domingo, 30 de julho de 2017

Mercados americanos: o comentário semanal de Chris Ciovacco (13)


     Vou começar esta posta da mesma forma que fiz a semana passada, com um gráfico diário actualizado do S&P 500 ($SPX):



O Sr. Ciovacco começa o vídeo a dissertar sobre fractais. Quem não souber o que é um fractal em termos genéricos, pode consultar este artigo na Wikipédia ou esta descrição ainda mais simples, ou ainda este documentário no YouTube, mas a ideia é tão simples quanto isto: um fractal é um padrão que se repete indefinidamente (ou quase) quando se observa a mesma entidade a diferentes escalas. Por exemplo:




Os fractais ocorrem naturalmente na natureza. Por exemplo, os ramos das árvores podem ser considerados de natureza fractal, uma vez que, à medida que se olha para a árvore do tronco até à copa, há uma tendência para os ramos se subdividirem cada vez mais, em ramos cada vez mais curtos e finos, como se a árvore fosse composta por outras árvores mais pequeninas. Ora reparem:


Ora, acreditem ou não, esta natureza fractal que podemos ver na imaem acima também se observa nos padrões de acção de preços da bolsa!



Pontos de interesse do vídeo do Sr. Ciovacco:

  • 02m45s O Sr. Ciovacco começa por nos mostrar um gráfico histórico semanal do compósito Value Line Geometric Index ($XVG), que procura traduzir o valor do mercado como um todo, através da normalização do valor de várias companhias listadas não apenas na NYSE e no Nasdaq mas também títulos transaccionados nos mercados de balcão. O gráfico compreende o período entre 1980 e 1995 e mostra uma longa consolidação ou lateralização multianual (7,84 anos) que termina numa "explosão" ascendente do $XVG, que valorizou 68% a até 1998.
  • 05m12s Agora o Sr. Ciovacco acrescenta ao gráfico anterior cerca de 22 anos, até ao momento actual, i.e. ficamos com um gráfico semanal do $XVG entre 1980 e 2017. O que se observa neste novo gráfico é que o padrão de consolidação anterior parece repetir-se, mas agora a uma escala maior, ou seja, parecemos estar aqui perante um fractal do gráfico anterior, com o período de lateralização a durar agora 19,27 anos. A confirmar-se o fractal, assistiremos a um período de subidas de vários anos no $XVG (atenção que probabilidade ≠ possibilidade).
  • 10m11s O fractal em causa torna-se mais claro olhando para esta versão ampliada do gráfico anterior.
  • 12m27s O Sr. Ciovacco partilha connosco uma pérola da sabedoria de Richard Donchian:
«Um movimento que é sucedido por uma período de lateralização dentro de uma gama de valores é muitas vezes seguido por um segundo movimento na mesma direcção do primeiro movimento e quase com a mesma extensão.»
-Richard Donchian, no livro Trend Following
  • 14m37s Mas a análise anterior também pode ser útil caso os mercados desvalorizem... com efeito, é preciso manter os olhos bem postos na linha de consolidação, i.e. o valor a partir da qual a cotação supera todos os máximos anteriores. Se o $XVG voltar a descer abaixo dessa linha depois de a ter penetrado, então é possível que estejamos perante uma falsa penetração ou "bull trap" (armadilha para touros) e os índices bolsistas venham a cair durante muito tempo. A chave é perceber se o $XVG se mantém acima ou abaixo dessa linha nas semanas que sucedem à sua penetração. 
  • 16m26s O Sr. Ciovacco diz-nos que, para o $XVG, essa linha andará na casa dos 508 pontos. No dia 28 de Julho, o compósito fechou a semana nos 528,66 pontos... portanto, para já, estamos acima da linha de consolidação. 
  • 24m09s O Sr. Ciovacco repete novamente o seu habitual exercício de comparar o gráfico actual do S&P 500 ($SPX) com gráficos históricos. A conclusão é semelhante àquela que temos visto nas últimas semanas, i.e. a evolução do $SPX a longo prazo é claramente bullish e (ainda) não inspira motivos de preocupação.

domingo, 23 de julho de 2017

Mercados americanos: o comentário semanal de Chris Ciovacco (12)


Hoje começo esta posta com um gráfico diário actualizado do S&P 500 ($SPX):


Basta olhar para o gráfico acima para se constatar rapidamente que 2017 tem sido um grande ano para os investidores, com o $SPX a acumular um ganho de 10,45% desde o início do ano. A questão agora é: esta festa está para durar?



Pontos de interesse do vídeo do Sr. Ciovacco:
  • 01m09s O Sr. Ciovacco começa com um gráfico diário do S&P 500 ($SPX), relativo ao período entre 2007 e 2009, no qual ele representou várias médias móveis. Olhando para o gráfico em 2007 e no início de 2008, verifica-se que, até ao espoletar da crise financeira, as médias móveis tinham todas um declive (slope) positivo, com as médias móveis de curto prazo em cima das médias móveis de longo prazo. No início de 2008, a situação inverteu-se, com as médias móveis a adquirirem um declive negativo e as médias móveis de curto prazo a ficarem por baixo das médias móveis de longo prazo. O ponto deste exercício é observar que, contrariamente ao que muita boa gente julga, os mercados não caem abruptamente do dia para a noite; é possível antever, dentro de determinados limites, a chegada de um Bear Market... e ir reduzindo progressivamente as nossas posições longas em bolsa muito antes de elas perderem a maior parte do seu valor. 
  • 09m32s Aqui temos um gráfico histórico do fundo VINFX, que se replica aproximadamente o S&P500. O gráfico cobre o período correspondente à crise financeira de 2007-2008, com a percentagem de prejuízo correspondente: 55,26%. O Sr. Ciovacco pretende mostrar-nos que a estratégia "buy & hold" (comprar e manter) pode levar a grandes perdas quando os Bear Markets chegam. Pode parecer uma verdade à La Palice, mas convém ter esta realidade sempre presentes quando se tem capital investido na bolsa.
  • 09m54s Agora o gráfico do VINFX para o período correspondente à "bolha das dot com", em que a perda para quem nunca vendeu foi de 47,44%.
  • 19m31s Vamos agora olhar para os rácios entre diferentes índices. Começando pelo IWM/SPY (Russell 2000/S&P 500 ou, talvez mais importante, small cap/large cap), o gráfico mensal entre 2000 e 2017 mostra uma tendência a longo prazo para o SPY ter um desempenho melhor do que o IWM, i.e. quem detinha o SPY durante o período em causa fez mais dinheiro do que quem detinha o IWM. O Sr. Ciovacco faz aqui um ponto importante: há momentos em que o IWM sobre mais do que o SPY, mas não vale comprar mais IWM e menos SPY só por causa disso, porque o SPY cresce mais a longo prazo.
  • 20m45s No entanto, quando se olha para o rácio IWF/SPY (large cap growth/large cap - atenção que o Russell 1000, contrariamente ao Russell 2000, não é um índice de small cap, é um índice de large cap!), a situação inverte-se. Com efeito, a performance do IWF tem superado a do SPY desde a crise-financeira de 2007-2008.
  • 22m26s O Sr. Ciovacco utiliza mais dois rácios (VUG:VT e VT:SPY) para nos mostrar que as acções americanas têm tido, ao longo dos últimos anos, um desempenho bastante superior às acções globais - é precisamente por isso que eu raramente falo dos mercados fora dos states aqui no Afonso na Bolsa... há que seguir o dinheiro 😉!
  • 24m24s Olhando agora para o SPY isoladamente e depois para o rácio EFA:SPY (acções europeias / S&P 500), verificamos que a performance relativa das acções europeias tem melhorado recentemente mas, a longo prazo, as acções americanas têm uma maior probabilidade de continuar a ter melhor desempenho (atenção que probabilidade ≠ possibilidade).
  • Já agora, a propósito de desempenho comparativo, aqui fica a performance percentual dos principais fundos transaccionáveis norte-americanos, desde o início de 2017:

  • 31m12s Revemos mais uma vez a história do $SPX, comparando a situação durante o espoletar da crise financeira de 2007-2008 e a situação actual (Julho de 2017). A comparação entre o passado e o presente não levante motivos de preocupação. A  comparação com a "bolha das dot com" leva às mesmas conclusões.
  • 35m06s A análise do ponto anterior é repetida para o Dow Jones Industrial Average e o compósito do Nasdaq. As conclusões são as mesmas: a evolução recente destes índices não suscita motivos de preocupação.

sábado, 15 de julho de 2017

Mercados americanos: o comentário semanal de Chris Ciovacco (11)


     Os mercados bolsistas americanos continuam a superar as expectativas! Estas semana, o S&P 500 ($SPX) fechou novamente num máximo histórico, desta feita nos 2459,27 pontos, tal como o Dow Jones Industrial Average ($INDU), que fechou nos 21637,74 pontos, e o  Dow Jones Industrial Transportation Average ($TRAN), que fechou nos 9742,76 pontos. O Nasdaq 100 ($NDX), o Russell 2000 ($RUT) e o S&P 400 ($MID) também se encontram perto dos seus máximos históricos, embora os dois últimos tenham andado a lateralizar desde Fevereiro deste ano. O único sector que inspira alguma prudência é o da distribuição ($DJUSRT), sendo que mesmo aqui há uma tendência de longo prazo que ainda se mantém positiva, uma vez que o índice ressaltou na sua média móvel simples a 200 dias, cujo declive se mantém ascendente.

Posto isto, é preciso ter bem presente que as divergências de médio prazo que eu identifiquei nesta posta de há pouco mais de um mês se mantêm, pelo que convém não entrar em euforias: os mercados ainda podem vir a corrigir nas próximas semanas! No entanto, a longo prazo (meses a anos), a tendência primária continua a ser de subida:



Pontos de interesse do vídeo do Sr. Ciovacco:
  • 00m29s O Sr. Ciovacco abre o vídeo de uma forma muito semelhante ao que fez na semana passada, utilizando médias móveis de longo prazo e gráficos históricos semanais do S&P 500 ($SPX) para avaliar o presente momento dos mercados bolsistas. As médias móveis escolhidas foram a média móvel simples a 30 semanas, a média móvel simples a 40 semanas e a média móvel simples a 50 semanas. O primeiro gráfico mostra o que aconteceu ao $SPX no início da crise financeira de 2007-2008, com as médias móveis mais rápidas a cruzar as mais lentas de cima para baixo, ao que se seguiu a queda continuada da valorização $SPX.  
  • 01m23s Não é de todo isso que se observa no gráfico do $SPX dos dias de hoje. Com efeito, no presente momento (Julho de 2017), todas as médias móveis mencionadas têm um declive positivo (ascendente) e as médias móveis mais rápidas estão por cima das médias móveis mais lentas.
  • 02m41s Repetindo a análise anterior para o compósito do Nasdaq ($COMPQ), as conclusões são as mesmas.
  • 03m29s O Sr. Ciovacco recupera uma análise da largura das Bandas de Bollinger que ele fez em Novembro de 2016 para o gráfico mensal do $SPX entre 1982 e 2016. Nessa análise, o Sr. Ciovacco observou que o $SPX subiu durante longos períodos de tempo quando a largura das suas Bandas de Bollinger atingiu um mínimo (enfatizo: no gráfico mensal). Nessa altura, em Novembro de 2016, o Sr. Ciovacco previu que o $SPX deveria continuar a subir, porque a largura das Bandas de Bollinger do $SPX tinha atingido um novo mínimo.
  • 04m14s Actualizando o gráfico mensal do $SPX para os dias de hoje, verifica-se que a previsão do Sr. Ciovacco foi certeira! Melhor do que isso, a largura das Bandas de Bollinger do $SPX ainda tem muito espaço para subir e, com ela, a valorização do $SPX. Mais uma vez, tenho de advertir que estamos a falar de probabilidade de continuação das subidas a longo prazo (probabilidade ≠ possibilidade), não de certezas! Na bolsa, as únicas pessoas que têm certezas são os estúpidos... e os charlatães! 
  • 04m54s Segue-se uma análise muito interessante recorrendo a dois gráficos: (1) o da evolução da diferença entre os novos máximos e os novos mínimos do compósito da NYSE ($NYHL), também designado por 'market breadth' ou largura/amplitude de mercado e (2) o gráfico do $SPX. O Sr. Ciovacco começa por sobrepor estes dois gráficos em 2000 (bolha das dot com) e em 2007 (crise financeira). Em ambos os casos, 2000 e 2007, observava-se uma notória divergência entre a evolução do $NYHL e do $SPX...
  • 05m32s ...mas não é isso que se observa nos seus gráficos actuais. Apesar se observar uma certa saturação na evolução $NYHL, a sua evolução continua a ser positiva, tal como a evolução do $SPX.
  • 06m00s Agora vem um gráfico mensal do $SPX com as médias móveis de convergência e divergência (MACD). Já vimos este gráfico antes, mas o Sr. Ciovacco decidiu actualizá-lo. O ponto a reter é que os cruzamentos positivos do MACD mensal são eventos raros, mas excepcionalmente favoráveis para os investidores, porque tendem a ser seguidos por subidas prolongadas das cotações. Ora, foi precisamente um cruzamento positivo do MACD que ocorreu no final de 2016 e, desde então, o $SPX ainda não parou de subir. A festa poderá estar prestes a acabar mas, para já, ainda há sinais que indiquem isso.
  • 08m33s Repetindo o exercício anterior para o MACD mensal do rácio SPY:TLT (S&P 500 a dividir pelas obrigações do tesouro americano a 20+ anos), também não parece haver motivos de preocupação.
  • 11m44s O Sr. Ciovacco recupera aqui um gráfico do compósito da NYSE ($NYA) entre 1997 e 2017, sobre o qual ele desenhou duas caixas ou rectângulos de consolidação: (1) o primeiro, com 20 anos, enquadra o máximo pré-crise financeira de 2007-2008 com o mínimo pós crise financeira de 2007-2008; (2) o segundo, com cerca de 4 anos, enquadra o máximo observado desde a penetração do rectângulo anterior com o mínimo observado desde a penetração do rectângulo anterior. Vamos chamar ao primeiro rectângulo R20 e ao segundo rectângulo R4. Verifica-se que ambos R20 e R4 foram penetrados para cima e subsequentemente retestados com sucesso (i.e. o preço voltou a descer e a retestar o lado superior do rectângulo, para depois subir novamente). Mais importante do que isso, a penetração de R4, mais recente, parece ter sido feita com grande sucesso, com um reteste bem-sucedido e novos máximos a serem atingidos várias vezes ao longo dos últimos meses.
  • 14m29s Olhando para o gráfico mensal do $NYA desde 1965, parece legítimo argumentar que é possível que o compósito da NYSE continue a valorizar durante muitos anos, uma vez que saímos recentemente de uma zona de consolidação com quase 2 décadas, bastante semelhante àquela que se observou entre 1965 e 1982, que foi seguida por ganhos de 1008% ao longo dos 18 anos seguintes, i.e. entre 1982 e 2000.
  • 15m10s Outra forma de ver a coisa é olhar para o gráfico mensal do $NYA sobreposto à sua média móvel simples a 50 meses. No passado, quando o $NYA cruzou a mms(50) de cima para baixo, entrámos em Bear Market. Foi o que aconteceu em 2001 e em 2008. Por outro lado, houve alturas em que o $NYA desceu até à mms(50) mas ressaltou, i.e. voltou a subir, como por exemplo em 1984, em 1987, em 1991 e em 1994. Nesses casos, o $NYA continuou a subir durante anos! Ora, quando se olha para a situação presente (em 2017), parecemos estar precisamente perante um desses ressaltos, o que nos deve deixar optimistas quanto ao futuro (mas atenção, optimismo ≠ certeza ou, mais uma vez, probabilidade ≠ possibilidade).

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Mercados americanos: o comentário semanal de Chris Ciovacco (10)


    Os principais índices bolsistas norte-americanos passaram o mês de Junho a lateralizar, o que é bastante bom. Os mercados têm subido rápida e continuamente desde a eleição do Presidente Trump e, nestas coisas dos mercados, as subidas prolongadas tendem a traduzir-se em quedas pronunciadas. Por isso, mais vale fazer uma pausa de algumas semanas para depois retomar a tendência primária de subida do que continuar a subir em flecha para depois nos afundarmos como um prego na água.

    Faço notar que esta lateralização ainda tem o potencial para se transformar numa correcção. Todos os grandes índices dos EUA (S&P 500, Nasdaq 100, NYSE, Dow Jones Industrial Average) estão muito acima da sua média móvel simples a 40 semanas, o que dá muito espaço para quedas.



Pontos de interesse do vídeo do Sr. Ciovacco:
  • 01m33s O Sr. Ciovacco começa o vídeo com um dos seus clássicos, a utilização de médias móveis de longo prazo e de gráficos históricos semanais do S&P 500 ($SPX) para avaliar o presente momento dos mercados bolsistas. Como habitual, os períodos históricos escolhidos são a "bolha das dot com" em 2000-2001 e a crise do mercado imobiliário de 2007-2008. O ponto a reter é que a situação presente não tem nada a ver com as duas anteriores, o que aponta para a probabilidade (mais uma vez enfatizo que probabilidade ≠ possibilidade) de continuação das subidas a longo prazo.
  • 03m12s A análise anterior é repetida para o Dow Jones Industrial Average ($INDU), mas desta vez o Sr. Ciovacco limita-se a comparar a situação actual com a situação em 2007. As conclusões são semelhantes às que foram retiradas no caso do $SPX.
  • 03m40s O mesmo sucede com o compósito do Nasdaq ($COMPQ).
  • 04m09s Olhando agora para o histórico do rácio entre o SPY e as obrigações a 20+ anos (TLT), observa-se que, em 2007, o SPY:TLT atingiu o seu pico antes de as acções começarem a cair. Por outras palavras, o SPY:TLT indicava que as obrigações estavam a ser preferidas pelos investidores em relação às acções, dois meses antes de o S&P 500 começar a cair. Comparando esse gráfico de 2007 com o presente, ainda não parece haver motivos para alarme.
  • 05m48s Já o rácio entre o $SPX e o seu índice de volatilidade ($VIX) tende a degradar-se muito antes de a valorização do S&P 500 cair. Foi precisamente isso que aconteceu em 2007, com o espoletar da crise financeira: o $SPX:$VIX caiu oito meses antes de o S&P 500 começar a cair. No entanto, a evolução recente do $SPX:$VIX é exactamente oposta à que se observava em 2007, o que aponta para a probabilidade  de continuação das subidas a longo prazo.
  • 07m01s Agora é a vez do rácio entre as empresas de pequena capitalização bolsista (small cap) e as obrigações a 20+ anos (TLT). Neste caso, o rácio IWM:TLT avisou que as coisas não estavam bem três meses antes de a valorização das small cap começar a cair. Mais uma vez, a situação presente do rácio IWM:TLT não se parece nada com a sua situação em 2007.
  • 08m00s Em 2007, o rácio entre os sector financeiro (XLF) as obrigações a 20+ anos (TLT) deu o sinal de alarme quatro meses antes de a valorização do S&P 500 atingir o topo. Actualmente, o rácio XLF:TLT ainda não inspira motivos de preocupação.
  • 08m51s Olhando para o mercado de acções em termos globais, através do fundo transaccionável VTI, também ainda não há motivos de preocupação.
  • 09m32s Repetindo os exercícios anteriores para o rácio SPY:GLD (S&P 500:Ouro), verifica-se que, em 2007, o SPY:GLD "avisou" que as acções iriam cair três meses antes e a valorização do S&P 500 atingir o seu ponto máximo. Olhando para o presente, o SPY:GLD ainda não indica que as acções estão prestes a cair. Pelo contrário, o SPY está a bater o GLD em quase 2%.
  • 10m43s As conclusões são semelhantes quando olhamos para o rácio QQQ:GLD (Nasdaq:Ouro) em 2007 e na actualidade.
  • 12m29s O Sr. Ciovacco retoma uma análise da evolução mensal do índice de força relativa (relative strenght index - RSI) do S&P500 ($SPX) que já tinha apresentado num dos seus vídeos anteriores. A parte mais importante deste gráfico é que, em 1985 e em 1995, o $SPX continuou a subir durante anos após o RSI entrar em território de "sobrecompra", i.e. RSI > 70%. Evidentemente, nada garante que isso se repita agora em 2017, mas mais uma vez há que considerar a diferença entre probabilidade e possibilidade. Todas as possibilidades estão em cima da mesa, mas a probabilidade aponta claramente para a continuação das subidas a longo prazo. O que nos leva ao próximo gráfico...
  • 13m37s Não se pense que, caso o cenário mais optimista se confirme, i.e. a continuação das subidas a longo prazo, tudo vá ser agradável, como um passeio no campo num belo dia ameno de Primavera. Nada disso, nos mercados bolsistas -como em tudo o que vale a pena na vida- nada se consegue sem sofrimento. Com efeito, o Sr. Ciovacco vai buscar o gráfico do $SPX a seguir ao evento de 1985 para ilustrar que, ao longo da subida que durou cerca de 580 dias, houve inúmeros períodos de recuo acentuado, um dos quais com uma desvalorização de 9,43%!
  • 14m02s O mesmo sucedeu a seguir ao evento de 1995 que, entre vários recuos de cotação significativos, teve um de 9,63%!
  • 16m30s E agora um exercício realmente interessante! Estando nós naquilo que poderá vir a revelar-se como uma correcção, até onde poderá recuar o gráfico diário do $SPX? Tomando como referência os casos de 1985 e 1995, o S&P 500 poderá recuar até aos 2240 pontos (fechou a sessão de sexta-feira nos 2425,18 pontos), sendo que há uma maior probabilidade de permanecer na zona acima dos 2340 pontos.

domingo, 2 de julho de 2017

Mercados americanos: o comentário semanal de Chris Ciovacco (9)


     Nunca falha: basta os mercados caírem alguns pontos percentuais para aparecerem logo os profetas do apocalipse a vaticinar o fim do Bull Market! Mas quem segue este blogue sabe que a presente correcção era esperada e até desejável. Aliás, o mais provável é que os principais índices bolsistas ainda caiam mais uns dias ou até semanas antes de voltarem a subir. Nesta vida, nada se ganha de uma forma linear... e um Bull Market saudável é como a sedução: dois passoa para a frente, um passo para trás! 😜



Pontos de interesse do vídeo do Sr. Ciovacco:
  • 02m53s O Sr. Ciovacco recupera um interessante Q&A (perguntas e respostas) de um dos livros da famosa série "Market Wizards" (feiticeiros dos mercados). A pérola de sabedoria em causa é uma das realidades mais duras dos mercados mobiliários: para se obter grandes lucros na bolsa, é preciso aguentar períodos negativos e perdas de valorização bolsista significativas. Isto vem ao encontro das citações de Jesse Livermore aqui deixadas há três semanas que alertavam para  necessidade de não transaccionarmos constantemente durante um Bull Market, sob pena de provocarmos a erosão significativa dos nossos ganhos. É por isso que a bolsa não é para todos: é preciso ter estômago para ver o nosso dinheiro diminuir durante algum tempo... mas é isso que, paradoxalmente, o acabará por fazer subir a longo prazo.
  • 03m56s Voltando novamente ao gráfico anual do $COMPQ, podemos verificar que, desde Novembro de 1995, sempre que a média móvel simples a 10 meses se manteve acima da média móvel a 15 meses, o compósito do Nasdaq subiu, em especial no período a seguir ao cruzamento da mms(10) sobre  mms(15), de cima para baixo (1995 e 2003 e, mais importante, 2017).