segunda-feira, 27 de abril de 2015

Apple, Inc. (AAPL: Nasdaq GS): Análise Fundamental e antevisão dos resultados


Os benfiquistas e os portistas sofreram com o dérbi de hoje... eu e muitos outros investidores de todo o mundo vamos sofrer amanhã à espera da divulgação dos resultados da Apple, Inc. (AAPL: Nasdaq Global Select). O caso não é para menos: sendo a empresa com a maior capitalização bolsista mundo, a AAPL faz mexer os mercados como nenhuma outra acção consegue. Vale por isso a pena olhar para os rácios fundamentais da empresa, no sentido de tentarmos determinar as tendências de longo prazo. Quanto à Análise Técnica, o Sr. Brian Shannon já disse tudo o que havia para dizer no vídeo do postal anterior.


1. Lucro por acção (Earnings per share - EPS):

O EPS anual da AAPL tem vindo a crescer ao longo dos anos, mesmo durante o período correspondente à Crise Financeira de 2007-2009. Na tabela acima pode ver-se que, para o período entre 2005 e 2014, só o ano de 2013 foi a excepção.

Já em termos trimestrais, a tendência crescente é menos clara, havendo oscilações consideráveis de trimestre para trimestre (ou quarter, como designam os ianques). Por exemplo, depois de um bom 4º trimestre (Q4) em 2012, o EPS trimestral diminui consideravelmente nos nove meses subsequentes, só voltando a recuperar um ano depois (Q4 2013). Aliás, o EPS da Apple parece diminuir nos primeiros dois trimestres do ano e aumentar nos dois segundos. O quarto trimestre parece ser o mais positivo, o que talvez se explique pela ocorrência do Natal.

A previsão para amanhã não foge à regra, com a Thomson Reuters a vaticinar um EPS de $2.16.


2. Resultados líquidos (Revenue):



À semelhança do EPS, as receitas da Apple têm crescido ao longo dos anos e o trimestre anterior bateu todos os recordes (75 599 milhões de dólares). A previsão para amanhã é de $56,1 mil milhões de dólares, abaixo do trimestre anterior, mas bem acima do que é normal para o a época do ano.


3. Rentabilidade dos Capitais Próprios (Return on Equity - ROE):

A rentabilidade dos capitais próprios é obtida dividindo o valor dos Resultados Líquidos (RL) pelo valor da Situação Líquida (SL). Isto significa que o ROE traduz a capacidade e eficácia de remuneração dos capitais investidos pelos donos da empresa.
O ROE é o rácio fundamental favorito de Warren Buffett -porque mede a capacidade de gerar lucros por parte da empresa. Neste momento, o ROE da Apple recomenda alguma prudência. Em termos anuais, a acção teve uma grande quebra entre 2012 e 2013. E, em 2014, practicamente não tinha recuperado nada. Já o ROE trimestral da Apple explodiu no trimestre anterior, mas isso não significa nada para amanhã. O passado é o passado, e só importa olhar para ele em termos de tendências multi-anuais.


4. Rentabilidade dos Activos (Return on Assets - ROA):

Como o ROE pode ser muito influenciado pelo efeito de alavancagem decorrente do endividamento da empresa, (i.e. pela utilização de capitais alheios por parte da empresa), é necessário olhar também para a Rentabilidade dos Activos (ROA). Este rácio é obtido dividindo o valor dos Resultados Operacionais (RO) pelo valor do Activo Total (AT) e dá-nos a informação sobre a capacidade que os activos da empresa têm de gerar resultados. Afinal, é para isso mesmo que servem: máquinas, equipamento produtivo, inventários, equipamento administrativo, entre outros, têm de ser capazes de gerar resultados.


Também aqui é bem visível uma clara descontinuidade nos dados anuais (2012-2013). Mas talvez ainda mais digno de registo seja o facto de o aumento do ROA no quarto trimestre (Q4) de 2014 ser bastante menos impressionante que o aumento do ROE no mesmo período.

Em suma, seria desejável para os accionistas da Apple e para os mercados americanos de uma forma geral que as previsões de amanhã se confirmassem, porque isso significaria que os bons resultados do quarto trimestre de 2014 não foram um caso isolado mas sim uma tendência que veio para ficar, impulsionando a acção para novos máximos. Resta-nos aguardar pacientemente e ver o que acontece depois do fecho de mercado.

domingo, 26 de abril de 2015

Mercados americanos: a análise semanal de Brian Shannon (36)


Os mercados americanos voltaram a subir durante a última semana, mas a próxima semana abre com um dos momentos mais críticos do trimestre: a divulgação de resultados da Apple (AAPL:  Nasdaq GS), a acção com a maior capitalização bolsista do mundo (672,46 milhares de milhões de dólares americanos). Vamos lá ver e ouvir o que é o grande Brian Shannon, o melhor analista técnico presentemente no YouTube, pensa acerca disto:

  • Pontos-chave do vídeo do Sr. Shannon:
Modo actual: tendencialmente bullish, sendo também provável que os preços lateralizem ou até recuem um pouco durante a próxima semana.

[00m27s]: o S&P 500 (SPY) acabou a semana em máximos históricos, com a resistência multi-semanal das últimas sessões (aprox. $211) a ser quebrada e a agir como suporte logo a seguir (gráfico intradiário). A zona de suporte a vigiar situa-se na casa dos $210.

[01m12s]: o Nasdaq 100 (QQQ) está em máximos de 15 anos, tendo tido uma semana fabulosa [QQQ +4,27%]. Durante a próxima semana, a zona de suporte a vigiar situa-se entre os $109 e os $109,25.

[01m54s]: o Russell 2000 (IWM) parece estar a ficar mais "neutro", não tendo ainda conseguido superar os máximos do início do mês. Há duas zonas de suporte a ter em conta, uma entre os $125 e os $125,5 e a outra um pouco mais abaixo, no intervalo entre os $123,75 e os $124.

[02m33s]: os semicondutores (SMH) parecem estar em pleno processo de consolidação, precisando de mais tempo para acumular pressão compradora e voltar a subir. Nas palavras do Sr. Shannon "evitar-se-á o desastre desde que permaneçamos acima dos $55".

[03m00s]: o sector financeiro (XLF) está ainda pior, com a média móvel a cinquanta dias -MM(50)- praticamente horizontal.

[03m09s]: as acções da Apple. Inc.(AAPL: Nasdaq GS) recuperaram algum terreno ($130,28 fecho), mas ainda estão longe do máximo registado no final de Fevereiro ($133,60). Amanhã, 27 de Abril, a AAPL vai divulgar os resultados do último trimestre (Q1 2015). Para quem detém acções e entrou há pouco tempo, talvez seja importante considerar a zona de suporte nos $129,2 para colocação de uma ordem stop, uma vez que estas grandes acções americanas tendem a oscilar fortemente nos dias de resultados, com variações da ordem dos 15% e até mais a serem perfeitamente possíveis.

[04m16s]: o petróleo ($WTIC) fez uma boa recuperação desde os mínimos de Março ($42,41) e passou a última semana a lutar contra uma forte resistência na casa dos $59 que já tinha travado o preço em Dezembro de 2014. Há um suporte na casa dos $55, mas poderá não ser suficiente se a resistência nos $59 exercer a sua acção e despoletar uma nova correcção do preço do barril de crude. O Sr. Shannon acha que existe um potencial padrão de "cabeça e ombros invertida" no gráfico intradiário (4 em 4 horas). Devo confessar que não estou lá muito convencido, por entender que este género de padrões só tem força e consistência nos gráficos diários.

[05m29s]: conforme já tínhamos visto na análise semanal do Sr. Hentges, as obrigações do tesouro americano a 20+ anos (TLT) quebraram a sua zona de consolidação para baixo, um sinal "bearish". O Sr. Shannon acha que se o preço do ETF TLT não conseguir subir até à zona entre os $129,5 e os $130 durante a próxima semana, a queda subsequente pode ser muito significativa.

[06m07s]: o Sr. Shannon acha que a Amgen, Inc. (AMGN: Nasdaq GS) "tem o potencial de continuar a deslocar-se para cima", apesar da clara resistência nos $172,5. Parece haver de facto um certo arredondamento da acção dos preços desde finais de Novembro, mas eu acho o trade demasiado arriscado. Seja como for, o Sr. Shannon recomenda a compra a partir dos $170, devendo a ordem stop corresponde ser colocada na casa dos $166.

[07m00s]: também a Citrix Systems, Inc. (CTXS: Nasdaq GS) penetrou uma resistência recente e parece estar a conseguir manter-se acima dela. No entanto, há uma linha de tendência descendente (LTD) que já vem desde 2011 e que não está muito longe dos níveis de valorização actual, tornando a entrada/reforço de posição extremamente arriscado.

[07m00s]: a LinkedIn Corp. (LNKD: NYSE) também poderá estar a ganhar força, depois de acção ter ressaltado na Média de Preços Ponderada por Volume (Volume Weighted Average Price- VWAP) no gráfico intradiário

[08m16s]: a Verisk Analytics, Inc. (VRSK: Nasdaq GS) é outra acção que o Sr. Shannon vê como tendo bom potencial de subida, mas eu acho que, apesar das subidas recentes, o MACD semanal está francamente negativo e o trade é por isso demasiado arriscado. Seja como for, a resistência a considerar como sinal para abrir posições longas andará na zona dos $73.

[09m03s]: a chinesa AliBaba Holding Group, Inc. (BABA: NYSE) teve uma semana decente [BABA +3,26%] mas, quando muito, estaremos numa situação de paragem das quedas, não de começo de subidas. A resistência a considerar situa-se na casa dos $87,5. O suporte vigiar andará pelos $81.

[09m36s]: finalmente, a GoPro, Inc. (GPRO: Nasdaq GS) continua a ser uma acção de fugir e, na melhor das hipóteses, as recentes subidas modestas correspondem apenas a um fenómeno de neutralização da tendência descendente.

Mercados americanos: a análise semanal de Joseph Hentges (5)


Aqui fica mais uma análise semanal aos mercados americanos feita por Joseph "Joe" Hentges. Chamo a atenção para o facto de o Sr. Hentges publicar outros vídeos durante a semana, vídeos esses que também vale a pena ver. No entanto, como eu acho que o seu ponto forte são os gráficos semanais, apenas publico aqui no AnB a análise semanal que ele faz todos os Sábados. Recomendo no entanto aos meus leitores que dêem uma olhada ao seu canal do YouTube. Vale bem a pena!



Os vídeos do Sr. Hentges são tipicamente muito longos, razão pela qual me é impossível fazer "pontos-chave" com o mesmo nível de detalhe que faço habitualmente para os vídeos do Sr. Shannon. Seja como for, aqui ficam algumas observações dignas de registo:

[01h35s]: as análises do Sr. Hentges têm uma coisa muito positiva em relação às análises dos outros dois analistas técnicos que eu acompanho aqui no AnB, o Sr. Shannon e o Sr. Harmon. Essa "coisa" é o Dow Jones Industrial Average (DJIA) que, não sei bem porquê, os outros dois analistas não incluem nos seus vídeos/artigos. Olhando para o gráfico do DJIA, vemos que a situação não é tão bonita como nos outros índices (S&P 500, Nasdaq e Russell 2000, ver a analise do Sr. Harmon no postal anterior).

[01h50s]: com efeito, o Sr. Hentges identificou, há já algumas semanas atrás, um ponto "e" no seu gráfico que, de acordo com a Teoria das Ondas de Elliott, tem de ser superado para que o DJIA possa voltar a subir de forma consistente. Ora, para já, o DJIA falhou o assalto a esse ponto "e", com o Sr. Hentges a dizer "vamos ver o que acontece na próxima semana".

[02h27s]: o S&P 500 ($SPX) fez um novo máximo histórico e o Sr. Hentges observou uma divergência muito interessante no gráfico do Índice Direccional Médio (Average Directional Index - ADX). Essa divergência sugere que poderá ocorrer um forte movimento dos preços nas próximas sessões.

[03h35s]: o Nasdaq ($COMPQ) está em máximos de 15 anos, mas o Sr. Hentges chama a atenção para a vela "doji" sobre o limite superior dos Canais de Keltner. Em ocasiões anteriores, velas "doji" semelhantes acabaram por fazer recuar o índice.

[04h40s]: a situação é semelhante no compósito da NYSE ($NYA), embora aqui o preço ainda não tenha chegado ao topo do canal de Keltner correspondente. 
[05h12s]:o Russell 2000 ($RUT) parece estar a ser travado pela linha de tendência ascendente (LTA) que limite a cunha identificada há algumas semanas atrás pelo Sr. Hentges (linhas a cor-de-rosa no gráfico do vídeo) e também por uma LTA multianual que já vem desde o final da Crise Financeira (2009). Além disso, os indicadores técnicos (RSI e ADX) continuam a mostrar divergências face ao avanço do índice.

[08h35s]: o índice de Arms para a NYSE ($TRIN) desceu até aos 0,65 durante a sessão de Sexta-feira, mas depois voltou a subir e fechou a 1,0. É um sinal de indecisão. Já o índice de volatilidade do S&P 500 ($VIX) andou em sentido contrário (12,29 fecho), rejeitando os máximos da sessão (13,02). O Sr. Hentges acha estes níveis anormalmente baixos e diz que "temos divergência no VIX" porque o Índice de Força Relativa (Relative Strenght Index - RSI) fez um novo máximo, enquanto o índice fez um novo mínimo.

[12h03s]: o indicador de novos máximos - novos mínimos da NYSE ($NYHL) está descendente desde finais de Março, o que significa que ainda não confirmou o movimento ascendente recente. Essa ausência de confirmação ainda é mais clara no oscilador de McClellan ($NYMOT), cujo gráfico fez um novo máximo bem abaixo do máximo anterior.

[13h30s]: As obrigações de "juro elevado" (HYG) têm estado a lateralizar, enquanto as obrigações a 20+ anos (TLT) parecem ter quebrado para baixo a zona de consolidação em que se encontravam desde o final de Março. No entanto, o gráfico semanal das TLT não é conclusivo, havendo uma rejeição dos preços abaixo da MM(21) que pode significar que o título ainda pode voltar a subir.

[14h50s]: já o dólar ($USD) tem estado a corrigir as fortes subidas do início do ano e o Sr. Hentges acha mesmo, com base no gráfico semanal, que ainda deveremos ter mais descidas antes da tendência ascendente primária ser restabelecida. Por outro lado, o petróleo (USL) parece estar a tentar subir mas, para já, foi rejeitado pela forte resistência na casa dos $27,5. De salientar também que o Índice de Força Relativa (Relative Strenght Index - RSI) ultrapassou esta semana os 50%, encontrando-se agora me zona "bullish". O ouro (GLD) parece ter retomado a sua tendência descendente primária.

[18h11s]: os semicondutores (SMH) falharam a penetração da linha de tendência descendente (LTD) que vigora desde o final de Fevereiro e estão novamente a cair. No enanto, o SMH fechou apenas ligeiramente abaixo da média móvel a cinquenta dias -MM(50)- e sob uma anterior zona de resistência ($56) que pode ter-se transformado em suporte. O sector da construção civil residencial (XHB) teve um ressalto bem interessante na Sexta-feira, reagindo à zona de suporte na casa dos $35. No entanto, este ETF parece estar confinado a um intervalo de transacção rectangular com resistência em redor dos $37, sendo melhor esperar que esse nível seja ultrapassado antes de abrirmos ou reforçarmos posições.

[19h37s]: as biotecnológicas (IBB) continuaram a subir [IBB +2,03% semana] e, apesar da sessão negativa de Sexta-feira, o movimento ascendente ainda poderá não estar esgotado. Já o sector energético (XLE) mostra um padrão muito semelhante ao do petróleo, com um potencial duplo fundo e uma resistência-chave na casa dos $82,5 que permanece por penetrar.

[21h15s]: a Goldman Sachs (GS) parecia estar a desenhar um padrão de "cabeça e ombros" desde Outubro de 2014 mas, felizmente para a saúde do presente Mercado dos Touros, essa potencial figura de reversão acabou por não se concretizar. O declive da média móvel a 50 dias -MM(50)- voltou a ficar positivo e agora é possível que a acção volte a subir.

[22h52s]: continuando no sector financeiro, o Bank of America (BAC) está bem pior do que a GS e ainda não recuperou das quedas de Dezembro e Janeiro. Neste caso é bastante mais difícil prever o que vai acontecer a seguir, uma vez que a zona de consolidação que se formou desde Fevereiro tanto pode ser quebrada para cima, como para baixo.

[24h19s]: A JP Morgan Chase (JPM) apresenta um padrão muito semelhante à GS, embora mais dilatado no tempo. A tendência primária de longo prazo permanece ascendente, mas o Sr. Hentges acha que há qualquer coisa de cunha ascendente no padrão dos preços que o deixa desconfortável [N.B. é por estas e por outras que eu ando a dizer há já semanas que as acções do sector financeiro devem ser evitadas.]

[25h50s]: A Visa (V) teve um movimento ascendente fantástico na Quarta-feira, quebrando atá uma LTD que vigorava desde Março. O problema é que, quando se olha para a evolução da acção desde o início do Bull Market, fica-se com a sensação de haver uma certa saturação do movimento ascendente. Isto não quer dizer que a acção não possa continuar a subir, apenas que o risco é muito significativo.

sábado, 25 de abril de 2015

S&P 500: a análise semanal de Greg Harmon (7)


Esta análise de Greg Harmon que traduzi de forma aproximada e vos apresento a seguir é relativa à semana entre Segunda-feira, 20  e Sexta-feira, 24 de Abril de 2015. As percentagens de ganho/perda apresentadas dizem respeito a toda a semana. A previsão final é para a próxima semana de 27 e Abril a 1 de Maio de 2015.

«A semana desenrolou-se com o ouro [$XAU, GDX, GLD] a aguentar-se na zona dos $1200 /onça  [$XAU -1,40%, GDX -1,83%, GLD -2,21%]. O barril de crude [$WTIC, USO, USL, OIL] continuou o seu ressalto de curto prazo [$WTIC -0,42%, USO -0,86%, USL +1,41%, OIL -0,83%]. Já o dólar americano [$USD, UUP] parece estar em plena consolidação [$USD -0,62%, UUP -0,43%], enquanto s obrigações do tesouro americano a 20+ anos [TLT] parecem poder voltar a subir se romperam a sua actual zona de consolidação entre os $127,5 e os $132,5 [TLT -1,81%].

O compósito de Xangai [$SSEC, ASHR, PEK] continua a subir como um foguete [$SSEC +2,48%, ASHR +9,33%, PEK +9,93%], com os mercados emergentes [EEM] a acompanharem as subidas [EEM +2,68%].

A volatilidade [$VIX, VXX] continuou a baixar, mantendo o viés ascendente dos fundos transaccionáveis (exchange-traded funds, ETFs) que replicam os principais índices [N.B.: a zona de suporte nos 12,5 pontos a que aludi há duas semanas atrás foi finalmente quebrada. No entanto, chamo a atenção para dois detalhes no gráfico semanal do $VIX: (1) há uma ligeira divergência entre as MMEs que compõem o MACD e o seu histograma, sugerindo que o momento ascendente ainda está lá; (2) a MM(40), a azul no gráfico, ainda não está descendente]


Os gráficos do S&P 500 (SPY), do Nasdaq 100 (QQQ) e do Russell 2000 (IWM) parecem sugerir que a tendência ascendente de longo prazo dos mercados americanos continua forte, com o IWM a liderar a médio prazo enquanto o SPY e o QQQ  mostram alguma trepidação. O SPY quebrou finalmente a resistência que impedia as subidas há já quase dois meses e fechou em máximos históricos ($211,65), o IWM está muito próximo do também máximo histórico que atingiu há duas semanas ($127,13) e o QQQ está em máximos de 15 anos ($110,54) tendo feito um "gap" na Sexta-feira que indicia fortes probabilidades de que o máximo histórico ($117,56) seja alcançado nas próximas semanas.

O que é que isto significa para a próxima semana? Vamos olhar para os gráficos do SPY, começando pelo diário:


O SPY começou a semana a subir, confirmando o sinal de reversão do "martelo" da Sexta-feira anterior. Depois de preencher um "gap" para baixo, acabou por esbarrar contra uma resistência anterior (linha horizontal a azul no gráfico). Na Quinta-feira, acabou mesmo por penetrar essa resistência, mas não conseguiu fechar acima dela. Finalmente, na Sexta-feira voltou a superar a resistência e, desta vez, manteve-se acima dela, estabelecendo um novo fecho máximo de 7 semanas. Isto são boas notícias. O reverso da moeda é que a vela de Sexta-feira foi uma estrela "doji", um possível sinal de reversão [N.B.: em rigor, as velas "doji" traduzem indecisão por parte do mercado, o que significa que o preço pode seguir em qualquer um dos sentidos, ascendente ou descendente]. Ainda assim, os indicadores técnicos estão positivos: o RSI está a subir acima dos 50% e o MACD está claramente "bullish".

Já o gráfico semanal mostra o preço a pressionar o lado superior do rectângulo de consolidação que vigora desde Outubro de 2014:





Nesta resolução temporal (semanas), o RSI tem-se aguentado em zona "bullish" [N.B.: acima dos 50%] enquanto o MACD recuou e parece estar a preparar-se para cruzar novamente o sinal [N.B.: esperemos que não seja um cruzamento falhada como os dois anteriores]. As Bandas de Bollinger estão a abrir-se para dar lugar ao movimento ascendente. Há suportes nos $211 e 210,25, aos quais se seguem os $209 e os $208 antes dos $206,4 e $205,4. Já as resistências acima encontram-se aos $212,24 e aos $212,97, com o nível de Fibonacci 168,8% medido desde o mínimo da Crise Financeira nos $213.

Previsão geral para a próxima semana: consolidação da tendência primária com viés ascendente.»

quinta-feira, 23 de abril de 2015

EUR/USD @FXEmpire (3)


Este par cambial está numa fase deveras irritante e que, na minha opinião, ainda deve durar uns bons dias. Christopher Lewis, o narrador do vídeo, fala num intervalo de transacção entre os rácios 1,05 e os 1,10.



Apensar de concordar em termos gerais com a análise do Sr. Lewis, chamo a atenção para o seguinte gráfico:


Desde o início do mês de Março, já houve um mínimo mais alto do que o mínimo precedente e, embora isso não ponha em causa a tendência primária descendente, poderemos vir a ter um novo teste à resistência que desenhei imediatamente sob a zona amarela, na casa dos 1,08-1,085. Se isto acontecer, o para cambial EUR/USD poderá mesmo continuar a subir "impunemente" e voltar a testar a resistência  imediatamente sobre a zona amarela, i.e. o rácio 1,10.

Portanto, nada de precipitações: os fundamentais do EUR/USD estão francamente negativos mas, neste preciso momento, estamos num claro período de lateralização que poderá durar de vários dias a algumas semanas.

Mercados americanos: a análise intra-semanal de Brian Shannon (2)


O grande Brian Shannon presenteou-nos com mais uma análise de bónus! Normalmente quando isto acontece, é porque ele viu qualquer coisa nos mercados digna de merecer um vídeo... e de facto, houve mesmo um desenvolvimnto nos últimos dias que merece a nossa atenção:


Para começar, as linhas de tendência descendentes que eram visíveis nos índices principais (S&P 500, DJIA, Nasdaq) foram finalmente quebradas. É um sinal francamente positivo mas, infelizmente, ainda não me parece suficiente para voltarmos a apostar em subidas consistentes. É que, logo a seguir, está um nível de resistência horizontal que permanece por penetrar (veja-se o vídeo por volta dos 23 segundos).

É esse nível, que corresponde grosso modo à zona entre os $215 e os $220 no SPY (SPDR's S&P 500 Large Cap, SPY:NYSE), que temos agora que vigiar, sendo que o Sr. Shannon está moderamente optimista devido aos mínimos cada vez mais altos desde meados de Março, chegando mesmo a ver uma potência "chávena com asa" no gráfico deste fundo transaccionável (exchange-traded fund ETF).

A situação é muito semelhante no Nasdaq (QQQ): também houve penetração da LTD, mas há uma resistência muito forte por quebrar nos $109. Por outro lado, a zona de suporte a vigiar encontra-se na zona entre os $107,5 e os $107,75.

O Russell 2000 tem estado menos pujante nesta primeira metade da semana, com a sua média móvel a cinco dias -MM(65)- ainda com declive negativo. Ainda assim, é provável que venha a recuperar até ao final da semana, sobretudo se os outros índices subirem. Se o fizer, deveremos estar atentos à zona entre os $126 e os $126,25, que corresponde à primeira resistência clara acima dos actuais níveis de preço. O intervalo de suporte a ter em conta situa-se entre os $123,75 e s $124.

No vídeo, o Sr. Shannon fala ainda nos semicondutores (SMH), no sector financeiro (XLF) e na Apple (AAPL), que parece finalmente estar a querer subir novamente. Apesar de tudo, recomenda-se prudência: neste momento, os mercados americanos estão a recuar nos pre-markets, enquanto o par cambial EUR/USD e o barril de Brent sobem ligeiramente. Vamos ver o que acontece daqui a algumas horas, quando as bolsas americanas abrirem.

domingo, 19 de abril de 2015

Mercados americanos: a análise semanal de Brian Shannon (35)


Depois da sessão brutal de Sexta-feira passada, aqui fica o imprescindível comentário semanal do melhor analista técnico presentemente no YouTube:


  • Pontos-chave do vídeo do Sr. Shannon:
Modo actual: tendencialmente bearish, sendo também provável que os preços lateralizem durante a próxima semana.

[00m32s]: o S&P 500 (SPY) continua a oscilar lateralmente, depois de uma penetração falhada à linha de tendência descendente (LTD) identificada na análise da semana passada. Há uma clara zona de suporte entre os $204,25 e os $204,5 que vigora desde o início de Março. No gráfico intradiário (em intervalos de 65 minutos), os preços parecem estar mesmo a meio da zona de consolidação/ lateralização, havendo por isso fortes probabilidades de ainda descermos mais, até à zona de suporte indicada anteriormente.

[03m10s]: a LTD no gráfico diário do Nasdaq 100 (QQQ) permanece intacta, tendo servido de resistência durante a última semana. Existe um suporte claríssimo na região entre os $103,75 e os $104,25. É importante que essa zona de suporte aguente durante a próxima semana, uma vez que, caso contrário, poderemos estar perante um triângulo descendente. No gráfico intradiário (30 minutos) é possível verificar que existe uma banda crítica entre os $106,75 e os $107 que poderá vir a constituir-se como resistência na eventualidade de os preços tentarem subir na próxima Segunda-feira.

[04m52s]: o Russell 2000 (IWM) alcançou um novo máximo histórico na sessão de Quarta-feira, mas depois acabou por acompanhar as quedas do resto do mercado e deixar um espaço ("gap") para baixo no gráfico diário. Pior do que isso, o gráfico intradiário (30 minutos) mostra que o preço está agora debaixo da média móvel a 5 dias -MM(65)- cujo declive passou a estar negativo. Não será por isso sensato voltar a apostar no Russell antes de voltarmos a estar acima dos $126.

[07m01s]: os semicondutores (SMH) "estão uma confusão", nas palavras do Sr. Shannon. O teste à LTD falhou e o fundo transaccionável (exchange-traded fund, ETF) parece estar a tentar encontrar suporte na casa dos $55.

[07m25s]: o sector financeiro (XLF) também parecia estar a dirigir-se para cima, neste caso para uma resistência em redor dos $24,5 que tinha travado o preço desde o último mês de Fevereiro. No entanto, falhou o novo reste a essa resistência, fez um "gap" para baixo e não deverá voltar a subir no futuro imediato. Apesar de haver uma zona de suporte claro entre os $23,8 e os $23,9, é impossível determinar o que vai acontecer nos próximos dias [N.B. sobretudo com a incógnita da Grécia].

[08m33s]: as biotecnológicas (IBB) voltaram a superar os restantes sectores. Apesar de terem fechado a semana negativas, elas caíram menos do que os outros grupos de acções [N.B. apenas -0,28% comparado com -1,61% no Nadaq 100]. Ainda assim, convém ter presente que o ETF IBB está presentemente abaixo da sua média móvel a 5 dias -MM(65)- cujo declive está agora descendente, precisando por isso de voltar a superar a zona dos $360 para justificar o risco. Em caso de continuação das descidas, o IBB pode mesmo descer até aos $340 não sendo portanto boa altura para novos reforços ou entradas.

[10m02s]: o dólar americano (UUP) tem estado a corrigir das enormes subidas das últimas semanas e ainda poderá lateralizar durante mais alguns dias. A zona de suporte a vigiar situa-se entre os $25,2 e os $25,5. A tendência primária de subida do dólar americano permanece intacta.

[10m15s]: as obrigações do tesouro americano (TLT) a 20+ anos ainda estão a digerir as descidas recentes e agora parecem ter encontrado uma área de consolidação com suporte na casa dos $129-$129,25.

[10m42s]: a Amazon.com Inc.(AMZN: Nasdaq GS) apresenta resultados esta semana [N.B. Q1, Quinta-feira, 23 de Abril] e parece estar a constituir uma zona de consolidação que poderá vir a servir de "rampa de lançamento" caso os números sejam bons. Porém se os números forem maus, o preço da acção poderá recuar até à zona dos $310. Moral da história: fujam da Amazon durante esta semana, a menos que saibam alguma coisa que nem eu, nem o Sr. Shannon sabemos...

[11m30s]: mais uma semana que passou, mais um péssimo desempenho da Ali Baba (BABA: NYSE). O Sr. Shannon chama-lhe "um pedaço de lixo" (a piece of garbage) e não é para menos. O preço tem estado bem abaixo da Média de Preços Ponderada por Volume (Volume Weighted Average Price- VWAP) e uma grande parte das pessoas que compraram a acção (praticamente todas desde a oferta pública inicial) perderam dinheiro.

[13h29s]: o petróleo ($WTIC) conseguiu romper a resistência na casa dos $55 que vigorava desde o início do mês de Fevereiro. E tem mesmo potencial para regressar à resistência seguinte, em redor dos $59 (Dezembro de 2014). No entanto, essa zona tem fortes probabilidades de voltar a funcionar como resistência, motivo pelo qual é melhor esperar pela sua penetração efectiva antes de apostar na compra de petróleo.

[15h34s]: finalmente, o Facebook, Inc. (FB: Nasdaq GS) falhou aquilo que parecia um novo ciclo de subidas. A acção começou por fazer um mínimo mais elevado do que o precedente, mas não conseguiu acompanhar nos máximos, caindo para debaixo da média móvel a 5 dias -MM(65). Só nos resta esperar por melhores dias...

Mercados americanos: a análise semanal de Joseph Hentges (4)


Aqui fica mais uma análise semanal dos mercados americanos de Joseph "Joe" Hentges. Recordo mais uma vez que a especialidade do Sr. Hentges é a utilização da Teoria das Ondas de Elliott para prever movimentos de médio prazo (várias semanas) das cotações. O seu ponto forte é, na minha modesta opinião, a grande quantidade de gráficos semanais nos oferece e em que olha para o Bull Market como um todo, fazendo previsões para o longo prazo (vários meses).



Os vídeos do Sr. Hentges são tipicamente muito longos, razão pela qual me é impossível fazer "pontos-chave" com o mesmo nível de detalhe que faço habitualmente para os vídeos do Sr. Shannon. Seja como for, aqui ficam algumas observações dignas de registo:

[00h47s]: o Dow Jones Industrial Average (DJIA) registou uma queda significativa na sessão de Sexta-feira. O Sr. Hentges acredita que a alteração de várias regras por parte do regulador de mercado chinês pode ter despoletado as quedas. Neste momento, existem duas possibilidades: (1) ou as cunhas ascendentes que o Sr. Hentges identificou para o DJIA e para o S&P500 foram quebradas pela negativa ou (2) os preços voltam a penetrar a cunha, superando o ponto "e" nos gráficos. Qualquer uma destas duas hipóteses é possível, devendo por isso a postura dos investidores neste momento ser defensiva.

[02h35s]: o Sr. Hentges enfatiza a forte incerteza expressa nas duas possibilidades do parágrafo anterior, desenhando uma elipse que delimita a região dos preços que ele designa por "Terra de Ninguém", uma zona onde é impossível saber se vamos ter novas subidas ou novas quedas dos preços.

[03h10s]: o compósito do Nasdaq ($COMPQ) também desceu abaixo do limite inferior da cunha ascendente identificada pelo Sr. Hentges, mas acabou por recuperar um pouco e fechar acima da média móvel simples a 50 dias, representada a cor vermelha nos gráficos do vídeo.

[03h40s]: o compósito da NYSE ($NYA) está um pouco melhor, mas ainda assim foi rejeitado pelo limite superior da cunha ascendente correspondente.

[04h00s]: o Russell 2000 ($RUT) também desceu abaixo da LTA que delimita a zona inferior da cunha ascendente que pode ser identificada no seu gráfico.

[04h35s]: o Sr. Hentges chama a atenção para o facto de se notarem divergências entre os indicadores técnicos e os gráficos semanais dos diferentes índices, "algumas mais dramáticas do que outras", nas suas próprias palavras.

[05h48s]: a última vela japonesa no gráfico semanal do Russell 2000 ($RUT) parece indiciar uma possível reversão da tendência ascendente de médio prazo, i.e. durante as próximas semanas.

[06h31s]: o índice de Arms para a NYSE ($TRIN) mostra uma enorme variação ao longo da sessão de Sexta-feira, indicando uma enorme pressão compradora durante as primeiras horas da sessão. O mesmo pode ser dito em relação ao índice de volatilidade do S&P 500 ($VIX), com a agravante de ter fechado mais uma vez bem acima dos mínimos recentes, acima da média móvel simples a 10 dias (a azul no gráfico do Sr. Hentges).
 
[07h22s]: o indicador de novos máximos - novos mínimos da NYSE ($NYHL) retrocedeu bastante, mas ainda não se pode falar em descidas preocupantes. O Sr,. Hentges usa um sistema de cruzamento de médias móveis (a 10 e a 21 dias) que parece indiciar mais descidas durante a próxima semana. O oscilador de McClellan ($NYMOT) está um pouco mais neutro, mas ainda há muito espaço para novas quedas das cotações.

[10h49s]: o dólar ($USD) parece estar a acumular força para voltar a subir, embora ainda possa descer mais um pouco antes de retomar o sentido da tendência ascendente primária. Por outro lado, o petróleo (USL) parece estar a preparar-se para fazer o contrário, estando a testar uma resistência multi-semanal nos $27,5 e com uma média móvel simples a 21 dias descendente. Já o ouro (GLD) está neste momento numa tendência lateral de médio prazo, sendo difícil estimar que sentido -ascendente ou descendente- tomará a seguir.

[12h55s]: o sector da construção civil residencial (XHB) registou grandes quedas nas sessões de Quinta-feira e de Sexta-feira passada, agravadas pelo facto de o seu preço já estar bastante abaixo da média móvel a 50 dias. A situação no sector financeiro é semelhante, apesar de os preços apenas terem caído na sessão de Sexta-feira.

[13h53s]: as biotecnológicas (IBB) caíram menos do que os restantes sectores, mas ainda assim fizeram um máximo mais baixo do que o precedente. O Sr. Hentges acha provável que elas voltem a subir na próxima semana... eu acho que isso dependerá sobretudo da evolução do resto do mercado. Já o sector energético (XLE) parece estar a recupera, mas precisa de superar a zona dos $85 para podermos falar em "breakout".

[15h30s]: o Facebook (FB) parece estar a perder força. Para já, a média móvel a 50 dias serviu de suporte aos preços, mas a próxima semana poderá trazer novas quedas. A Apple (AAPL) também desceu abaixo dessa média móvel, depois de 15 sessões em que ela tinha servido de suporte. Muito mau sinal... o Twitter (TWTR) está um pouco melhor, mas com o mercado em geral a corrigir, é bem provável que acabe por ceder também. 
 
[19h00s]:  A Celgene Corp. (CELG) parece estar a preparar-se para "mergulhar", com uma anterior zona de consolidação a ceder. Além disso, o padrão de longo prazo dos preços parece estar a formar um "pires", uma figura de reversão "bearish". Já a United Continental (UAL) poderá estar a formar um padrão de "cabeça e ombros" (outra figura de reversão "bearish") com vários meses de duração.
 
Nota: como o blogger limita o número total de etiquetas a 20, tive de deixar de fora as seguintes: AAPL, GLD, SMH, TLT, e TWTR.

sexta-feira, 17 de abril de 2015

EUR/USD @FXEmpire (2)


Os vídeos de Christopher Lewis são curtos, mas oferecem quase sempre bons conselhos. O de hoje é simples: apesar das recentes subidas, a tendência de longo prazo do para cambial EUR/USD continua descendente. Portanto, apostar na subida do Euro não seria nada sensato...

terça-feira, 14 de abril de 2015

A sabedoria de Peter L. Brandt (4)


  Aqui mais ficam alguns excertos do livro «Diary of a Professional Commodity Trader» (2011), da autoria de uma das maiores lendas-vivas da arte da especulação, o gigante Peter L. Brandt. A tradução, da minha autoria, é aproximada. Além disso, acrescentei algumas notas para enriquecer ainda mais o texto. Texto original entre aspas e a cor preta, comentários do blogueiro a cor verde.
 

 IV. As diferenças entre o mercado de acções e os mercados de matérias-primas

«Nos mercados de acções, quase todos são recompensados quando o mercado sobe. Mas o jogo de soma nula inerente aos mercados de matérias-primas e Forex implicam que os traders novatos têm de bater os traders profissionais e os interesses comerciais para conseguirem ter lucro. Os mercados de matérias-primas e Forex representam por isso um gigantesco jogo de carteiristas» [N.B.: no sentido em que é preciso uns perderem para os outros ganharem]
p. 44


«As operações de especulação financeira bem-sucedidas são determinadas em primeira instância pela forma como o risco é gerido. Muitos aspirantes a traders assumem erradamente que todas as suas transacções serão bem-sucedidas. Já os traders profissionais gerem os seus negócios sob o pressuposto de que cada transacção pode ser mal sucedida. [N.B.: isto pode parecer um contra-senso, mas a palavra-chave aqui é “pode”; é evidente que ninguém está à espera que todas as suas transacções vão ser mal sucedidas, senão nem sequer estaria no trading. No entanto, é preciso ter presente que, mesmo para os traders profissionais, muitas das transacções efectuadas são efectivamente mal sucedidas… e é preciso acautelar logo à partida essa possibilidade!]. Obviamente, existe uma diferença abismal entre estas as duas perspectivas, a dos novatos e a dos profissionais.»

p. 49


«Um bom trader deve ter bem presentes os seguintes pressupostos ao conceber o seu plano de transacção: 
   • A direcção provável de qualquer mercado não pode ser determinada simplesmente olhando para gráficos; 
   • Os gráficos são uma ferramenta, não são um método de previsão. Os traders podem obter uma ligeira vantagem ao estudar os gráficos, mas nunca devem usá-los para fazer previsões sobre a evolução dos preços; 
   • Os gráficos não devem ser usados para manter uma opinião ou posição constante num determinado mercado. 
   • Nunca devemos assumir que o próximo negócio será proveitoso. 
   • É bastante usual que um mercado contrarie a tendência que a sua estrutura gráfica geral sugere. 
   • Os mercados podem fazer movimentos enormes que não podem ser explicados pelos princípios do cartismo¹ clássico.» 
pp. 54-55
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(¹) Atenção que eu aqui estou a usar "cartismo" como uma tradução livre de "charting"; no entanto, é preciso salientar que, nos dicionários da língua portuguesa actualmente existentes, esta palavra tem um significado inteiramente diferente.

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Ver também: 

domingo, 12 de abril de 2015

S&P 500: a análise semanal de Greg Harmon (6)


Esta análise de Greg Harmon que traduzi de forma aproximada e vos apresento a seguir é relativa à semana entre Segunda-feira, 06  e Quinta-feira, 10 de Abril de 2015. As percentagens de ganho/perda apresentadas dizem respeito a toda a semana. A previsão final é para a próxima semana de 20 a 24 de Abril de 2015.

«A semana desenrolou-se com o ouro [$XAU, GDX, GLD] a abrir mais alto, tendo depois regredido e voltado a recuperar para acabar a semana com ganhos [$XAU +1,94%, GDX +2,42%, GLD +0,60%]. O barril de crude [$WTIC, USO, USL, OIL] voltou a testar a resistência anterior e voltou a ser rejeitado por esta, acabando no entanto positivo [$WTIC +4,52%]. Já o dólar americano [$USD, UUP] encontrou novo suporte e voltou a subir [$USD +1,97%], enquanto as obrigações do tesouro americano a 20+ anos [TLT] perderam algum terreno, apesar de ainda se manterem numa gama de valores reduzida em torno dos $130 [TLT -0,85%].

O compósito de Xangai [$SSEC, ASHR, PEK] continuou a sua escalada impressionante e já está acima dos 4000 pontos [$SSEC +4,41%], com os mercados emergentes [EEM] a acompanhar as subidas [EEM +3,98%].

A volatilidade [$VIX, VXX] abriu em alta na Segunda-feira, mas depois caiu ao longo da semana, acabando por fechar praticamente em mínimos de seis meses [N.B.: muita atenção ao gráfico semanal do $VIX, onde se pode observar uma clara LTA que nos exige muita atenção; a zona dos 12,5 pontos tem servido de suporte durante os últimos meses e ainda nos pode reservar surpresas muito desagradáveis].

Os fundos transaccionáveis (exchanged-traded funds, ETFs) que replicam os principais índices voltaram a subir, com o Nasdaq (QQQ) a ter os maiores ganhos [N.B. em termos percentuais, QQQ +2,50]. O S&P 500 (SPY) teve um bom início na Segunda-feira, abrandou e voltou a arrancar na Sexta-feira [SPY +1,75%], enquanto o IWM progrediu mais devagar [IWM +0,78%]. O que é que isto significa para a próxima semana? Vamos olhar para os gráficos do SPY, começando pelo diário:


O SPY começou a semana com um forte movimento ascendente para cima da média móvel simples a 100 dias -MM(100)- e fechando um pouco acima da média móvel simples a 100 dias -MM(50). Depois desse forte movimento na Segunda-feira, a MM(50) passou a servir de suporte durante o resto da semana, até às novas subidas de Sexta-feira. O SPY terminou a semana mesmo em cima da linha de tendência descendente (LTD, a azul no gráfico) [N.B. Note-se que já o Sr. Shannon e o Sr. Hentges tinham alertado para esta LTD].

 O indicador de momento RSI (Relative Strength Index, índice de força relativa) está a subir para lá dos 50%, enquanto  o MACD cruzou para cima, indicando maiores probabilidades de continuação das subidas. As Bandas de Bollinger também parecem estar "a abrir" para permitir um novo movimento ascendente.

Já o gráfico semanal mostra que os preços continuam confinados ao rectângulo de consolidação que o Sr. Harmon actualizou na semana passada, estando agora muito próximos dos seus máximos históricos:


O RSI semanal está claramente em zona "bullish" e o MACD poderá estar a forma um mínimo de curto prazo [N.B. muito cuidado esta observação, o MACD, a preto no gráfico, também pode voltar a inverter para baixo ao invés de penetrar o seu sinal, a azul no gráfico, acelerando a queda dos preços]. Muitos apontarão para o facto de o RSI e o MACD estarem em tendência descendente, mas nenhum dos dois está a fazer novos mínimos. As resistências surgem aos $210,25 e aos $212,25. A partir daí, o caminho estará livre para que o SPY atinja novos máximos. Já os suportes estão nos $209, $206,4 e $204,4.»

Previsão geral para a próxima semana: acção ascendente de curto prazo na zona de consolidação de médio prazo (rectângulo) da tendência ascendente primária.

sábado, 11 de abril de 2015

Mercados americanos: a análise semanal de Joseph Hentges (3)


Aqui fica mais uma análise semanal dos mercados americanos de autoria de Joseph "Joe" Hentges, que agora passa a ser uma presença habitual aqui no AnB. Recordo que a especialidade do Sr. Hentges é a utilização da Teoria das Ondas de Elliott para prever movimentos de médio prazo (várias semanas) das cotações. O seu ponto forte é, na minha modesta opinião, a grande quantidade de gráficos semanais nos oferece e em que olha para o Bull Market como um todo, fazendo previsões para o longo prazo (vários meses).

Há cada vez mais analistas técnicos no YouTube, mas ainda são poucos aqueles que dizem alguma coisa que se aproveite. Neste momento, o Sr. Hentges é um desses poucos ilustres que vale a pena ouvir:



Os vídeos do Sr. Hentges são bastante mais longos do que os do Sr. Shannon, razão pela qual me é impossível fazer "pontos-chave" com o mesmo nível de detalhe. Seja como for, aqui ficam algumas observações dignas de registo:

[01h21s]: o Dow Jones Industrial Average (DJIA) parece estar "com vontade" de subir, mas é preciso que o máximo anterior (ponto "e" no vídeo) seja superado para termos a certeza que o movimento tem força suficiente.

[02h03s]: o mesmo pode ser dito para o S&P 500 ($SPX); faço notar que as potenciais cunhas ascendentes que o Sr. Hentges desenhou nos gráficos do $SPX e do DJIA ainda não foram invalidadas, pelo que ainda é perfeitamente possível que o movimento ascedente venha a fracassar.

[03h01s]: a situação no compósito de Nova Iorque ($NYA) é bastante animadora, com o índice muito próximo do seu máximo anterior e a potencial cunha ascendente muito mais alargada.

[05h07s]: o gráfico semanal do $NYA está uma beleza, com um aparente triângulo ascendente cujo cateto superior poderá ser rompido na próxima semana.

[05h32s]: o gráfico semanal do Russell 2000 ($RUT) está ainda melhor, com o indíce claramente acima de um rectângulo com vários meses de duração que vigorou durante o ano de 2014. O Sr. Hentges chama no entanto a atenção para o facto do índice se encontrar abaixo da linha de tendência ascendente (LTA) multianual que vigora desde o ínicio do presente Mercado dos Touros.

[06h40s]: relativamente aos indicadores de mercado, o índice de Arms para a NYSE ($TRIN) e o índice de volatilidade do S&P 500 ($VIX) estão próximos dos seus mínimos de seis meses, razão pela qual é preciso tomar atenção durante as próximas sessões. O indicador de novos máximos - novos mínimos da NYSE ($NYHL) também ainda não parece ter confirmado as recentes subidas. O mesmo pode ser dito para o oscilador de McClellan ($NYMOT).

[09h41s]: o dólar americano ($USD) teve fortes subidas durante a semana passada, sendo provável que continua a subir nas próximas sessões.

[12h29s]: quando se olha apenas para as velas japonesas e para as médias móveis, o sector da construção civil residencial (XHB) parece estar a desenhar um "rally". No entanto, os indicadores técnicos são inconclusivos, sendo melhor aguardar pela superação do máximo anterior.

[16h43s]: as acções do Twitter (TWTR: NYSE) têm subido muito bem nos últimos meses, mas o Sr. Hentges encontrou várias divergências nos indicadores técnicos. É melhor evitar a acção por agora.

Nota: como o blogger limita o número total de etiquetas a 20, tive de deixar de fora as seguintes: TLT, FB, AAPL, TWTR, $NYMOT

Mercados americanos: a análise semanal de Brian Shannon (34)


Aqui fica mais uma análise semanal do melhor analista técnico presentemente no YouTube.


  • Pontos-chave do vídeo do Sr. Shannon:
Modo actual: tendencialmente bullish, mas as subidas têm sido lentas e nada impede que haja uma reversão. No S&P 500 (SPY), por exemplo, ainda há uma linha de tendência descendente (LTD) por quebrar.

[00h37s]: o SPY parece ter encontrado um suporte de médio prazo sobre o segundo nível de retracção de Fibonacci (50%) considerando o intervalo de variações desde o início do ano (year-to-date range). A dar ainda mais força a esse suporte, está o facto de que a Média de Preços Ponderada por Volume (Volume Weighted Average Price- VWAP) também se encontra nessa zona. A LTD mencionada anteriormente poderá oferecer resistência na casa dos $210. No entanto, o preço já fez um máximo mais alto do que o máximo precedente, acima de uma média móvel a cinco dias -MM(65)- com declive ascendente, o que indica que também poderemos ter continuação das subidas. Em caso de quedas, a zona de suporte a vigiar andará na casa dos $207.

[01h56s]:o Nasdaq 100 (QQQ) também subiu durante a última semana, mas menos em termos relativos comparativamente ao SPY (i.e. não em termos percentuais, mas comparativamente ao anterior máximo). Havendo a possibilidade de correcção, o Sr. Shannon acha que seria desejável que o suporte na zona dos $106,75 aguentasse nos primeiros dias da próxima semana.

[02h35s]: o Russell 2000 (IWM) continua a ser o índice americano mais forte, encontrando-se neste momento sobre uma LTA inequívoca, tendo todas as médias móveis de curto, médio e longo prazo (10, 20, 50, 100, 150 e 200 dias) um declive ascendente. Em caso de recuo, a zona de suporte a ter em conta situa-se entre os $123,5 e os $123,75.

[03h11s]: a situação nos semicondutores (SMH) é um pouco mais incerta. As subidas têm sido comparativamente mais modestas, com o gráfico diária a mostrar muita indecisão por parte dos investidores. O Sr. Shannon acha que o SMH precisa de consolidar antes pode poderemos apostar na continuação das subidas. A zona de suporte a considerar em caso de recuo situar-se-á entre os $55,5 e os $55,75.

[03h50s]: o sector financeiro (XLF) está a tentar romper uma antiga zona de suporte que agora passou a resistência. Para considerarmos essa resistência penetrada, o preço terá de subir acima da zona entre os $24,30 e os $24,35. No enanto, o gráfico diário do XLF recomenda muita prudência. Eu recomendo até a ausência, se é que me faço entender.

[04h41s]: o petróleo ($WTIC) ainda se encontra numa tendência primária descendente, apesar das subidas recentes. Há uma importante zona de resistência na casa dos $55 que já rejeitou as subidas por duas vezes. Em caso de queda, o primeiro suporte a considerar andará na casa dos $50, com o segundo a aparecer na casa dos $47.

[05h58s]: as quedas no preço das obrigações do tesouro americano (TLT) parecem ter estabilizado em cima de um suporte ($130) que já foi anteriormente resistência.

[06h06s]: já o sector imobiliário (IYR) continua a marcar passo, tendo mesmo perdido terreno durante a última semana. O Sr. Shannon não diz no vídeo, mas o IYR está presentemente sobre uma zona de suporte ($78) havendo outra zona de suporte a ter em conta na casa dos $76.

[06h13s]: o domínio das biotecnológicas (IBB) continua absolutamente incontestado. As líderes do ano (+17,83%) continuam em grande forma e, na última semana (+4,08%), só não bateram o petróleo (USO, +9,32%). Presentemente, o fundo transaccionável IBB está acima da sua média móvel a cinquenta dias -MM(50)- que tem servido de suporte aos preços nas últimas sessões.

[06h40s]: as acções da Apple, inc. (AAPL: Nasdaq GS) parecem finalmente estar a recuperar. Também neste caso a MM(50) tem suportado a ascensão dos preços. Por um lado, o gráfico intradiário (30 em 30 minutos) mostra uma subida gradual dos mínimos; por outro lado, ainda há uma LTD importante por quebrar na casa dos $127 aos $127,5.

[07h52s]: a Amazon.com Inc.(AMZN: Nasdaq GS) parece estar a desenhar aquilo a que Edwards e McGee chamavam uma linha, i.e. uma gama apertada de preços onde tem lugar o fenómeno de consolidação, mecanismo mediante o qual uma acção acumula pressão compradora antes de voltar a subir. Confesso que me é um pouco difícil concordar com o Sr. Shannon neste capítulo, por entender que falta um indicador muito importante para que esta consolidação seja fiável: o volume transaccionado baixou muito desde Janeiro. Isto não quer dizer que a AMZN não possa vir subir, apenas que essas subidas poderão não ter força suficiente para justificar a abertura de posições.

[08h42s]: para não variar, a Ali Baba (BABA: NYSE) continua a ser uma acção de fugir. Apesar de haver alguns dias em que a BABA tem "rallies" fortíssimos, o gráfico diário continua a sugerir que mantenhamos a distância.

[09h16s]: o Sr. Shannon diz que a DR Horton Inc. (DHI: NYSE) é uma acção interessante e eu tendo a concordar. A tendência primária ascendente desta acção é inegável e parece estar a preparar-se para subir novamente. Atenção porém que o declive da média móvel a cinco dias -MM(65)- no gráfico intradiário (30 em 30 minutos) continua descendente, tornando a entrada arriscada. 

[09h48s]: o Facebook, Inc. (FB: Nasdaq GS) está neste momento sobre um suporte que já foi em tempos uma resistência. Não é o momento de abrir ou reforçar posições. O nível de resistência a penetrar estará entre os $83,40 e os $83,50. Só então será sensato pensar em comprar.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

EUR/USD @FXEmpire

Descobri finalmente o nome do cavalheiro que faz estas análises: Christopher Lewis. A melhor parte é que existe uma página de internet onde pode ser encontrada uma transcrição do vídeo em português (do Brasil). Esta análise foi feita ontem à noite. No momento em que estou a publicar este postal, o para cambial EUR/USD já caiu para os 1,0667 (-1,18%).



«O par EUR / USD inicialmente tentou ganhar força durante a sessão de Quarta-feira, mas como você pode ver a tendência se inverteu e se formou uma base relativamente negativa. Esta não é uma grande surpresa, porém, ainda temos a reunião de FOMC [N.B. Reserva Federal Americana] saindo, e que quase sempre leva volatilidade ao dólar, e a maioria das principais moedas. Com isso, houve uma enxurrada de dólar norte-americano, já que parece que o mercado acha possível que tenhamos uma alta das taxas mais cedo do que se pensava inicialmente.

Por outro lado, o Banco Central Europeu continua a manter uma política monetária muito frouxa [N.B. "política frouxa" é uma má tradução de "loose policy"... a expressão mais adequada será "política de facilitação"] e isso significa que o euro deverá continuar a sofrer em geral. Com isso, é muito provável que o Euro vai continuar a cair dado tempo suficiente. Há muito pouco lá fora, que nos faz acreditar que este par vai subir em breve, e, francamente, nós olhamos para eventuais subidas como potenciais oportunidades de venda, pois representam o valor do dólar.

Por outro lado, se podemos simplesmente quebrar abaixo do nível 1,075, sentimos que o mercado vá continuar até aos 1.05 dado tempo suficiente. Que mais do que provavelmente será um nível de suporte, mas no final do dia, é muito provável que nós mesmo quebrar abaixo lá e começar a ir para o próximo nível psicológico importante, que seria, evidentemente, o nível de paridade [N.B. não acredito que a paridade aconteça tão cedo. Vale sempre a pena recordar que a Goldman Sachs apontou apenas para Setembro]. Acreditamos que é, eventualmente, para onde estamos indo para acontecer, mas provavelmente vai levar uma quantidade significativa de tempo para chegar lá. Afinal de contas, o euro perdeu uma extraordinariamente grande quantidade do valor anterior, de modo que a maior parte do dinheiro fácil já foi feito, e como resultado, este mercado deve continuar a vender, mas provavelmente a um ritmo muito mais lento do que vimos anteriormente nos últimos meses. Independentemente disso, não temos interesse em comprar o Euro no momento.»

terça-feira, 7 de abril de 2015

A propósito das subidas de ontem nos mercados americanos...


...O Sr. Joseph Hentges acha que poderão ser uma ilusão ("fake-out") e continua a ver cunhas ascendentes no DJIA e no S&P 500. Eu cá continuo a achar que o melhor neste momento é não fazer nada. Se o S&P 500 cair abaixo dos 2025 pontos, a conversa será outra. Mas não vamos sofrer por antecipação, nem fechar posições que ainda têm potencial de subida...

segunda-feira, 6 de abril de 2015

S&P 500: a análise semanal de Greg Harmon (5)


Esta análise de Greg Harmon que traduzi de forma aproximada e vos apresento a seguir é relativa à semana entre Segunda-feira, 30 de Março e Quinta-feira, 2 de Abril de 2015. As percentagens de ganho/perda apresentadas dizem respeito a toda a semana. A previsão final é para a próxima semana de 6 a 10 de Abril de 2015.

«A semana desenrolou-se com o ouro [$XAU, GDX, GLD] a abrir mais baixo, tendo depois ressaltado para acabar a semana com ligeiros ganhos [$XAU +0,34%, $GDX +0,80%, GLD +0,19%]. O barril de crude [$WTIC, USO, USL, OIL] permaneceu na sua zona de consolidação [$WTIC +2,31%]. Já o dólar americano [$USD, UUP] voltou a subir [$USD +0,16%], enquanto as obrigações do tesouro americano a 20+ anos [TLT] se mantiveram numa gama de valores reduzida [TLT -0,04%].

A volatilidade [$VIX, VXX] oscilou ao longo da semana, mas acabou por fechar abaixo das duas médias móveis principais (50 e 200 dias) [N.B.: muita atenção ao gráfico semanal do $VIX, onde se pode observar uma clara LTA que nos exige muita atenção]. O compósito de Xangai [$SSEC, ASHR, PEK] teve uma semana em grande [$SSEC +4,68%], assim como os mercados emergentes [EEM +4,51%].

Os fundos transaccionáveis que replicam os principais índices começara a semana a subir. Mas o S&P 500 (SPY) e o Nasdaq 100 (QQQ) acabaram por devolver os seus ganhos [SPY +0,34%, QQQ -0,38%], enquanto o Russell 2000 (IWM) recuperou das quedas e manteve a tendência ascendente [IWM +1,26%]. O que é que isto significa para a próxima semana? Vamos olhar para os gráficos do SPY, começando pelo diário:


O SPY começou a semana com um bonito "gap" sobre a média móvel simples a 50 dias -MM(50)-, fechando ligeiramente acima da média móvel simples a 20 dias -MM(20). As boas notícias acabaram a partir daí, com o preço a recuar nas sessões seguintes e a forma uma vela "martelo" na Quarta-feira. Esta vela de reversão foi confirmada na Quinta-feira, quando o preço voltou a subir. A vela semanal acabou assim por ser uma "doji" [N.B.: indicando indecisão por parte dos investidores e especuladores]. O RSI no gráfico diário continua, apesar de tudo, a aguentar-se dentro da zona "bullish", enquanto o MACD continua a pressionar para baixo [N.B.: não obstante a divergência entre as MMEs e o histograma]. A situação não é clara.

Olhando agora para o gráfico semanal do SPY, pode ver-se que a "doji" da última semana continua dentro do rectângulo de consolidação que se iniciou em Outubro [N.B.: o Sr. Harmon elevou a zona de resistência do rectângulo].



As Bandas de Bollinger -BB- continuam a apertar, com o RSI a aguentar sobre a linha intermédia, enquanto o MACD continua a cair. Também aqui a situação não é muito clara, mas as BB sugerem que poderá haver um movimento rápido em breve. O primeiro suporte está nos $204,4. Seguem-se os $203, os $202 e os $200. Já as resistências surgem aos $208, 209, $210,25 e $212,25.

Previsão geral para a próxima semana: consolidação da tendência ascendente primária com acção lateral dos preços.