domingo, 15 de julho de 2018

Ponto da situação (2018-07-13)


     Tal como tínhamos antecipado aqui no As Crónicas da Bolsa, o S&P 500 ($SPX) voltou a subir durante a semana passada (9-13 Jul), tendo até fechado ligeiramente acima (2801,31 pontos) do nosso rectângulo de consolidação multimensal (≈ 2800 pontos). Mas "ligeiramente acima" é, para efeitos de penetração do rectângulo, o mesmo que nada -embora seja largamente preferível a "ligeiramente abaixo"- pelo que continua tudo praticamente na mesma:



Isto parece uma verdade à La Palice, mas a próxima semana pode trazer-nos a confirmação da penetração ou, pelo contrário, trazer-nos novas quedas:


Convém que estejamos preparados para ambas as situações. Se (a) acontecer, é provável que o preço suba facilmente até ao máximo histórico de 26 de Janeiro (2872,87 pontos). Aí podem acontecer duas coisas: (a1) o preço fica uns dias (ou uma semanas) a oscilar em torno desse valor (nova consolidação) e depois continua a subir; este primeiro cenário seria o mais desejável; no entanto há uma segunda possibilidade (a2), em que o preço sobre até ao máximo histórico e depois cai rapidamente, fazendo um duplo topo multimensal, o que seria perigosíssimo, porque poderia implicar uma correcção (descida) do $SPX até à zona dos 2300 pontos:


Já no caso de acontecer (b), o mais provável é termos de aturar mais umas semanas a levar seca dentro do rectângulo original da primeira imagem desta posta. Não acredito, muito sinceramente, que o $SPX possa corrigir severamente a partir de (b), dada a sequência de mínimos consecutivamente mais elevados que assinalei na posta anterior (na análise da semana passada). Talvez possa haver uma nova descida até à zona de suporte nos 2700 pontos, mas mais do que isso parece-me improvável. Já a partir de (a2), a conversa é outra, aí o estrago pode ser dramático, sobretudo se o $SPX penetrar a base dos rectângulos, na zona entre 2530 e os 2560 pontos.

Claro que este é o pior cenário possível, há outros bem mais risonhos. O cenário (a1) é um desses outros e é precisamente nele que eu mais acredito, dada a evolução positiva dos indicadores económicos norte-americanos. Isto não é uma previsão, que fique bem claro, em bolsa só fazem previsões os charlatães. É a minha opinião pessoal com base nos factos que tenho à disposição, mais nada.

Vamos olhar agora para o maior fundo transaccionável (ETF) que procura replicar o S&P 500, o SPY (versão não-ajustada). No gráfico diário, vemos que o índice de força relativa (Relative Strenght Index - RSI) se mantém na zona neutra (50%), enquanto o MACD está bullish. Ou seja, estes dois indicadores técnicos sugerem a continuação das subidas da última semana.





É no entanto no gráfico semanal que o SPY continua mais forte. O RSI fez um novo mínimo acima dos 50% e poderá dirigir-se agora para a zona bullish (≥ 70%). O histograma do MACD continua algo fraco, mas o facto de a diferença entre as médias móveis exponenciais de 26 e 12 dias ter aguentado acima do sinal (a 9 dias) é bastante positivo.

 (Gráfico via Greg Harmon @ Dragonfly Capital)


Actualizando agora o gráfico que eu próprio fiz usando o Microsoft Excel e os dados disponibilizados pelo StockCharts na semana passada, observa-se uma pequena divergência entre a acção de preços recente (relembro que, neste gráfico, eu apenas considerei o preço de fecho) e o RSI. Para já, essa divergência ainda não é preocupante, mas deve ser monitorizada nos próximos dias.




Recordo que, para além  do preço de fecho do SPY (versão não-ajustada), a cor preta, o gráfico inclui também a média móvel simples a 50 dias a cor azul e a média móvel simples a 200 dias a cor vermelha. O gráfico inclui ainda quatro preços médios ponderados por volume a cor violeta: (1) a VWAP desde o máximo de 26 Jan, (2) a VWAP desde o mínimo de 9 Fev, (3) a VWAP desde o início do ano (year-to-date, YTD) e (4) a VWAP desde o mínimo do dia 2 de Abril. Reparem como as três últimas VWAP estão agora praticamente sobrepostas e que todas as curvas representadas neste gráfico têm actualmente um declive ascendente, o que reforça a probabilidade de o preço continuar a subir, não necessariamente na próxima semana, mas ao longo das próximas semanas.

Tal como na semana passada, deixo aqui uma versão YTD (year-to-date, desde o início do ano) mais detalhada do gráfico acima, para que se vejam as diferentes curvas com mais clareza:

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