quinta-feira, 19 de março de 2015

O presente "Mercado dos Touros" entra no seu sétimo ano consecutivo...


Apesar das previsões apocalípticas de todos aqueles vendedores de banha da cobra que nos quiseram afastar dos mercados americanos desde a crise financeira de 2008, este já é o quarto Bull Market mais duradouro da era moderna:



Mais uma vez se confirma a realidade para a qual eu alerto de tempos a tempos aqui no AnB: aquilo que a esmagadora maioria dos "gurus" dos mercados diz é para ignorar. Jesse Livermore (1877-1940), que foi provavelmente o melhor especulador de sempre, dizia que o ofício da bolsa era o território do verdadeiro lobo solitário. E é mesmo verdade, os investidores têm cada vez mais de fazer o seu trabalho de casa e pensar pela sua própria cabeça. Porque os jornais, a internet e até as universidades estão cheios de indivíduos desonestos que defendem os seus próprios interesses e fazem tudo ao seu alcance para ficar com o nosso dinheiro.

Por outro lado, há quem diga que, quando se olha para o gráfico em cima, se fica com a ideia de que os níveis actuais de valorização accionista são exagerados. Eu não sou grande fã das avaliações a "olhómetro", mas reconheço que a curva já impõe um certo respeito. E também reconheço que esse temor já é visível no indicador de volatilidade do S&P500, o VIX:


Pode ver-se que, desde Julho do ano passado, os mínimos do VIX têm sido cada vez mais altos, indiciando um amento gradual do receio dos investidores. Mas isto ainda não quer dizer que devemos vender as nossas acções americanas e guardar o dinheiro debaixo do colchão.

O grande problema é este, para o qual já chamei a atenção no dia 14 de Março (dois postais abaixo):


O euro está em clara tendência descendente face ao dólar e a maioria das agências e casas de corretagem acreditam na continuação da sua descida. A Goldman Sachs aposta mesmo na paridade (1€ = $1) já em Setembro.

Ora, nesta situação, as acções americanas vão continuar a ser preferíveis, mesmo que o seu retorno percentual seja bastante inferior ao das acções europeias. Como? É simples: por efeito da valorização do dólar face ao euro.

Se as acções europeias subirem 10%, mas o euro perder 5% face ao dólar, então o retorno global será de apenas 5%. No entanto, se as acções americanas subirem apenas 1% e o euro perder 5% face ao dólar, o retorno global será de 6%. Ora, as previsões mais pessimistas para o crescimento dos mercados americanos em 2015 andam na casa dos 3%. Ainda só vamos em Março e o S&P500 já subiu mais de 1,9%. Portanto, a escolha é clara: enquanto a tendência descendente do euro face ao dólar se mantiver, preferimos as acções americanas.

Agora vem a parte mesmo gira: acreditem ou não, caros leitores, é possível ter o melhor dos dois mundos: os ganhos das maiores subidas expectáveis* das acções europeias e também os ganhos da subida do dólar. Mas como? É simples comprando fundos de acções europeias em dólares!

Alguns exemplos: Vanguard European Vipers (VGK:NYSE), iShares Europe 350 (IEV:NYSE), SPDR Euro STOXX 50 (FEZ:NYSE). E, para aqueles que gostarem mesmo de arriscar, Direxion Daily FTSE Europe Bull 3x Shares (EURL:AMEX).

__________
* - Atenção que expectável é apenas "mais provável". Nada garante que venha a acontecer de facto.

Sem comentários:

Enviar um comentário