sábado, 29 de agosto de 2015

Mercados americanos: a análise semanal de Brian Shannon (46)


E depois de mais uma semana louca, os mercados dos EUA acabaram a sessão de hoje num intervalo de transacção relativamente curto, correspondente à zona de resistência identificada no postal anterior... será que as subidas recentes foram apenas um "ressalto do gato morto"? Será que vamos ter mais quedas na próxima semana? Está na hora de olharmos para o vídeo semanal do melhor analista técnico presentemente no YouTube para ouvirmos o que ele pensa!



  • Pontos-chave do vídeo do Sr. Shannon:

Modo actual: indefinido; é praticamente impossível prever o que o mercado fará a seguir.

[00m32s]: apesar das subidas das últimas três sessões, S&P 500 (SPY) ainda está negativo em termos anuis (-3,07%). O Sr. Shannon salienta: «Ninguém sabe se este mercado vai voltar aos níveis onde estava [antes das quedas recentes] ou se vamos ter mais volatilidade nas próximas sessões. Eu acredito que a volatilidade vai continuar.» Seja como for, o preço está agora acima da média móvel a cinco dias na resolução temporal intradiária (30 em 30 minutos), cujo declive está a ficar horizontal. Será portanto desejável que a zona entre os $195 e os $196 aguente como suporte durante a próxima semana. Abaixo dos $194, a situação poder-se-á tornar bastante complicada e o Sr. Shannon fala mesmo na possibilidade de um novo teste aos mínimos de segunda-feira, algures nos $182,4 caso os $194 cedam por mais de meia-hora.

[03m14s]: o grande vencedor da semana foi talvez o menos previsível de todos, o petróleo! Sim, o petróleo, que já esteva a perder 37,5% em termos anuais, subiu 12,46% só esta semana! O West Texas Intermediate Crude ($WTIC) subiu de forma espectacular na quinta-feira e na sexta-feira e o senhor Shannon espera agora que recue um pouco, desenhando o típico padrão de Dow (mínimo mais alto seguido de máximo mais alto, ele faz o desenho a cor vermelha no vídeo).

[04m11s]: o Nasdaq 100 (QQQ) também regressou a uma zona de suporte anterior, algures entre os $104,25 e os $105,75. O índice parece estar mais forte do que o S&P 500, a avaliar pela maior facilidade com que recuperou das quedas. Em caso de recuo, o Sr. Shannon acha que as zona de suporte aa vigiar se encontra entre os $102 e os $103.

[05m38s]: já o Russell 2000 (IWM) parece ser presentemente o mais fraco dos índices ou, pelo menos, aquele com um padrão mais claro de mínimos e máximos consecutivamente mais baixos. Em caso de continuação das subidas, o principal nível de resistência a considerar andará pela casa dos $118 aos $119. Por outro lado, o IWM também poderá retroceder e, nesse caso, os níveis a vigiar corresponderão ao intervalo entre os $112,5 e os $113.

[07m04s]: os semicondutores (SMH) quebraram a linha de tendência descendente no seu gráfico intradiário um pouco mais tarde do que os restantes índices/sectores. O Sr. Shannon acha por isso que o SMH precisa de consolidar um pouco nas próximas sessões e, idealmente, retroceder até à zona entre os $48 e os $48,5 onde deverá encontrar suporte. Já a resistência acima deverá surgir entre os $50,5 e os $51.

[08m07s]: nas biotecnológicas (IBB) há uma zona de resistência muito clara na casa dos $360 (muito clara por ter sido um suporte multimensal desde meados de Maio). Mas atenção, o Sr. Shannon enfatiza potencial para oferecer resistência não é a mesma coisa do que constituir-se resistência de facto! É preciso esperar para ver se o preço recua mesmo antes de tirar essa conclusão.

[09m04s]: a Apple, inc. (AAPL: Nasdaq GS) ainda está em tendência descendente. Para além das médias móveis descendentes, a cotação da AAPL tem sido limitada por uma clara linha de tendência descendente (LTD). Actualmente, a zona de resistência mais próximo deverá surgir entre os $114 e os $115, o que torna a relação risco/recompensa de uma eventual compra absolutamente inaceitável.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

S&P 500: gráficos diário e intradiário (via SPY), 27-Ago-2015


Os índices americanos voltaram a subir em mais um dia de bolsa louco. A volatilidade diminuiu um pouco, com o $VIX a fechar finalmente abaixo dos 30 pontos (26,10 para ser exacto). Há quem diga que os Touros ("bulls") retomaram o controlo, mas eu acho que ainda é muito cedo para tirarmos essa conclusão. Apesar das subidas fulgurantes das duas últimas sessões, o SPY ainda só recuperou 0,77% em termos semanais, estando ainda muito longe dos níveis pré-quedas:



O grande Brian Shannon não falhou nas previsões que fez na sua análise semanal de 21 de Agosto (ver mais abaixo). O SPY voltou mesmo a subir até uma das zonas que ele tinha identificado como anterior suporte no gráfico intradiário (30 em 30 minutos), agora tornadas resistência:


Houve uma grande luta em torno dessa zona nas últimas horas da sessão de hoje, com o preço a descer inicialmente até à média móvel a cinco dias -MM(65)-, para depois voltar a subir até ao limite da zona de suporte, fechando nos $199,16.

Tudo muito bonito, mas os problemas que tínhamos visto ontem mantêm-se: a MM(65) continua com um declive negativo e a zona de suporte não foi ultrapassada convincentemente. Além disso, o volume transaccionado no gráfico diário parece estar novamente a reduzir-se. E há mais: a verdadeira batalha ainda nem começou e será travada na zona entre os $200 e os $204. Isto porque os $200 são o limite da actual zona de resistência e os $204 serviram de suporte ao SPY desde Março até às quedas recentes, sendo por isso bem provável que agora venham a actuar como resistência.

É verdade que as subidas dos últimos dois dias foram tremendas e quem as aproveitou está da parabéns. E é até bem possível que continuem até aos $204. Mas eu não transacciono assim, não gosto de abrir posições quando os indicadores técnicos recomendam prudência. A experiência ensinou-me que essa e a única forma da fazer dinheiro em bolsa consistentemente. As quedas recentes foram tremendas e ainda vão ser precisas algumas sessões a subir para eu voltar a ficar convencido da saúde dos Touros. Vou continuar de fora, pelo menos esta semana.

Entrentanto, aqui ficam os números da sessão de hoje:


quarta-feira, 26 de agosto de 2015

S&P 500: gráficos diário e intradiário (via SPY)


Sempre acabámos por ter um pequeno "rally" (pequeno face às quedas anteriores, porque em termos anuais foi dos maiores). O "death cross" que eu mencionei no postal anterior acabou por não se concretizar (mas atenção: no $SPX as médias móveis relevantes estão mais próximas e o cruzamento deverá mesmo ocorrer amanhã!):


Claro que nada impede que o SPY continue a subir, mesmo com o referido "death cross". Há no entanto duas realidades que devemos ter bem presentes antes de cairmos em euforias:
  1. Estatisticamente, os maiores "rallies" ocorrem precisamente durante períodos de queda ou correcção dos mercados; são reacções normais a vários dias de vendas seguidas e não significam necessariamente a entrada de novos compradores, podendo dever-se simplesmente ao fecho de posições curtas.
  2. Mais importante, o preço do SPY ainda está bastante a baixo da média móvel a cinco dias no gráfico intradiário (30 em 30 minutos), em baixo.

 Repare-se no que pode aconter a um título quando um triângulo simétrico é quebrado para baixo!

Tenhamos bem presentes as palavras sábias do grande Brian Shannon: «nunca confiar em "rallies" que ocorram com uma média móvel a cinco dias -MM(65)- descendente.» Por outras palavras, embora haja bastante espaço no RSI e no MACD para mais algumas subidas, existem fortes probabilidades de a ascensão do SPY ser travadas sobre a MM(65), que se encontra presentemente sobre os $192,3. Se isso acontecer, os ursos ("bears") poderão voltar a atacar em força, originando novas quedas do índice.

Note-se que SPY até poderá  romper a MM(65) mas, enquanto o declive desta for descendente, há fortes probabilidades dessa rutpura reverter, originando novas quedas. Portanto, a conclusão do postal anterior mantém-se: o melhor é mesmo continuarmos de fora até porque a volatilidade continua muito elevada (o $VIX fechou novamente acima dos 30 pontos).

Entrentanto, aqui ficam os números da sessão de hoje:

S&P 500: "death cross" iminente!


Há muita gente que acredita que o S&P 500 está prestes a fazer um grande "rally" depois das quedas ininterruptas das últimas seis sessões (sim, já vamos com seis!). Olhando para o gráfico diário abaixo, eu não estou assim tão confiante: há muitos algoritmos de trading automáticos que foram programados para, em determinadas circunstâncias, fechar posições longas sem qualquer intervenção humana.

Um dos critérios mais comuns para despoletar a actuação desses algoritmos é precisamente aquilo que é designado no mundo financeiro por cruzamento de morte (ou "death cross" em inglês), i.e. o evento em que a média móvel simples a 50 dias cruza a média móvel simples a 200 dias, de cima para baixo...



Moral da história? É melhor continuarmos de fora, até porque a volatilidade continua em níveis altíssimos e tudo pode acontecer.



Entrentanto, aqui ficam os números da sessão de obtem:

Imperdível: "webminar" com Brian Shannon


Já é de ontem, mas ainda vale a pena ver este magnífico vídeo do melhor analista técnico presentemente no YouTube. São mais de três quartos de hora com alguns dos melhores conselhos que se podem ouvir sobre "trading", numa altura tão conturbada nos mercados como esta.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Parece que a sangria nos mercados bolsistas está para ficar...


...futuros do S&P 500 às 6h00 (11h00 em Portugal):


Notar que o índice até abriu o dia em recuperação, mas com o aproximar da hora da abertura dos mercados (9h30), começou novamente a cair... o SPY já caiu mais de 2,4% na sessão pré-mercado, estando agora nos $192,8. O DIA está um pouco pior (-2,6%) e o QQQ já perdeu mais de 4%. Tempos difíceis... vamos ver o que acontece quando os mercados abrirem (14h30 em Portugal).

Entretanto, na Ásia...

Mercados americanos: "para mais tarde recordar"!


Para a posterioridde, aqui ficam alguns gráficos com a desgraça da semana passada...

1. S&P 500 Large Cap Index ($SPX), gráfico diário

2. Standard & Poor's Depositary Receipts ETF (SPY:NYSE), gráfico diário

3. S&P 500 Large Cap Index ($SPX), gráfico intradiário (minutos)

Este último gráfico parece querer relacionar a "fuga" das actas de Reserva Federal Americana (FED) com as quedas registadas nos últimos dois dias. Parece-me forçado, desde logo porque o índice já vinha em queda desde meados de Julho. Mas sobretudo porque a aceleração das quedas veio muito depois, sobretudo na sessão de sexta-feira.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Mercados americanos: a análise semanal de Brian Shannon (45)


Banho de sangue nos mercados americanos! Foi a pior semana nos mercados americanos desde 2011! Apesar de ter conseguido fechar todas as minhas posições longas antes do autêntico massacre, estou demasiado deprimido para fazer os habituais ponto-chave. Talvez amanhã, quando já não tiver tanta vontade de esmurrar o monitor... seja como for, aqui fica o vídeo:

Mais dois sinais técnicos do possível fim do Bull Market


A palavra-chave aqui é possível! Porque ainda nada é defintivo, apesar de eu já me ter posto ao fresco. Aqui fica a tabela-resumo do desempenho dos principais índices americanos ao longo de 2015 (feita pelo Sr. Shannon, eu apenas acrescentei o GLD por enteder ser pertinente, pois "quando tudo cai, o ouro tende a subir").


Destaco os massacres no petróleo (USO) e nos semicondutores (SMH). Entretanto, vejam o que está a acontecer no $VIX, o índice de volatilidade do S&P 500:

Eu bem vinha dizendo há meses que aquele suporte na zona dos 12 pontos estava a aguentar demasiado bem!  E agora temos a prova, ontem tivemos foi a maior subida do VIX em todo 2015, com a zona de resistência que representei a cor amarela a poder ser quebrada hoje (primeiro sinal).

O segundo sinal poderá já ter sido dado ontem, quando uma linha de tendência descendente (LTD) multianual no índice geométrico da Value Line ($XVG, a Value Line é uma empresa de estudos e análises financeiras) foi quebrada:



Vamos ver que novidades nos traz a sessão de hoje... que abriu há exactamente 7 minutos, em "gap" descedente!

Ponto crítico!!! Bull Market em risco!...


Estamos precisamente em cima do limite inferior do rectângulo multimensal identificado pelos três analistas técnicos que eu sigo aqui no "As Crónicas da Bolsa" para o S&P 500: os 2040 pontos (ou $204 no SPY). A sessão de hoje foi absolutamente brutal, fazendo o índice recuar novamente para território negativo em termos de ganhos anuais. A vela japonesa de hoje foi uma Marubozu "bearish" perfeita, fechando bem abaixo da média móvel simples a 200 dias que tinha suportado o índice durante as últimas sessões, o que demonstra bem a força do movimento descendente:


E se o gráfico diário do S&P 500 acima já mete medo (observe-se o detalhe do CMF e do MACD, para além do "death cross" iminente), o gráfico intradiário (30 em 30 minutos) do SPY parece um autêntico filme de terror:


O triângulo simétrico identificado pelo Sr. Shannon há quase quinze dias teve duas rupturas ou pentrações "para cima" em falso: a primeira, no dia 17, ainda resistiu durante algum tempo, mas acabou por ser "sugada" de volta para o triângulo (notar o "gap"); a segunda, no dia 19, foi logo puxada para dentro, com o triângulo a ser quebrado "para baixo" na meia-hora seguinte. No dia 20 (hoje), o SPY abriu já bem longe do triângulo e abaixo da zona de suporte na casa dos $207. O resto da sessão foi um festim para os ursos ("bears").

O dia de amanhã vai ser absolutamente decisivo: o preço fechou exactamente em cima do nível considerado fronteira pela esmagadora maioria dos analistas técnicos (repito, 2040 pontos no $SPX ou $204 no SPY). Eu não estou nada optimista. Todos os índices estão em queda e vários sectores que já foram líderes, sobretudo os semicondutores, estão a ser pura e simplesmente arrasados (SMH, -3,24 D%, -5,18 WK%).

E aqui já não nos vale a arte do pensamento contrário... o mercado tem estado a lateralizar há demasiado tempo para podermos apostar nisso. Eu já decidi: tivémos 6 anos de Mercado dos Touros, foi muito bom, mas agora o touro está velho e não lhe podemos pedir mais, pelo menos para já. Abaixo dos $203, estou fora.

sábado, 15 de agosto de 2015

O Bull Market nos mercados americanos acabou?


Não costumo colocar vídeos deste senhor aqui no "As Crónicas da Bolsa". Chris Ciovacco até faz uns vídeos razoavelmente interessantes do ponto de vista da pertinência das suas observações, mas usa sempre uns gráficos que eu considero visualmente horríveis, com letras demasiado pequenas e curvas de preços que exigem uma elevada resolução gráfica para se conseguir discernir os seus detalhes.

No entanto, o exercício que o Sr. Ciovacco faz neste vídeo é demasiado interessante para passar ao lado, mesmo com os tais gráficos irritantes. Com base em diferentes gráficos semanais do Compósito de Nova Iorque ($NYA), ele compara a situação actual nos mercados americanos com aquela que se verificava em 2001 e em 2008, em vésperas do rebentar da "bolha das .com" (2001) e da crise financeira despoletada pela falência do Lehman Brothers e a subsequente crise do subprime (2008):



O Sr. Ciovacco usa a média móvel a 22 semanas (aprox. 5 meses) e o indicador Williams%R para tentar aferir as probabilidades de uma situação semelhante a essas crises se repetir agora, em 2015. A conclusão principal é que, apesar de tudo, ainda é cedo para vaticinar o fim do presente Mercado dos Touros.

O exercício é depois repetido para o Dow Jones Industrial Average ($INDU), com conclusões semelhantes. A partir de então, resto do vídeo é dedicado a comparar o gráfico actual do S&P 500 (Agosto de 2015) com os gráfico imediatamente antes (2008) e imediatamente depois do arranque do presente Mercado dos Touros (2009). A conclusão final é semelhante àquela que já tínhamos visto na análise semanal do Sr. Shannon (postal anterior): enquanto o preço não cair abaixo do rectângulo multimensal ou subir acima desse rectângulo, o melhor é continuarmos quietinhos.

Mercados americanos: a análise semanal de Brian Shannon (44)


Foi mais uma semana muito pouco interessante nos mercados americanos. Os principais índices (S&P 500, Nasdaq 100, Russell 2000, Dow Jones Industrial Average) acabaram a semana com ligeiros avanços, mas continua tudo praticamente na mesma desde Fevereiro. O petróleo continua a afundar-se e ultrapassou a barreira dos -30% (-10% só este mês, mas o preço da gasolina continua praticamente na mesma!!!):


O senhor Shannon não mostra, mas esta semana o Ouro (GLD) subiu +2,10% e o Dow Jones Transportaition Average (IYT) +0,95%



  • Pontos-chave do vídeo do Sr. Shannon:

Modo actual: indefinido, mas tendencialmente bearish.

[00m28s]: o S&P 500 (SPY) continua a transaccionar dentro do rectângulo bem definido que vigora desde meados de Fevereiro, entre os $204 e os $214 (aproximadamente). O Sr. Shannon chama a atenção para o facto de que não é possível determinar a direcção futura dos mercados (para cima ou para baixo) neste momento, pelo que só nos resta ter paciência até que o rectângulo seja convincentemente penetrado (para cima) ou quebrado (para baixo). No gráfico intradiário (30 em 30 minutos), verificamos que o SPY continua dentro do triangulo simétrico identificado pelo Sr. Shannon na semana passada. De entre os três desfechos possíveis que eu desenhei no gráfico, o cenário (k) seria o mais interessante, correspondendo a uma penetração do triângulo seguida de constituição de suporte.



[01m27s]: uma das principais razões para estarmos preocupados com a evolução dos mercados americanos são os semicondutores (SMH) e o índice das empresas de pequena capitalização bolsista (Russell 2000, IWM). Os "semis" já perderam mais de 7% este ano, enquanto o Russell, que já chegou a ser o líder sectorial de 2015, apresenta agora um lucro anual apenas residual (+0,61%). Além disso o IWM está presentemente abaixo da sua média móvel simples a 200 dias (representada a preto nos gráficos do Sr. Shannon) e sobre um suporte multianual na casa dos $120 que remonta ao primeiro trimestre de 2014 (então resistência). O mais grave de tudo é que, em ambos os casos, SMH e IWM, há um padrão claro de mínimos e máximos consecutivamente mais baixos. A situação é particularmente grave nos semicondutores: para todos os efeitos práticos, o fundo SMH está abaixo de todas as suas médias móveis principais e a ser travado por resistências que já foram suportes. Portanto, os "semis" estão em tendência de médio prazo descendente.

[05m16s]: o Nasdaq 100 (QQQ) está a tentar recuperar um nível de suporte (agora tornado resistência) na casa dos $110,5. O índice apresenta uma  tendência de médio prazo descendente, sendo necessário que a fasquia dos $112 seja recuperada para "voltarmos a estar neutros", nas palavras do Sr. Shannon.

[06m36s]: o sector financeiro (XLF) está "simplesmente uma trapalhada", nas palavras do Sr. Shannon. Eu bem ando a avisar há já quase um ano que este sector é de fugir, mas houve quem se impressionasse com as subidas fugazes do início de Junho. 

[06m52s]: conforme já foi dito acima, o petróleo ($WTIC) continua a sua triste descida rumo ao abismo e voltou a fazer mínimos, desta vez de sete anos. O melhor é mesmo mantermo-nos afastados, até porque nos mercados não nunca se pode dizer que um título já caiu o suficiente, é sempre possível cair até zero (no caso do petroléo, zero também não, mas entre o zero e os $42,74 actuais ainda há muita margem para  mais quedas).

[08m13s]: a Apple, inc. (AAPL: Nasdaq GS) também está de meter medo, abaixo de todas as suas médias móveis importantes (20, 50, 100, 150, 200 dias). A mesma coisa é verdade para o Twitter (TWTR: NYSE). O Sr. Shannon acredita mesmo que a AAPL está agora em tendência descendente e deverá permanecer assim a menos que a acção suba novamente até à zona entre os $120 e os $123. Em sentido contrário segue a Amazon, inc. (AMZN: Nasdaq GS) que depois um 2014 sombrio já mais do que duplicou o seu valor em 2015. Também a Google, inc. (GOOGL: Nasdaq GS)  está em grande forma, agora em máximos históricos.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Mercados americanos: a análise intra-semanal de Brian Shannon (2)


Nem a propósito, o grande Brian Shannon (CMT) presenteia-nos como uma breve análise "extra" aos mercados americanos. Um dia tão alucinante como este justifica-a. A melhor parte é que o Sr. Shannon confirma tudo aquilo que eu já vos tinha dito no postal anterior.


A propósito, o Sr. Shannon partilhou também este gráfico interessantíssimo do SPY (diário), no qual se pode ver a Média de Preços Ponderada por Volume (Volume Weighted Average Price- VWAP), construída desde o início do ano (year-to-date, YTD):



O gráfico não inclui a vela japonesa relativa à sessão de hoje, mas podem vê-la no vídeo por volta dos 1m32s. Na imagem acima, pode ver-se que a VWAP tem servido de suporte ao preço em diversas ocasiões mas, infelizmente, está a tornar-se cada vez mais horizontal. Hoje o preço fechou acima dela, mas ambiente nos mercados americanos continua a ser de forte incerteza.

SPDR S&P 500 ETF (SPY:NYSE) , gráfico diário e intradiário


Que dia de bolsa emocionante! O triângulo simétrico do postal anterior foi inicalmente quebrado para baixo... mas recuperou! O SPY chegou a estar a perder 1,58%, mas inverteu a queda e voltou a fechar dentro do triângulo! Vejam só a "cauda" da vela de hoje no gráfico diário:



Há várias boas e más notícias no gráfico acima. Vamos começar pelas boas:
  • A rejeição dos mínimos da sessão de hoje foi poderosa e o facto do triângulo simétrico ter resistido é bastante positivo;
  • O Fluxo Monetário de Chaikin (Chaikin Money Flow - CMF) está positivo (verdinho) e ascendente, um sinal indicativo de que a pressão compradora está a aumentar;
  • O volume transaccionado expandiu-se, dando força ao movimento ascendente do SPY;
  • O declive da média móvel simples a 200 dias ainda está, não obstante a acção lateral dos preços, ascendente.
...E agora, as más notícias:
  •  A média móvel simples a 50 dias está descendente e a caminho de cruzar a média móvel simples a 200 dias de cima para baixo ("death cross");
  • A média móvel simples a 50 dias rejeitou o preço do SPY na sessão de hoje (notar a pequena sombra no cimo da vela);
  • As componentes exponenciais da média móvel de convergência/divergência (Moving Average Convergence/Divergence - MACD) ainda estão descendentes, com o histograma em território negativo;
  • No gráfico intradiário (30 em 30 minutos), a média móvel simples a cinco dias (65 períodos de meia-hora), ainda tem um declive negativo, conforme se pode ver no gráfico abaixo.
O que quer isto dizer? Que apesar da sessão positiva de hoje, nada é garantido para amanhã. O melhor que poderia acontecer amanhã era que o preço se fechasse acima dos $209, na parte superior do triângulo simétrico. Isso permitiria que a média móvel simples a cinco dias começasse a ficar mais horizontal aumentando as probabilidades de inverter o seu declive (seta cor-de-laranja no gráfico). 

Infelizmente, nada garante que isso aconteça. O cenário (g) continua a ser possível. Seja como for, à medida que nos aproximamos do vértice do triângulo simétrico, algures nos $209, a resolução desta figura técnica tornar-se-á inevitável nas próximas sessões. Esta pasmaceira nos mercados americanos já dura quase desde o início do ano. Esta pode muito bem ser a semana em que finalmente vamos ter acção!...

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

SPDR S&P 500 ETF (SPY:NYSE) , gráfico intradiário


Retomando o último gráfico da análise do postal anterior (30 em 30 minutos) e actualizando-o para incluir a acção de preços relativa às duas sessões de mercado que decorreram desde então, verificamos que se teve lugar o desfecho (b) mas apenas em parte: como previ, o preço tocou o lado superior do triângulo e foi rejeitado; mas o lado inferior do triângulo resistiu e o preço voltou para cima no final da sessão de hoje:


O que quer isto dizer? Infelizmente, rigorosamente nada! Estamos praticamente  na mesma situação em que estávamos na sexta-feira, apenas um pouco mais próximos do vértice do triângulo. Existem agora várias possibilidades, mas os desfechos mais prováveis são aqueles que desenhei no gráfico, dois negativos (d e e) e um positivo (f).

Faço notar que, independentemente do lado pelo qual o triângulo venha a ser quebrado (inferior ou superior), o movimento resultante poderá ser bastante significativo em termos de preço-alvo. De acordo com a Análise Técnica, o preço-alvo é determinado tomando a distância do máximo ($213,18) à base do triângulo ($205,42) e adicionando-a ao ponto de ruptura do triângulo. Isto significa que o poderá subir até cerca dos $218 no caso de a hipótese se (f) confirmar... e até aos $200 se a hipótese (d) se concretizar, rompendo o suporte multimensal representado a cor amarela no gráfico e ficando mesmo em cima da base do rectângulo multimensal identificado nos últimos gráficos semanais do SPY feitos pelo Sr. Harmon (ver por exemplo este aqui).

Resta-nos aguardar para ver o que acontece amanhã. Até à ruptura efectiva do triângulo, o melhor é mesmo não fazer nada...

domingo, 9 de agosto de 2015

Mercados americanos: a análise semanal de Brian Shannon (43)


Os principais índices bolsitas americanos continuam como têm estado praticamente desde o início do ano: uma valente m#$%&! Nem sobem nem descem, situação que é frustante para os investidores... e o pior pesadelo que existe para os especuladores impacientes (notem que eu não disse especuladores de uma forma geral). E o pior, parecem estar com vontade de cair, embora ainda seja cedo para apostar nisso:


Os semicondutores continuam a afundar-se e subtraem já -5,71% em termos anuais (year-to-date, YTD). O ouro (GLD, ausente na tabela-resumo do Sr. Shannon) já perdeu -7,86%. E o petróleo (USO) tem sido absolutamente massacrado, perdendo quase um terço do valor que tinha no início do ano (-28,49%).

Com excepção do sector das biotecnológicas (IBB), os lucros têm sido bastante modestos. Apenas o Nasdaq (QQQ) supera a fasquia dos +5%. E com o declínio dos semicondutores, que constituem uma fatia muito importante desse índice, é bem provável que esses ganhos sejam devolvidos nas próximas semanas.

A incerteza é muita... por isso vamos ouvir quem sabe, Brian Shannon, CMT (Chartered Market Technician), o melhor analista técnico presentemente no YouTube em mais um excelente vídeo:


  • Pontos-chave do vídeo do Sr. Shannon:

Modo actual: bearish (negativo).
[00m39s]: o S&P 500 (SPY) continua a transaccionar dentro do rectângulo bem definido que vigora desde Fevereiro, tendo testado a sua Média Movél a 200 dias (representada a preto, no gráfico diário que nos oferece o Sr. Shannon) duas vezes só nas últims duas semanas. A MM(200) ainda tem um declive ascendente. Mas como já não há praticamente subida dos preços desde Outubro (aprox. 200 dias), ela deverá ficar mais horizontal nas próximas sessões, um sinal forte de que devemos redobrar a cautela.

Mas há mais... o Sr. Shannon identificou este triângulo simétrico no gráfico intradiário (30 em 30 minutos) do SPY:




...sobre o qual eu desenhei três possíveis desfechos, dois negativos (a e b) e um positivo (c). Enquanto permanecermos abaixo dos $209 (zona intermédia do triângulo simétrico), todo o cuidado é pouco. Ainda por cima, o preço no gráfico diário fechou imediatamente acima da sua Média de Preços Ponderada por Volume (Volume Weighted Average Price- VWAP), construída desde o início do ano (YTD). Este nível, agora na casa dos $207,95, tem servido muitas vezes de suporte aos preços e está agora praticamente horizontal, o que significa que esse suporte está a tornar-se mais fraco (suportes constituídos por linhas e médias móveis tendem a ser tanto mais fortes quanto maior for o seu declive). Seja como for, até aos $204 é preciso manter a calma. Só quando o SPY descer abaixo desse nível, quebrando o rectângulo multimensal, é que teremos razões para ficarmos realmente preocupados.

[04m02s]: o Sr. Shannon mostra como é difícil neste momento prever para onde vão os mercados, dando vários exemplos contraditórios; um bom exemplo da fraqueza de algumas acções é o caso da Apple, inc. (AAPL: Nasdaq GS) que se encontra presentemnte abaixo da sua Média Movél a 200 dias (gráfico diário), assim como o Twitter (TWTR: NYSE); por outro lado, a Netflix, inc. (NFLX: Nasdaq GS) tem tido uma ascensão meteórica desde finais de Abril (aprox. +111,3%!!!).

[05m18s]: o Nasdaq 100 (QQQ)..........