sábado, 15 de julho de 2017

Mercados americanos: o comentário semanal de Chris Ciovacco (11)


     Os mercados bolsistas americanos continuam a superar as expectativas! Estas semana, o S&P 500 ($SPX) fechou novamente num máximo histórico, desta feita nos 2459,27 pontos, tal como o Dow Jones Industrial Average ($INDU), que fechou nos 21637,74 pontos, e o  Dow Jones Industrial Transportation Average ($TRAN), que fechou nos 9742,76 pontos. O Nasdaq 100 ($NDX), o Russell 2000 ($RUT) e o S&P 400 ($MID) também se encontram perto dos seus máximos históricos, embora os dois últimos tenham andado a lateralizar desde Fevereiro deste ano. O único sector que inspira alguma prudência é o da distribuição ($DJUSRT), sendo que mesmo aqui há uma tendência de longo prazo que ainda se mantém positiva, uma vez que o índice ressaltou na sua média móvel simples a 200 dias, cujo declive se mantém ascendente.

Posto isto, é preciso ter bem presente que as divergências de médio prazo que eu identifiquei nesta posta de há pouco mais de um mês se mantêm, pelo que convém não entrar em euforias: os mercados ainda podem vir a corrigir nas próximas semanas! No entanto, a longo prazo (meses a anos), a tendência primária continua a ser de subida:



Pontos de interesse do vídeo do Sr. Ciovacco:
  • 00m29s O Sr. Ciovacco abre o vídeo de uma forma muito semelhante ao que fez na semana passada, utilizando médias móveis de longo prazo e gráficos históricos semanais do S&P 500 ($SPX) para avaliar o presente momento dos mercados bolsistas. As médias móveis escolhidas foram a média móvel simples a 30 semanas, a média móvel simples a 40 semanas e a média móvel simples a 50 semanas. O primeiro gráfico mostra o que aconteceu ao $SPX no início da crise financeira de 2007-2008, com as médias móveis mais rápidas a cruzar as mais lentas de cima para baixo, ao que se seguiu a queda continuada da valorização $SPX.  
  • 01m23s Não é de todo isso que se observa no gráfico do $SPX dos dias de hoje. Com efeito, no presente momento (Julho de 2017), todas as médias móveis mencionadas têm um declive positivo (ascendente) e as médias móveis mais rápidas estão por cima das médias móveis mais lentas.
  • 02m41s Repetindo a análise anterior para o compósito do Nasdaq ($COMPQ), as conclusões são as mesmas.
  • 03m29s O Sr. Ciovacco recupera uma análise da largura das Bandas de Bollinger que ele fez em Novembro de 2016 para o gráfico mensal do $SPX entre 1982 e 2016. Nessa análise, o Sr. Ciovacco observou que o $SPX subiu durante longos períodos de tempo quando a largura das suas Bandas de Bollinger atingiu um mínimo (enfatizo: no gráfico mensal). Nessa altura, em Novembro de 2016, o Sr. Ciovacco previu que o $SPX deveria continuar a subir, porque a largura das Bandas de Bollinger do $SPX tinha atingido um novo mínimo.
  • 04m14s Actualizando o gráfico mensal do $SPX para os dias de hoje, verifica-se que a previsão do Sr. Ciovacco foi certeira! Melhor do que isso, a largura das Bandas de Bollinger do $SPX ainda tem muito espaço para subir e, com ela, a valorização do $SPX. Mais uma vez, tenho de advertir que estamos a falar de probabilidade de continuação das subidas a longo prazo (probabilidade ≠ possibilidade), não de certezas! Na bolsa, as únicas pessoas que têm certezas são os estúpidos... e os charlatães! 
  • 04m54s Segue-se uma análise muito interessante recorrendo a dois gráficos: (1) o da evolução da diferença entre os novos máximos e os novos mínimos do compósito da NYSE ($NYHL), também designado por 'market breadth' ou largura/amplitude de mercado e (2) o gráfico do $SPX. O Sr. Ciovacco começa por sobrepor estes dois gráficos em 2000 (bolha das dot com) e em 2007 (crise financeira). Em ambos os casos, 2000 e 2007, observava-se uma notória divergência entre a evolução do $NYHL e do $SPX...
  • 05m32s ...mas não é isso que se observa nos seus gráficos actuais. Apesar se observar uma certa saturação na evolução $NYHL, a sua evolução continua a ser positiva, tal como a evolução do $SPX.
  • 06m00s Agora vem um gráfico mensal do $SPX com as médias móveis de convergência e divergência (MACD). Já vimos este gráfico antes, mas o Sr. Ciovacco decidiu actualizá-lo. O ponto a reter é que os cruzamentos positivos do MACD mensal são eventos raros, mas excepcionalmente favoráveis para os investidores, porque tendem a ser seguidos por subidas prolongadas das cotações. Ora, foi precisamente um cruzamento positivo do MACD que ocorreu no final de 2016 e, desde então, o $SPX ainda não parou de subir. A festa poderá estar prestes a acabar mas, para já, ainda há sinais que indiquem isso.
  • 08m33s Repetindo o exercício anterior para o MACD mensal do rácio SPY:TLT (S&P 500 a dividir pelas obrigações do tesouro americano a 20+ anos), também não parece haver motivos de preocupação.
  • 11m44s O Sr. Ciovacco recupera aqui um gráfico do compósito da NYSE ($NYA) entre 1997 e 2017, sobre o qual ele desenhou duas caixas ou rectângulos de consolidação: (1) o primeiro, com 20 anos, enquadra o máximo pré-crise financeira de 2007-2008 com o mínimo pós crise financeira de 2007-2008; (2) o segundo, com cerca de 4 anos, enquadra o máximo observado desde a penetração do rectângulo anterior com o mínimo observado desde a penetração do rectângulo anterior. Vamos chamar ao primeiro rectângulo R20 e ao segundo rectângulo R4. Verifica-se que ambos R20 e R4 foram penetrados para cima e subsequentemente retestados com sucesso (i.e. o preço voltou a descer e a retestar o lado superior do rectângulo, para depois subir novamente). Mais importante do que isso, a penetração de R4, mais recente, parece ter sido feita com grande sucesso, com um reteste bem-sucedido e novos máximos a serem atingidos várias vezes ao longo dos últimos meses.
  • 14m29s Olhando para o gráfico mensal do $NYA desde 1965, parece legítimo argumentar que é possível que o compósito da NYSE continue a valorizar durante muitos anos, uma vez que saímos recentemente de uma zona de consolidação com quase 2 décadas, bastante semelhante àquela que se observou entre 1965 e 1982, que foi seguida por ganhos de 1008% ao longo dos 18 anos seguintes, i.e. entre 1982 e 2000.
  • 15m10s Outra forma de ver a coisa é olhar para o gráfico mensal do $NYA sobreposto à sua média móvel simples a 50 meses. No passado, quando o $NYA cruzou a mms(50) de cima para baixo, entrámos em Bear Market. Foi o que aconteceu em 2001 e em 2008. Por outro lado, houve alturas em que o $NYA desceu até à mms(50) mas ressaltou, i.e. voltou a subir, como por exemplo em 1984, em 1987, em 1991 e em 1994. Nesses casos, o $NYA continuou a subir durante anos! Ora, quando se olha para a situação presente (em 2017), parecemos estar precisamente perante um desses ressaltos, o que nos deve deixar optimistas quanto ao futuro (mas atenção, optimismo ≠ certeza ou, mais uma vez, probabilidade ≠ possibilidade).

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