sábado, 11 de outubro de 2014

Texas Instruments (TXN:Nasdaq Global Select) - Diário 2014/OUT/10


Vale bem a pena olhar para o gráfico diário da Texas Instruments, inc., acção que muita mágoa me deu esta semana, ao cair mais de 7% na sessão de ontem, activando a Stop Loss que eu tinha na zona dos $44 e limpando os ganhos dos últimos meses. Apesar de os fundamentais da TXN continuarem bons, não devo voltar a comprá-la tão cedo, porque o panorama técnico actual é assustador. O gap de abertura foi enorme, destroçando completamente a zona de suporte que pintei no gráfico em baixo a cor amarela. Ainda por cima, com uma expansão do volume transaccionado para mais de seis vezes a MME(60), validando um padrão gráfico de reversão muito conhecido entre os analistas técnicos: o topo duplo.


Vale pois a pena revisitar a definição de topo duplo: «o topo duplo é uma figura de reversão descendente que aparece tipicamente em gráficos de barras, linhas e velas japonesas. Conforme o seu nome implica, o padrão é constituído por dois picos consecutivos que são mais ou menos iguais, com um patamar intermédio entre eles.

(...) Apesar de haver variações, o topo duplo marca pelo menos uma mudança a médio prazo, quando não uma mudança a longo prazo, de bullish (ascendente) para bearish (descendente). Muitos potenciais duplos topos podem formar-se ao longo do Bull Market, mas até o suporte-chave ser quebrado, a reversão não pode ser confirmada.»

Infelizmente, este topo duplo observado na TXN é tão evidente que não deixa margem para dúvidas. Existem pelo menos oito características clássicas que permitem identificar um topo duplo e este gráfico confirma pelo menos sete dessas características, com a outra a poder ser confirmada na próxima Segunda-feira:

1. Tendência ascendente inicial:  presente; a TXN esteve a subir nos meses que precederam esta queda.

2. Primeiro pico: presente; o primeiro pico marca a zona de resistência que limitará a figura de reversão (linha horizontal a cor verde no gráfico), impedindo a progressão do preço.

3. Patamar intermédio: presente; depois do primeiro pico, um topo duplo costuma ter um "vale" onde o preço recua tipicamente entre 10% e 20%. Neste caso, a queda ficou-se pelos 7,35%, i.e. (49,22-45,6)/49,22, ainda assim um valor mais do que suficiente para validar um padrão deste género. Além disso, há outra característica que está claramente no gráfico: «os fundos deste padrão são muitas vezes arredondados, denunciando uma procura de acções tépida».

4. Segundo pico: o avanço a partir do patamar intermédio ocorre geralmente com baixo volume (presente!), indo ao encontro da resistência onde se formou o primeiro pico. (...) O período entre picos varia entre algumas semanas a muitos meses, com a norma a rondar o intervalo 1-3 meses (presente: temos dois meses e uma semana). Apesar de os picos serem preferencialmente exactos (i.e. com o mesmo valor), diferenças até 3% são aceitáveis (presente: a diferença no caso da TXN não chega a 1%).

5. Queda a partir do segundo pico: a queda a partir do segundo pico deverá ser acompanhada por um crescimento do volume transaccionado (presente: observe-se a zona a partir de 22 de Setembro). O movimento do preço acelera, podendo dar origem a um ou mais gaps, indicando que as forças da procura são mais fracas do que as da oferta e que um novo teste ao suporte está iminente (presente: houve pelo menos quatro gaps na descida, tendo o suporte sido atingido no dia 7 de Outubro).

6. Quebra do suporte: a quebra do suporte no nível mais baixo entre os dois picos confirma o Topo Duplo (presente: está mais que quebrado!). A quebra deverá ocorrer com um aumento de volume e/ou uma aceleração do movimento descendente (presentes!)

7. O suporte transforma-se em resistência: uma vez quebrado, o suporte passa a constituir um potencial nível de resistência. Por vezes, há um novo teste a este nível com um rally de reacção (também designado por 'dead cat bounce'). Este teste poderá oferecer uma nova chance de fechar a posição e abrir uma posição curta (parece-me improvável, dada a enorme amplitude do gap, mas não impossível).

8. Preço-alvo: a distância da ruptura do suporte ($ 45,6) deve ser subtraída ao pico ($ 49,37) para obter um preço alvo (49,37-45,6 = 3,77). Presente: preço-alvo = 46,6-3,77 = 41,83, já atingido e superado (41,57).

Portanto, a TXN está perigosíssima neste momento e o melhor é mesmo deixa-la em paz por uns tempos, a menos que o ponto nº 7 se verifique...

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