afundaram da forma catastrófica que os "especialistas" nos querem fazer acreditar. Estamos de facto a entrar em terreno perigoso, mas temos tido muitas correcções do S&P 500 na casa dos 5% e até mais sem que isso tenha comprometido o Bull Market. Olhemos então para o gráfico diário:


O MACD e o RSI continuam a mostrar fortes probabilidades de continuação das quedas. O preço quebrou o importante suporte na casa do 1950 pontos e a LTA de que vos tinha falado ontem (ver postal anterior). Além disso, perfurou também a Banda Bollinger inferior, à semelhança do que tinha acontecido em Julho. Esta situação constitui um primeiro sinal de alerta para os investidores que, conjugado com a divergência entre o índice (preço) e o MACD, nos deve pôr em sentido. Nota: pôr-se em sentido não é o mesmo que vaticinar o fim do Bull Market, é apenas redobrar os níveis de atenção e de vigilância.

Infelizmente, já só há dois suportes de monta até à MM(200), actualmente na casa dos 1900 pontos. Esses dois suportes, um nos 1930 e o outro nos 1910, poderão fazer ressaltar o índice, que entretanto terá percorrido a zona amarela e talvez também a zona alaranjada. Se o suporte nos 1910 não resistir, aí sim, começaremos a ter uma situação realmente complicada e temos de estar preparados para sair. O primeiro suporte abaixo da MM(200), nos 1890 pontos é o primeiro critério óbvio de saída. Mas o segundo suporte (1880 pontos), que já foi uma forte resistência entre Março e Maio, parece ainda mais firme. Não é que o Bull Market possa ser enterrado a partir daí, mas as probabilidades de recuperação tornam-se mais reduzidas e o risco mais elevado.

Outro aspecto que é importante sublinhar é que o facto de os índices estarem a cair não significa que tenhamos de vender todas as nossas acções. Por exemplo, durante a crise financeira de 2008, eu mantive a minha posição na Berkshire Hathaway, Inc. B e foi a melhor coisa que já fiz até hoje. É preciso analisar cada caso separadamente, mantendo contudo bem presente a ideia de que as acções tendem a subir em conjunto.

Os mercados americanos abrem dentro de uma hora e meia (aproximadamente). Vamos manter a calma e ver o que acontece até ao fim-de-semana.