quinta-feira, 2 de outubro de 2014

S&P 500 (diário) 01-Out-2014


A sessão de ontem nos mercados americanos foi brutal para os investidores, com todos os índices a caírem fortemente. Já há muito alarmismo nos mé(r)dia financeiros, com vários "especialistas" a vaticinar o fim do Bull Market. Eu rio-me como o déjà vu e até o aprecio: dentro de certos limites, quanto maior for o número de idiotas a acreditar cegamente nos "especialistas", maior a probabilidade de ocorrer um ressalto. Estranho? Nem por isso, é tão somente a já velha Arte do Pensamento Contrário, paradoxal, mas quase sempre infalível. Claro que nem tudo pode durar para sempre e lá chegará o dia em que os mercados deixarão de subir. Mas enquanto so gráficos não mostrarem isso claramente, tudo o resto não passará de ruído de fundo.

Antes de olharmos para o gráfico do S&P 500 propriamente dito, vamos primeiro tentar situar-nos, olhando para as perdas acumuladas desde os últimos máximos, que ocorreram no passado dia 18 de Setembro:


Pode ver-se que, com a excepção do Russell 2000, os índices não afundaram da forma catastrófica que os "especialistas" nos querem fazer acreditar. Estamos de facto a entrar em terreno perigoso, mas temos tido muitas correcções do S&P 500 na casa dos 5% e até mais sem que isso tenha comprometido o Bull Market. Olhemos então para o gráfico diário:


O MACD e o RSI continuam a mostrar fortes probabilidades de continuação das quedas. O preço quebrou o importante suporte na casa do 1950 pontos e a LTA de que vos tinha falado ontem (ver postal anterior). Além disso, perfurou também a Banda Bollinger inferior, à semelhança do que tinha acontecido em Julho. Esta situação constitui um primeiro sinal de alerta para os investidores que, conjugado com a divergência entre o índice (preço) e o MACD, nos deve pôr em sentido. Nota: pôr-se em sentido não é o mesmo que vaticinar o fim do Bull Market, é apenas redobrar os níveis de atenção e de vigilância.

Infelizmente, já só há dois suportes de monta até à MM(200), actualmente na casa dos 1900 pontos. Esses dois suportes, um nos 1930 e o outro nos 1910, poderão fazer ressaltar o índice, que entretanto terá percorrido a zona amarela e talvez também a zona alaranjada. Se o suporte nos 1910 não resistir, aí sim, começaremos a ter uma situação realmente complicada e temos de estar preparados para sair. O primeiro suporte abaixo da MM(200), nos 1890 pontos é o primeiro critério óbvio de saída. Mas o segundo suporte (1880 pontos), que já foi uma forte resistência entre Março e Maio, parece ainda mais firme. Não é que o Bull Market possa ser enterrado a partir daí, mas as probabilidades de recuperação tornam-se mais reduzidas e o risco mais elevado.

Outro aspecto que é importante sublinhar é que o facto de os índices estarem a cair não significa que tenhamos de vender todas as nossas acções. Por exemplo, durante a crise financeira de 2008, eu mantive a minha posição na Berkshire Hathaway, Inc. B e foi a melhor coisa que já fiz até hoje. É preciso analisar cada caso separadamente, mantendo contudo bem presente a ideia de que as acções tendem a subir em conjunto.

Os mercados americanos abrem dentro de uma hora e meia (aproximadamente). Vamos manter a calma e ver o que acontece até ao fim-de-semana.

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