domingo, 25 de janeiro de 2015

Mercados americanos: a análise semanal de Brian Shannon (27)


É certinho aqui no AnB: a cada nova semana, uma nova análise do grande Brian Shannon. Aproveitem, caros leitores, é bom e é de graça!


  • Pontos-chave do vídeo do Sr. Shannon:
Modo actual: tendencialmente bullish, mas a precisar de confirmação; novas posições devem ser abertas com grande cuidado.

[00m48s]: No S&P 500 (SPY), a zona de suporte entre os $198 e os $200 aguentou, com o preço a ultrapassar a zona dos $202 e o declive da média móvel a cinco dias -MM(65)- a virar positivo,  o que é uma boa notícia para a saúde dos mercados; o Sr. Shannon acredita que a zona entre os $206 e os $206,5 é agora a região a superar para assegurar a continuação do Bull Market (Mercado dos Touros); eu estou um pouco mais pessimista e acho que a zona a superar está algures nos $208.

[03m25s]: No Nasdaq 100 (QQQ), a situação é um pouco melhor, havendo já duas zonas de resistência penetradas, a mais recente nos $103,5; mas, mais uma vez, eu estou mais pessimista e acho que a zona a superar é entre os $105 e os $105,5.

[04m54s]: Já no Russell 2000 (IWM) a situação é um bocado mais delicada, com o índice das Small Cap ainda abaixo das anteriores zonas de resistência, em particular da zona entre os $117 e os $117,5 a boa notícia é que a média móvel a cinco dias -MM(65)- está ascendente.

[06m08s]: Os semicondutores (SMH) estão com bom aspecto, mas é possível que recuem um pouco, testando a zona de suporte entre os $54,2 e os $54,6.

[06m36s]: O sector financeiro (XLF) tem sido a "ovelha manca" dos mercados americanos; na próxima semana, seria desejável que o preço se aguentasse no intervalo entre os $23,6 e os $23,7.

[08m24s]: O petróleo (OIL, USO, WTI) continua numa clara tendência descendente e ainda não há sinais de que as quedas vão ficar por aqui; aqueles que querem comprar petróleo devem continuar à espera de melhores dias.

[10m07s]: Já as biotecnológicas (IBB) continuam numa clara tendência ascendente e até atingiram novos máximos na última semana;

[10m15s]: O dólar americano (UUP) está em grande forma (a queda do euro -ver postal anterior- também ajuda); para aqueles que acham que o dólar já subiu demasiado, o Sr. Shannon volta a lembrar a velha máxima do mercado: "a tendência é tua amiga, quem apostar contra a tendência merece perder".

[10m45s]: As obrigações do tesouro americano (TLT) também estão "on fire"; o Sr. Shannon aproveita a ocasião para demonstrar a enorme estupidez que é identificar um topo duplo antes de a base desse suposto topo duplo ter sido quebrada.

[11m23s]: A Apple (AAPL: Nasdaq GS) teve uma boa semana (já era hora, estava a começar a meter nojo), mas ainda precisa de consolidar um pouco antes de voltar a subir com força e a atingir novos máximos.

[12m40s]: Já a Amazon (AMZN: Nasdaq GS) continua a sua triste descida que, para já, parece imparável; o Sr. Shannon identificou um triângulo descendente que anuncia novas quedas nas próximas sessões.

[13m16s]: A Google (GOOGL: Nasdaq GS) está a mostrar alguns sinais de recuperação, mas a a média móvel a cinco dias -MM(65)- continua descendente; o Sr. Shannon recomenda por isso aos compradores manterem as ordens stop bem apertadas; jé eu recomendo que evitem a Google, porque acho que ainda está em claro Bear Market (Mercado dos Ursos).

[14m25s]: A situação na GoPro (GPRO: Nasdaq GS) é análoga à da Google.

[15m00s]: A Netflix (NFLX: Nasdaq GS) teve uma grande semana graças à divulgação de resultados do quarto trimestre  (Q4) de 2014. Apesar do enorme potencial de subida da acção, eu não recomendo a compra, pelos motivos que expus anteriormente neste postal.

[16m01s]: A Ali Baba (BABA: NYSE) recuperou um pouco das quedas recentes mas ainda apresenta uma tendência claramente descendente, com máximos e mínimos cada vez mais baixos. Evitar!

[16m57s]: A situação na Oracle (ORCL: NYSE) é bastante melhor, com a acção novamente em modo bullish (ascendente).

[18m11s]: A Regulus (RGLS: Nasdaq GM) parece estar a preparar-se para subir novamente, mas a volatilidade é demasiado alta para valer o risco.

[19m32s]: A FireEye (FEYE: Nasdaq GS) cruzou recentemente a MM(200) no gráfico diário mas precisa de consolidar antes de voltar a subir.

Sobre as recentes subidas do Ouro...


Reina uma grande agitação nos mercados financeiros de todo o mundo. O motivo é a Grécia, mais concretamente a mais que provável vitória do partido de extrema-esquerda Syriza que, entre muitas medidas no mínimo demagógicas, promete exigir o perdão substancial da dívida pública grega de modo a que se torne sustentável e sujeitar o pagamento da restante parte da dívida ao crescimento económico.

Como se isto não bastasse, o presidente do Banco Central Europeu (BCE) anunciou, na passada Quinta-feira, o início de um programa de facilitação quantitativa baseada na compra mensal de 60 mil milhões de euros em títulos de dívida soberana dos estados-membros da UE.

Tudo isto traduziu-se na inevitável queda acentuada do €uro e a queda das taxas de juro títulos de dívida soberana dos países da Zona €uro:

€uro/U$-Dólar, índice de Filadélfia: repare-se nas grandes quedas das duas últimas semanas.


 €uro vs. juros da dívida a 10 anos da Alemanha vs. juros da dívida a 10 anos dos EUA

Ora, os manuais dos mercados financeiros são unânimes: quando uma grande moeda cai, assim como as taxas de juro das obrigações do(s) país(es) que a usam, os investidores procuram refúgio ou noutras moedas, ou nos metais preciosos, em particular no Ouro.

E, de facto, algo parece estar a mudar na cotação a longo prazo (semanal) do metal amarelo:



Antes de comentar o gráfico acima, convém esclarecer porque é que optei usar o $XAU (índice de ouro e prata de Filadélfia) em vez do habitual fundo transaccionável GLD (SPDRs Gold Trust Shares). É simples, porque os fundos transaccionáveis (exchange-traded funds, ETFs), que até seguem razoavelmente as cotações dos activos que replicam durante a maior parte do tempo, tendem a exacerbar as suas cotações em períodos de grande incerteza e irracionalidade, distorcendo o valor real desses activos, sobretudo das chamadas commodities (bens e mercadorias como o ouro, a prata, o arroz, o café, o cacau, etc.).

É por isso que hoje, excepcionalmente, prefiro usar o índice real $XAU em vez do ETF GLD, porque quero "filtrar" o efeito da irracionalidade dos investidores mais emotivos.

Esclarecido este aspecto, aquilo que se vê no gráfico do $XAU é, para já, pouco encorajador para os compradores de ouro. Temos uma zona de suporte claríssima na casa dos 60 pontos, que deteve a queda do índice durante o quarto trimestre de 2014. Um pouco acima, na zona dos 80 pontos, temos uma resistência que deteve a subida do índice durante as duas últimas semanas e que já serviu de suporte entre os Verões de 2013 e 2014. E ainda mais acima temos uma linha de tendência descendente (LTD) que vigora desde Agosto de 2013 e que se encontra presentemente na casa dos 100 pontos.

Ora, é na região entre essa LTD e a resistência nos 80 pontos que eu acredito que se vai travar a batalha decisiva para o ouro. Pintei essa região a cor amarela no gráfico. A presença da média móvel a 40 semanas -MM(40)- reforça a importância dessa região. Repare-se que, para já, o índice não conseguiu manter-se dentro dessa zona amarela, tendo fechado abaixo dos 80 pontos.

Portanto, apesar do grande optimismo que reina entre os compradores de ouro (recuso-me a chamar-lhes investidores, porque para mim investir é apostar em negócios), eu continuo pessimista em relação ao ouro e só mudarei de opinião quando o metal precioso conseguir superar a zona amarela.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Mercados americanos: a análise semanal de Brian Shannon (26)


Aqui fica a análise aos mercados americanos feita pelo grande Sr. Brian Shannon, desta vez um pouco mais tarde do que o habitual porque hoje foi feriado nos EUA. Estou sem tempo para fazer os "pontos-chave" habituais, mas também não há novidades, a não ser talvez pela subida recente do ouro, que ainda assim não é suficiente para que se possa falar em reversão da tendência primária.

Os vídeos do Sr. Shannon são sempre interessantes, mas este vídeo tem uma particularidade pouco habitual: o Brian explica-nos o porquê de os triângulos descendentes terem a forma que têm e porque é que indicam geralmente que vêm aí mais quedas das cotações.

sábado, 17 de janeiro de 2015

A sabedoria de Peter L. Brandt


   Aqui ficam alguns excertos do livro «Diary of a Professional Commodity Trader» (2011), da autoria de uma das maiores lendas-vivas da arte da especulação. A tradução, da minha autoria, é aproximada. Além disso acrescentei algumas notas para enriquecer ainda mais o texto. Texo original entre aspas e a cor preta, comentários do blogueiro a cor verde.


 I. O trading é uma arte ou uma ciência?

«O trading é uma arte ou é uma ciência? Ou será antes uma combinação das duas? Eu não tenho a certeza quanto às respostas a estas perguntas. E nem sequer tenho a certeza de que seja necessário saber a resposta a estas perguntas. Eu vejo o trading como uma habilidade. Um trader de sucesso é alguém que desenvolveu essa habilidade, aplicando as suas competências de uma forma semelhante a um jogador de futebol que aperfeiçoou a sua técnica de marcação de livres directos, ou a um soldador que aprimorou a arte de combinar metais exóticos, ou a um engenheiro de software que é capaz de resolver problemas complexos para desenvolver uma aplicação funcional. 

Todos aqueles que desenvolvem habilidades passam obrigatoriamente por um processo de aprendizagem. Este processo não se resume a passar um tempo específico numa sala de aula ou campo de treino. Mais do que isso, um processo de aprendizagem que leva ao desenvolvimento de uma habilidade é, necessariamente, uma colecção de experiências pessoais, profissionais e de propriedade que permitem adquirir o conhecimento e as competências necessárias para que se possa falar em habilidade.» 
p. 14 


«O trading é uma luta contra a corrente das emoções humanas. Fazer trading com sucesso e de forma consistente é um ofício muito duro. (…) Se o trading fosse fácil, qualquer um poderia fazê-lo para ganhar a vida. A especulação bem-sucedida pode levar ao aparecimento precoce de cabelos brancos, insónia e emoções exacerbadas. 

A especulação de sucesso é sobretudo a gestão do risco. Na verdade, alguns traders vêem-se a si próprios como gestores de risco [N.B.: não é a gestão que é de risco, é a gestão do risco, “risk management” e não “risky management”]. Não é tanto as cartas que se tem que fazem a diferença, mas sim a forma como se joga essas cartas. Nesse sentido, não tem sido dada a atenção merecida à gestão do dinheiro

Os traders novatos passam a maior parte do seu tempo a estudar métodos que lhes permitam identificar oportunidades de especular. Na minha experiência, essa é a parte menos importante do ofício. Na verdade, o método mediante o qual um trader identifica as suas oportunidades de negócio tem muito pouca importância [N.B.: ele escreveu mesmo assim, “of very little importance”; notar que este parágrafo vem na sequência do anterior e, portanto, o que o Peter L. Brandt nos está a dizer é que aquilo que é realmente importante é a gestão do dinheiro].» 
p. 22

Em suma: 

«(…) A chave para o trading de sucesso consiste em aprender a lidar com as perdas, não em estar sempre certo. É preciso entender que os lucros acabam por aparecer quando se gere as perdas de forma adequada. (…) O teu ego e o teu orgulho não podem, de forma alguma, estar associados às tuas perdas.» 
 pp. 26-28

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

EUR/USD, gráfico diário, 12-Jan-2015


Não tencionava fazer nenhum postal sobre o par cambial Euro/Dólar Americano mas, ao passar os olhos por este gráfico, não pude deixar de rir:



É que há certos "gurus" do mundo financeiro que nos têm andado a garantir, praticamente desde o início do presente Bull Market, que o dólar tem os dias contados e que muito em breve vai valer menos do que o papel em que é impresso. Mais uma vez, a realidade arrasa as previsões dos "gurus" dos mercados!...

S&P 500 (via SPY), gráficos diário e "Shannon", 12-Jan-2015


Começou mal, esta semana nos mercados americanos. Os índices principais voltaram a recuar numa altura em que até pareciam estar a recuperar. Nada de grave, por enquanto. Os mercados bolsistas são mesmo assim, dois passos para a frente, um passo para trás. E quem tem nervos para aguentar dias como este acaba sempre por fazer dinheiro a longo prazo.

Para fazermos o ponto da situação, vamos olhar para o gráfico diário do fundo transaccionável (exchange-traded fund, ETF) SPDRs S&P 500 (SPY:NYSE):



Pode ver-se que a tendência de curto prazo do SPY é descendente, não obstante a rejeição de mínimos observada hoje. É possível que o ETF continue a recuar amanhã até à zona amarela, que serviu de suporte já por duas vezes, no dia 17 de Dezembro e no dia 3 de Janeiro. Claro que nos mercados nunca nada é garantido e também há a possibilidade de continuarmos a descer a partir dessa zona, ou até à MM(200), ou um pouco mais abaixo ($190-$192). Mais abaixo do que isso ja me parece difícil porque a MM(40) do semanal está presentemente nos $195,93. Mas volto a sublinhar, nos mercados, nada é garantido.

A boa notícia é que há uma ligeira divergência entre as duas componentes do PPO (a diferença entre a MME(12) e a MME(26), a preto e o sinal definido pela MME(9), a vermelho) e o histograma (a azul). Por outro lado, o volume transaccionado continua em queda e o CMF ainda recomenda ficar de fora, com duas importantes linhas de tendência descendente (LTD) por quebrar.

Agora vamos olhar para o SPY através de um daqueles gráficos de 30 em 30 minutos de que o Sr. Brian Shannon tanto gosta:


Neste horizonte temporal, as coisas já não parecem assim tão negras! Em primeiro lugar, a média móvel a cinco dias -MM(65)- está ascendente, o que é um sinal positivo. Depois, temos um cruzamento ascendente no MACD, outro sinal positivo. E finalmente, existe um suporte na casa dos $202 que se aguentou bastante bem na sessão de hoje.

Claro que ainda é preciso que o SPY volte a ultrapassar a média móvel a cinco dias e que, idealmente, regresse à zona dos $208 onde esbarrou no início de Janeiro. Até isso acontecer, eu fico de fora.

sábado, 10 de janeiro de 2015

Dow Jones Transportation Average, gráfico diário (via Greg Harmon), 9-Jan-2015


Já desde o dia 5 de Outubro de 2014 que não olhamos para um gráfico do DJTA aqui no AnB, portanto está na hora de voltarmos a fazê-lo, aproveitando uma análise do Sr. Greg Harmon.

A maioria dos analistas e comentadores dos mercados financeiros contemporâneos exclui o DJTA das suas análises porque este índice, o mais antigo índice bolsista dos EUA que foi criado em 1884 pelo mítico Charles Dow, está supostamente ultrapassado (assim reza a sabedoria convencional dos mercados). Mas eu discordo, pelo motivo que já indiquei várias vezes aqui no AnB: de acordo com a venerável Teoria de Dow, os ganhos das empresas de transportes têm um impacto directo na saúde dos Bull Markets. Mais concretamente, se as empresas de transportes estão a aumentar os seus lucros, então é porque há cada vez mais passageiros e mercadorias para transportar e, concomitantemente, a economia está a crescer.

O DJTA já não traduz esta relação entre as transportadoras e o resto das cotadas em mercado  tão fielmente como outrora, uma vez que muitas das grandes companhias aéreas e ferroviárias dos states já não fazem parte do índice. Mas, ainda assim, o DJTA continua a dar uma boa ideia do estado geral da bolsa e da tendência do mercado. Se o DJTA começar a marcar passo, é sinal de que algo não está bem e é preciso redobrar a atenção às cotações.

Mais vos digo: aqui o vosso blogueiro continua a temporizar a sua entrada e saída nos Bull Markets americanos com base na venerável Teoria de Dow. Sim, também uso outras coisas, análise fundamental, médias móveis, indicadores técnicos, padrões gráficos, etc. Mas, por incrivelmente que pareça, a Teoria de Dow ainda reina suprema no minha forma de estar em bolsa. E em quase 10 anos de bolsa, só me f*** uma vez, em 2008, quando pus momentaneamente a Teoria de Dow de parte.

A Teoria de Dow é bastante simples: na sua versão inicial, estabelece que os dois índices principais da época em que o seu criador viveu, o DJTA (transportes) e o DJIA (indústria), deviam subir ou cair simultaneamente para que estivéssemos em Bull ou em Bear Market. A simultaneidade era absolutamente imprescindível: só quando os dois índices subirem ou caírem é que temos uma tendência primária definida.

Ora, em pleno séc. XXI, o DJTA e o DJIA já não bastam. Por isso é que eu uso os quatro índices principais, S&P500, Nasdaq 100, DJIA e Russell 2000 ... mais o "desactualizado" DJTA. porquê? Porque há situações em que a crise econíómica começa por fazer-se sentir nas transportadoras e só depois se estende aos quatro grandes índices. Na era do crédito sem limites isto pode parecer impossível, mas já aconteceu no passado e pode voltar a acontecer no futuro. Portanto, o DJTA continua a ser um indicador de referência para a saúde da economia em geral e dos mercados em particular.

O Sr. Harmon começa por nos dizer que vivemos tempos muito excitantes no DJTA e mostra-nos este gráfico:



E prossegue em seguida: «O gráfico do Dow Jones Transportation Average evidencia um fenómeno muito interessante. Podem ver-se várias coisas positivas. Há dois ressaltos na MM(100), com um mínimo mais alto (mantenham isto em mente). Depois veio a confirmação da vela "Harami" de Quarta-feira. O RSI e o MACD estão a virar para cima. Mas provavelmente não reconhecerão a Reversão Positiva do RSI.

Esta reversão ocorre quando o RSI faz um mínimo mais baixo, mas o preço ou índice não faz um mínimo mais baixo. Então, ambos revertem para cima. Este padrão indicia um novo teste do índice à zona do anterior máximo ou até mais alto. Para o gráfico acima, o máximo anterior foi dos 8580,81 até aos 9257,44 ou seja 676,63 pontos. Portanto, agora poderemos vir a passar dos 8659,40 aos 9336,03 pontos.

Isto é significativo porque indicia que poderemos vir a ter em breve um novo máximo no índice dos transportes. Se a indústria (DJIA) corresponder, teremos uma nova confirmação da Teoria de Dow. E a renovação da tendência primária ascendente dos mercados."»

Sempre interessantes, as análises do Sr. Harmon! A propósito, o DJTA não é transaccionável, uma vez que se trata de um índice, i.e. uma média pesada das acções que o constituem. No entanto, os meus leitores podem fazer como eu e recorrer ao fundo transaccionável (exchange-traded fund, ETF) iShares DJ Transportation Index Average Fund (IYT:NYSE, ISIN: US4642871929), que tem uma liquidez bastante razoável e replica o DJTA com uma boa fidelidade.

Mercados americanos: a análise semanal de Brian Shannon (25)


É Sexta-feira! O que significa que hoje é dia de copos! E ainda melhor do que isso, é dia de Brian Shannon! A vida é bela!

  • Pontos-chave do vídeo desta semana:
Modo actual: tendencialmente bullish, mas a precisar de confirmação; não convém abrir novas posições por enquanto.

[00m54s]: o Sr. Shannon começa o vídeo com uma piada acerca do ouro, cujo preço parece estar a ganhar força justamente quando ele deixou de o seguir nas suas análises. "Agora já podem acusar-me de ser o indicador contrário do ouro", graceja Shannon; aqui o vosso blogueiro acha que ainda é muito cedo para falar em recuperação do metal precioso; todas as médias móveis de longo prazo ainda estão negativas e há uma resistência muito importante para vencer na casa dos $120; e mesmo depois disso tudo, há uma LTD para quebrar na casa dos $125; 

[02m24s]: depois de ter aberto a sessão de Quinta-feira em "gap", o S&P500 (SPY) voltou a testar a zona de suporte na casa dos $204-$204,25, sendo agora possível que recue um pouco mais; nesta situação, seria desejável que o suporte na casa dos $202,5-$203 aguentasse;

[03m32s]: no Nasdaq 100 (QQQ), a zona de suporte a vigiar situa-se entre os $101,5 e os $102; se o índice descer abaixo dos $100, ficamos numa situação "muito feita" (palavras literais do Sr. Shannon), porque passamos a ter um padrão de mínimos e máximos mais baixos (ver o meu postal anterior);

[04m18s]: o Russell 2000 (IWM) fechou a semana em cima de uma resistência antiga ($118) e deverá retroceder nas próximas sessões; a zona de suporte a vigiar situa-se entre os $117 e os $117,25;

[04m50s]: os semincodutores (SMH) estão em claro padrão de correcção, com mínimos e máximos sucessivos mais baixos; por isso, o melhor é evitar este ETF por agora; a banda de suporte a vigiar encontra-se entre os $53 e os 53,5;

[05:29s]: o sector financeiro (XLF) teve uma semana horrível, tão horrível que apenas o petróleo conseguiu fazer pior; suporte entre os $23,75 e os $24;

[06h41s]: as biotecnológicas (IBB) parecem estar a aguentar um pouco melhor do que o resto do mercado, tendo fechado perto da última zona de resistência ($315-$320);

[07h16s]: o dólar americano (UUP) continua em forte tendência ascendente; "Quem apostar contra o dólar é um tolo", diz o Sr. Shannon, "porque todas as médias médias relevantes apontam claramente para cima";

[07h30s]: O mesmo pode ser dito para as obrigações (TLT);

A Apple (AAPL), a Ali Baba (BABA), a Google (GOOGL), a GoPro (GPRO), a Netflix (NFLX), a Tesla Motors (TSLA) e a Amazon (AMZN ) continuam de fugir; já a Tableau Software (DATA) está a dar alguns sinais de poder recuperar, mas ainda é cedo para abrir/reforçar posições.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

S&P 500, gráfico diário, 6 de Janeiro de 2015


Os mercados estão a fazer aquilo que já precisavam de fazer: corrigir. Nada que impeça a habitual histeria dos "peritos", dos "especialistas" e dos "gurus": "É agora! É agora! Vem aí o crash! Ai, Jasus! Vendam as vossas acções! Está tudo acabado!"... Mas basta olhar para o gráfico do S&P 500 para ver que não é bem assim:



Estão a ver a zona amarela no gráfico acima? É precisamente onde está  anterior resistência, entre os 2000 e os 2020 pontos. Travou a subida do índice entre Agosto e Outubro. Ora, o S&P 500 fechou hoje dentro dela, depois de rejeitar a zona abaixo do suporte nos 2000. E pouco abaixo dos 2000 pontos, encontramos logo outro suporte na casa dos 1980 pontos (zona cor-de-laranja). E depois há outro suporte importante nos 1960 pontos, e outro nos 1925 pontos, e outro nos 1900 pontos.

Pode parecer incrível, mas só desse nível (1900 pts) para baixo é que eu começarei a pensar em vender as minhas acções. Porquê? Porque eu não sou um especulador, sou um investidor: eu só vendo quando há sinais claros de reversão da tendência primária. Sinais que este gráfico ainda não mostra, porque esses sinais são pelo menos assim:


Portanto, vendam à vontade, "gurus" e seu rebanho! Vendam, que eu vou comprando...
 
Nota adicional: é evidente que nem sempre temos assim uma sequência assim tão bonita. Às vezes, os mercados afundam estilo prego na água, um bocado como tem estado a fazer o petróleo nas últimas semanas. Mas quem deixar cair as suas acções mais de 15% sem as vender ou usar mecanismos de hedging para se proteger, merece bem afundar-se! A propósito de hedging, aqui ficam quatro sugestões bombásticas para o caso dos principais índices caírem mais de 10%: SPXS, SDOW, SQQQ e TZA. Usar apenas em caso de quebra dos 1980 pts! E fechar imediatamente logo que as subidas sejam retomadas!

sábado, 3 de janeiro de 2015

Os melhores e os piores ETFs de 2014


Já aqui vos trouxe a lista resumida os ETFs que mais dinheiro receberam ou perderam durante o ano passado. Aqui fica agora uma lista mais detalhada com os ETFs que melhor e pior desempenho tiveram, em termos percentuais, durante 2014 (clicar na lista para aumentar o seu tamanho):


sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Mercados americanos: a análise semanal de Brian Shannon (24)


Aqui fica a primeira análise semanal para o ano de 2015 do grande Brian Shannon. Uma nota importante: o Sr. Shannon vai deixar de seguir a evolução do ouro (GLD:NYSE), substiuindo-o pelo ETF que replica o índice das biotecnológicas, o iShares Biotech (IBB:Nasdaq GM). Parece-me uma decisão acertada, uma vez que o ouro está neste momento a lateralizar (embora ainda em Bear Market), equanto o IBB subiu cerca de  40% em 2014. 


Pontos-chave do vídeo do Sr. Shannon:

[01m22s]: no S&P 500 (SPY:NYSE), estamos em modo de correcção e abaixo da média móvel a cinco dias -MM(65)-; ainda não há motivos para alarme, uma vez que a tendência primária de subida ainda está longe de estar ameaçada, muito menos comprometida;

[02m30s]: o Sr. Shannon volta a enfatizar que o Nasdaq 100 (QQQ:Nasdaq GM) quebrou um suporte importante na casa dos $104-104,5; para abrir ou reforçar posições longas, temos de esperar que esse suporte, agora tornado resistência, volte a ser penetrado;

[04m02s]: o Russell 2000 (IWM:NYSE) está na mesma situação do Nasdaq; o nível de resistência a penetrar neste caso esta entre os $120,5 e os $120,75;

[05m44s]: as obrigações (TLT:NYSE) começaram o ano da melhor forma possível e foram as grandes vencedoras da semana; o Sr. Shannon menciona uma possível segunda "chávena com asa" depois de eu ter identificado esta aqui;

[06m59s]: apesar dos comentários da Presidente da Reserva Federal dos EUA, Janet Yellen, as biotecnológicas (IBB:Nasdaq GM) continuam a subir; o Sr. Shannon ironiza: "Janet Yellen não controla as acções das empresas biotecnológicas,  o mercado é que controla"; Mais uma vez, "a tendência é tua amiga";

[07m28s]: o petróleo (USO:NYSE) continua em queda livre e os comentários da última análise mantêm-se válidos; 

[09m10s]: a Apple (AAPL:Nasdaq GS) continua em modo de correcção e deve ser evitada;

Cinco imagens hilariantes acerca da realidade de transaccionar em bolsa

Moral da estória: investir na bolsa não é um passeio!

Moral da estória: "a tendência é tua amiga"; "apostar contra a tendência é como mijar contra o vento".
E também: "investir é saber determinar o timing dos mercados, quando entrar e quando sair".

Moral da história: a venerável Teoria de Dow ainda reina suprema;
(i.e. quando o máximo anterior não for superado, é altura de apertar as "stops" e redobrar a atenção).


Na vida, "quem conta um conto soma um ponto". No mercados, soma um romance inteiro!
(Ver também: "do pressimismo catastrófico à euforia disparatada")

Bis: "quando o máximo anterior não for superado, é altura de apertar as "stops" e redobrar a atenção".