domingo, 8 de julho de 2018

Ponto da situação (2018-07-06)


     No S&P 500, a semana (2-6 Jul) fechou com uma belíssima vela semanal. Olhando para o nosso rectângulo (crédito a quem o merece: o rectângulo foi primeiro identificado pelo Chris Ciovacco, logo em Fevereiro), tudo indica que poderemos ter mais um assalto ao topo (≈ 2800 pontos) nas próximas sessões mas, mais uma vez, nada é definitivo enquanto o rectângulo não for penetrado.




Mas há alguns motivos para estarmos confiantes:
  • Repare-se que, desde o mínimo do dia 9 de Fevereiro, todos os mínimos subsequentes foram sempre consecutivamente mais elevados (i.e. cada mínimo foi mais elevado do que o mínimo imediatamente precedente, como mostram as setas verdes), o que sugere que a força compradora está a aumentar, porque a cada nova queda os compradores surgem a um preço consecutivamente mais elevado.
  • A zona em redor dos 2700 pontos serviu de suporte ao $SPX nas últimas duas semanas; evidentemente, nada garante que isso continue a acontecer nas próximas sessões,  mas o facto de os vendedores terem falhado tantas vezes nesse nível (pelo menos oito vezes, desde o início de Maio), faz-nos manter um viés optimista.

Olhando agora para o maior fundo transaccionável (ETF) que procura replicar o S&P 500, o SPY (versão não-ajustada), vemos que o índice de força relativa (Relative Strenght Index - RSI) ultrpassou novamente a zona neutra (50%), enquanto o MACD parece estar a preparar-se para um cruzamento bullish. A confirmar-se, deveremos ter mais subidas até ao fim do mês.


No gráfico semanal do SPY (versão não-ajustada), podemos ver que o RSI nunca chegou a descer à zona bearish (30%) e que, desde de Março, ainda não voltou a descer abaixo da zona neutra (50%). O MACD, por seu turno, mostra alguma indecisão, sendo desejável que o histograma, que fechou a semana passada muito próximo do zero, volte a subir durante próxima semana.


Agora vou mostra-vos um gráfico que eu próprio fiz usando o Microsoft Excel e os dados disponibilizados pelo StockCharts. Incluí o rectângulo do primeiro gráfico, para se perceber melhor. A cor preta, temos o preço de fecho do SPY (versão não-ajustada). A média móvel simples a 50 dias está a cor azul e a média móvel simples a 200 dias a cor vermelha. Incluí ainda três preços médios ponderados por volume a cor violeta: (1) a VWAP desde o máximo de 26 Jan, (2) a VWAP desde o mínimo de Fevereiro e (3) a VWAP desde o início do ano (year-to-date, YTD).


O gráfico acima mostra-nos algumas coisas que os gráficos anteriores não mostravam:
  • Em termos do preço de fecho, a base e o topo do rectângulo já tiveram pelo menos dois toques; com efeito, embora o máximo intradiário de Junho tenha sido mais baixo do que o máximo intradiário de Março, o máximo de fecho em Junho foi mais elevado do que o preço de fecho em Março (ver gráfico mais abaixo); o mesmo sucede em relação aos mínimos de Fevereiro e Abril, o mínimo intradiário de Fevereiro mais baixo, mas o mínimo de fecho de Abril é mais baixo. Isto é mais importante do que parece, porque os limites superior e inferior do rectângulo ficam mais validados quantas mais vezes forem tocados - e, em análise técnica, o preço de fecho é sempre mais importante do que os extremos.
  • Outro aspecto importante é a evolução das VWAPs; repare-se como, a partir do início de Maio, o preço do SPY não tem descido abaixo das VWAPs. A VWAP YTD, em particular, parece ser significativa, pois é nela que o preço tem encontrado suporte mais vezes.

Deixo aqui uma versão mais detalhada do gráfico anterior:


Para terminar, quero chamar a atenção para a média móvel simples a 50 dias e para a média móvel simples a 200 dias. A primeira tem neste momento um declive ascendente. Mas a segunda, que é a mais importante, nunca inverteu o seu sentido desde o máximo de 26 de Janeiro, ao contrário do que aconteceu, por exemplo, na dolorosa correcção de 2015-2016. A mms(200) continua a subir desde o início desta correcção e, quando isso acontece, ninguém que seja sério e minimamente credível pode falar em Bear Market.

Resumindo e concluindo? É preciso ter paciência, caros amigos, e esperar pela penetração do rectângulo. A minha aposta continua a ser a mesma que fiz logo em Fevereiro: vamos ter novos máximos no S&P 500 antes do final do ano. Eu aproveitei as quedas dos últimos meses para comprar mais, não para vender. Posso estar engando? Sem dúvida. Mas os gráficos enganam-se poucas vezes...

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