sábado, 23 de julho de 2016

Chris Ciovacco: «O que é que podemos aprender com as tendências de subida em várias classes de activos?»


    Esta semana, o Sr. Ciovacco retoma os seus habituais exercícios de comparação da evolução recente dos mercados com o seu registo histórico.



Pontos de interesse do vídeo do Sr. Ciovacco:
  • 00m32s Recorrendo a um gráfico semanal do S&P 500 ($SPX) para o período 2007-2008, o Sr. Ciovacco começa por explicar que, idealmente, uma tendência de subida deve ser acompanhada pelas médias móveis, com as médias móveis mais rápidas (i.e. aquelas com período mais curto) a ficar acima das médias móveis mais lentas (e.g. MM 50 acima da MM 200). Quando isto deixa de acontecer, as probabilidades de as valorizações bolsistas caírem rapidamente aumentam consideravelmente, como ilustra o caso da crise financeira de 2008.
  • 01m34s Inversamente, quando estamos numa tendência primária de descida (Bear Market), as médias móveis mais lentas deverão ficar acima das médias móveis mais rápidas (e.g. MM 200 acima da MM 50). Nesta situação, a ultrapassagem das médias móveis pelo preço alerta para uma possível reversão bullish, como ilustra o caso do gráfico semanal do S&P 500 para o período 2009-2010 (introdução da facilitação quantitativa - quantitative easing, QE).
  • 01m57s Comparando os dois gráficos anteriores com a situação observada no $SPX a 24 de Junho do presente ano de 2016, verificava-se que as médias móveis de médio e longo prazo estão novamente a subir, mas as de mais curto prazo pareciam estar a inverter para baixo.
  • 02m50s Felizmente, o S&P 500 continuou a subir, tendo inclusivamente saído do rectângulo multianual em que se encontrava desde finais de 2014. Isto significa que as probabilidades apontam no sentido da continuação das subidas.
  • 03m17s No entanto, quando se olha para o gráfico semanal das obrigações de médio prazo (IEF), também se observa uma inquestionável tendência bullish de longo prazo.
  • 04m00s O mesmo sucede para as obrigações a longo prazo (TLT) e para os fundos de investimento no mercado imobiliário (VNQ).
  • 04m56s O ouro (GLD) também tem estado numa clara tendência de subida, com todas as médias móveis de médio e de longo prazo a apontarem para cima.
  • 05m48s O Sr. Ciovacco detém-se no gráfico semanal das obrigações de longo prazo (TLT), procurando explicar o porquê de a zona de resistência entre os $133,5 e os $134 ter sido penetrada com sucesso. A saber: (1) manutenção, por parte dos bancos centrais, das taxas de juro directoras em valores baixos; (2) potencial cenário de deflação, por efeito do excesso de crédito e desalavancagem; (3) redução das margens de lucro nos EUA, enquanto o resto do mundo continua a crescer de forma modesta; (4) Valorização excessiva das acções; (5) Níveis globais de dívida muito elevados, com repercussões nos ganhos obtidos com os investimentos; (6) efeito de contágio do Brexit.
  • 08m01s Quanto aos motivos pelos quais as acções voltaram a subir, o Sr. Ciovacco menciona: (1) o facto de que a economia norte-americana evitou a recessão; (2)  a tentativa, por parte dos bancos centrais, de inflacionar a economia como forma de desvalorizar a dívida (o dinheiro vale mais quando a inflação desde e menos quando a inflação sobe); (3) as perspectivas, para o resto de 2016, de aumento das margens de lucro das empresas cotadas em bolsa; (4) a reticência, por parte dos bancos centrais, em aumentar a incerteza associada ao Brexit, aumentando as taxas de juro.
  • 10m25s Com tanta incerteza, não é de admirar que o ouro, considerado o activo de refúgio por excelência, tenha também subido nos últimos meses. O Sr. Ciovacco aponta vários motivos para que isso tenha acontecido: (1) as "guerras de divisas", i.e. a tentativa dos governos manterem as suas moedas em níveis de valorização baixos para assim manterem as suas dívidas sob controlo; (2) a desvalorização das divisas leva ao aumento potencial da inflação no futuro, o que significa que o dinheiro tenderá a valer cada vez menos; além disso, (3) a política dos bancos centrais levou a elevados níveis de valorização não apenas nas acções mas também nas obrigações; o ouro surge assim como a derradeira alternativa; (4) há ainda a possibilidade de a FED avançar para formas de QE alternativas, como o "dinheiro de helicóptero" (ver postal anterior); (6) tudo isto, a concretizar-se, reflectir-se-á inevitável e negativamente no poder de compra dos consumidores - se o dinheiro valer menos, passará a ser possível comprar menos bens com ele.
  • 13m43s O Dow Jones Industrial Average ($INDU) também esteve confinado a um rectângulo de transacção multianual cujo limite superior penetrou recentemente. É provável que haja um reteste nas próximas sessões. Também parece haver sinais positivos no Wilshire 5000 ($WLSH) que superou recentemente uma linha de tendência descendente (LTD). No entanto, é preciso salientar que o $WLSH ainda não superou os máximos de 2015.
  • 16m00s Olhando agora para os rácios e começando pelo compósito da NYSE ($NYA), é possível observar que o quociente $NYA:TLT ainda se encontra em tendência descendente. Isso ainda poderá vir a acontecer mas, para já, a LTD multimensal permanece inviolada. O Sr. Ciovacco diz ainda que há um possível padrão de "cabeça e ombros" invertido no gráfico semanal do $NYA. A confirmar-se, teremos grandes subidas nas próximas semanas. No entanto, é preciso esperar para ver se a linha do pescoço do padrão aguenta.
  • 17m38s No compósito do Nasdaq ($COMPQ) foi penetrada finalmente a LTD que remontava aos máximos de 2015, fechando finalmente o "gap" de finais desse ano.
  • 18m30s Bem pior estão as coisas na Alemanha, com o $DAX a não ser capaz sequer de atingir a LTD que vigora desde Março de 2015. O rácio ACWI:TLT também mostra que as acções globais (ACWI) têm tido um desempenho abaixo das obrigações (TLT).
  • 19m27s Já o gráfico do índice de volatilidade do S&P 500 ($VIX) mostra a quebra de um importante suporte ou linha de tendência ascendente (LTA). Já o índice das small caps, o Russell 2000 (IWM) fechou muito perto de uma zona de resistência multimensal na casa dos $120, como referi no postal anterior.
  • 20m05s Bem pior está o sector dos transportes (IYT), que continua em clara tendência descendente. Por seu lado, o rácio GLD:SPY parece ter quebrado uma LTD que já remontava ao quatro trimestre de 2015. Apesar da lateralização recente, o RSI parece estar a favorecer o ouro. No entanto, é preciso salientar que o rácio SLV:GLD está a favorecer a prata em relação ao ouro. Isto pode explicar-se pelo facto de que a prata tem uma procura muito maior do que o ouro por parte da indústria mundial.
  • 23m20s O sector dos materiais (XLB) ainda não conseguiu superar a LTD que vigora desde o início de 2015. O Sr. Ciovacco mostra ainda que as recentes subidas no S&P 500 não foram acompanhadas pelos seguintes rácios: $SPX:GLD (ouro), $SPX:SDY (acções com alto dividendo), $SPX:TLT (obrigações), $SPX:VNQ (fundos de investimento do mercado imobilário).
  • 25m35s Também o rácio XLB:TLT (materiais/obrigações) parece estar com uma performance sub-óptima, constantemente travado por uma LTD que vigora desde meados de 2015. A situação é muito semelhante no caso do rácio XLE:TLT (energia/obrigações).
  • 26m27s Quanto às obrigações de médio prazo (SPY:IEF), ainda parece haver pelo menos duas LTDs que, para já, estão a travar a subida do rácio.

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