domingo, 26 de abril de 2015

Mercados americanos: a análise semanal de Joseph Hentges (5)


Aqui fica mais uma análise semanal aos mercados americanos feita por Joseph "Joe" Hentges. Chamo a atenção para o facto de o Sr. Hentges publicar outros vídeos durante a semana, vídeos esses que também vale a pena ver. No entanto, como eu acho que o seu ponto forte são os gráficos semanais, apenas publico aqui no AnB a análise semanal que ele faz todos os Sábados. Recomendo no entanto aos meus leitores que dêem uma olhada ao seu canal do YouTube. Vale bem a pena!



Os vídeos do Sr. Hentges são tipicamente muito longos, razão pela qual me é impossível fazer "pontos-chave" com o mesmo nível de detalhe que faço habitualmente para os vídeos do Sr. Shannon. Seja como for, aqui ficam algumas observações dignas de registo:

[01h35s]: as análises do Sr. Hentges têm uma coisa muito positiva em relação às análises dos outros dois analistas técnicos que eu acompanho aqui no AnB, o Sr. Shannon e o Sr. Harmon. Essa "coisa" é o Dow Jones Industrial Average (DJIA) que, não sei bem porquê, os outros dois analistas não incluem nos seus vídeos/artigos. Olhando para o gráfico do DJIA, vemos que a situação não é tão bonita como nos outros índices (S&P 500, Nasdaq e Russell 2000, ver a analise do Sr. Harmon no postal anterior).

[01h50s]: com efeito, o Sr. Hentges identificou, há já algumas semanas atrás, um ponto "e" no seu gráfico que, de acordo com a Teoria das Ondas de Elliott, tem de ser superado para que o DJIA possa voltar a subir de forma consistente. Ora, para já, o DJIA falhou o assalto a esse ponto "e", com o Sr. Hentges a dizer "vamos ver o que acontece na próxima semana".

[02h27s]: o S&P 500 ($SPX) fez um novo máximo histórico e o Sr. Hentges observou uma divergência muito interessante no gráfico do Índice Direccional Médio (Average Directional Index - ADX). Essa divergência sugere que poderá ocorrer um forte movimento dos preços nas próximas sessões.

[03h35s]: o Nasdaq ($COMPQ) está em máximos de 15 anos, mas o Sr. Hentges chama a atenção para a vela "doji" sobre o limite superior dos Canais de Keltner. Em ocasiões anteriores, velas "doji" semelhantes acabaram por fazer recuar o índice.

[04h40s]: a situação é semelhante no compósito da NYSE ($NYA), embora aqui o preço ainda não tenha chegado ao topo do canal de Keltner correspondente. 
[05h12s]:o Russell 2000 ($RUT) parece estar a ser travado pela linha de tendência ascendente (LTA) que limite a cunha identificada há algumas semanas atrás pelo Sr. Hentges (linhas a cor-de-rosa no gráfico do vídeo) e também por uma LTA multianual que já vem desde o final da Crise Financeira (2009). Além disso, os indicadores técnicos (RSI e ADX) continuam a mostrar divergências face ao avanço do índice.

[08h35s]: o índice de Arms para a NYSE ($TRIN) desceu até aos 0,65 durante a sessão de Sexta-feira, mas depois voltou a subir e fechou a 1,0. É um sinal de indecisão. Já o índice de volatilidade do S&P 500 ($VIX) andou em sentido contrário (12,29 fecho), rejeitando os máximos da sessão (13,02). O Sr. Hentges acha estes níveis anormalmente baixos e diz que "temos divergência no VIX" porque o Índice de Força Relativa (Relative Strenght Index - RSI) fez um novo máximo, enquanto o índice fez um novo mínimo.

[12h03s]: o indicador de novos máximos - novos mínimos da NYSE ($NYHL) está descendente desde finais de Março, o que significa que ainda não confirmou o movimento ascendente recente. Essa ausência de confirmação ainda é mais clara no oscilador de McClellan ($NYMOT), cujo gráfico fez um novo máximo bem abaixo do máximo anterior.

[13h30s]: As obrigações de "juro elevado" (HYG) têm estado a lateralizar, enquanto as obrigações a 20+ anos (TLT) parecem ter quebrado para baixo a zona de consolidação em que se encontravam desde o final de Março. No entanto, o gráfico semanal das TLT não é conclusivo, havendo uma rejeição dos preços abaixo da MM(21) que pode significar que o título ainda pode voltar a subir.

[14h50s]: já o dólar ($USD) tem estado a corrigir as fortes subidas do início do ano e o Sr. Hentges acha mesmo, com base no gráfico semanal, que ainda deveremos ter mais descidas antes da tendência ascendente primária ser restabelecida. Por outro lado, o petróleo (USL) parece estar a tentar subir mas, para já, foi rejeitado pela forte resistência na casa dos $27,5. De salientar também que o Índice de Força Relativa (Relative Strenght Index - RSI) ultrapassou esta semana os 50%, encontrando-se agora me zona "bullish". O ouro (GLD) parece ter retomado a sua tendência descendente primária.

[18h11s]: os semicondutores (SMH) falharam a penetração da linha de tendência descendente (LTD) que vigora desde o final de Fevereiro e estão novamente a cair. No enanto, o SMH fechou apenas ligeiramente abaixo da média móvel a cinquenta dias -MM(50)- e sob uma anterior zona de resistência ($56) que pode ter-se transformado em suporte. O sector da construção civil residencial (XHB) teve um ressalto bem interessante na Sexta-feira, reagindo à zona de suporte na casa dos $35. No entanto, este ETF parece estar confinado a um intervalo de transacção rectangular com resistência em redor dos $37, sendo melhor esperar que esse nível seja ultrapassado antes de abrirmos ou reforçarmos posições.

[19h37s]: as biotecnológicas (IBB) continuaram a subir [IBB +2,03% semana] e, apesar da sessão negativa de Sexta-feira, o movimento ascendente ainda poderá não estar esgotado. Já o sector energético (XLE) mostra um padrão muito semelhante ao do petróleo, com um potencial duplo fundo e uma resistência-chave na casa dos $82,5 que permanece por penetrar.

[21h15s]: a Goldman Sachs (GS) parecia estar a desenhar um padrão de "cabeça e ombros" desde Outubro de 2014 mas, felizmente para a saúde do presente Mercado dos Touros, essa potencial figura de reversão acabou por não se concretizar. O declive da média móvel a 50 dias -MM(50)- voltou a ficar positivo e agora é possível que a acção volte a subir.

[22h52s]: continuando no sector financeiro, o Bank of America (BAC) está bem pior do que a GS e ainda não recuperou das quedas de Dezembro e Janeiro. Neste caso é bastante mais difícil prever o que vai acontecer a seguir, uma vez que a zona de consolidação que se formou desde Fevereiro tanto pode ser quebrada para cima, como para baixo.

[24h19s]: A JP Morgan Chase (JPM) apresenta um padrão muito semelhante à GS, embora mais dilatado no tempo. A tendência primária de longo prazo permanece ascendente, mas o Sr. Hentges acha que há qualquer coisa de cunha ascendente no padrão dos preços que o deixa desconfortável [N.B. é por estas e por outras que eu ando a dizer há já semanas que as acções do sector financeiro devem ser evitadas.]

[25h50s]: A Visa (V) teve um movimento ascendente fantástico na Quarta-feira, quebrando atá uma LTD que vigorava desde Março. O problema é que, quando se olha para a evolução da acção desde o início do Bull Market, fica-se com a sensação de haver uma certa saturação do movimento ascendente. Isto não quer dizer que a acção não possa continuar a subir, apenas que o risco é muito significativo.

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