segunda-feira, 10 de julho de 2017

Mercados americanos: o comentário semanal de Chris Ciovacco (10)


    Os principais índices bolsistas norte-americanos passaram o mês de Junho a lateralizar, o que é bastante bom. Os mercados têm subido rápida e continuamente desde a eleição do Presidente Trump e, nestas coisas dos mercados, as subidas prolongadas tendem a traduzir-se em quedas pronunciadas. Por isso, mais vale fazer uma pausa de algumas semanas para depois retomar a tendência primária de subida do que continuar a subir em flecha para depois nos afundarmos como um prego na água.

    Faço notar que esta lateralização ainda tem o potencial para se transformar numa correcção. Todos os grandes índices dos EUA (S&P 500, Nasdaq 100, NYSE, Dow Jones Industrial Average) estão muito acima da sua média móvel simples a 40 semanas, o que dá muito espaço para quedas.



Pontos de interesse do vídeo do Sr. Ciovacco:
  • 01m33s O Sr. Ciovacco começa o vídeo com um dos seus clássicos, a utilização de médias móveis de longo prazo e de gráficos históricos semanais do S&P 500 ($SPX) para avaliar o presente momento dos mercados bolsistas. Como habitual, os períodos históricos escolhidos são a "bolha das dot com" em 2000-2001 e a crise do mercado imobiliário de 2007-2008. O ponto a reter é que a situação presente não tem nada a ver com as duas anteriores, o que aponta para a probabilidade (mais uma vez enfatizo que probabilidade ≠ possibilidade) de continuação das subidas a longo prazo.
  • 03m12s A análise anterior é repetida para o Dow Jones Industrial Average ($INDU), mas desta vez o Sr. Ciovacco limita-se a comparar a situação actual com a situação em 2007. As conclusões são semelhantes às que foram retiradas no caso do $SPX.
  • 03m40s O mesmo sucede com o compósito do Nasdaq ($COMPQ).
  • 04m09s Olhando agora para o histórico do rácio entre o SPY e as obrigações a 20+ anos (TLT), observa-se que, em 2007, o SPY:TLT atingiu o seu pico antes de as acções começarem a cair. Por outras palavras, o SPY:TLT indicava que as obrigações estavam a ser preferidas pelos investidores em relação às acções, dois meses antes de o S&P 500 começar a cair. Comparando esse gráfico de 2007 com o presente, ainda não parece haver motivos para alarme.
  • 05m48s Já o rácio entre o $SPX e o seu índice de volatilidade ($VIX) tende a degradar-se muito antes de a valorização do S&P 500 cair. Foi precisamente isso que aconteceu em 2007, com o espoletar da crise financeira: o $SPX:$VIX caiu oito meses antes de o S&P 500 começar a cair. No entanto, a evolução recente do $SPX:$VIX é exactamente oposta à que se observava em 2007, o que aponta para a probabilidade  de continuação das subidas a longo prazo.
  • 07m01s Agora é a vez do rácio entre as empresas de pequena capitalização bolsista (small cap) e as obrigações a 20+ anos (TLT). Neste caso, o rácio IWM:TLT avisou que as coisas não estavam bem três meses antes de a valorização das small cap começar a cair. Mais uma vez, a situação presente do rácio IWM:TLT não se parece nada com a sua situação em 2007.
  • 08m00s Em 2007, o rácio entre os sector financeiro (XLF) as obrigações a 20+ anos (TLT) deu o sinal de alarme quatro meses antes de a valorização do S&P 500 atingir o topo. Actualmente, o rácio XLF:TLT ainda não inspira motivos de preocupação.
  • 08m51s Olhando para o mercado de acções em termos globais, através do fundo transaccionável VTI, também ainda não há motivos de preocupação.
  • 09m32s Repetindo os exercícios anteriores para o rácio SPY:GLD (S&P 500:Ouro), verifica-se que, em 2007, o SPY:GLD "avisou" que as acções iriam cair três meses antes e a valorização do S&P 500 atingir o seu ponto máximo. Olhando para o presente, o SPY:GLD ainda não indica que as acções estão prestes a cair. Pelo contrário, o SPY está a bater o GLD em quase 2%.
  • 10m43s As conclusões são semelhantes quando olhamos para o rácio QQQ:GLD (Nasdaq:Ouro) em 2007 e na actualidade.
  • 12m29s O Sr. Ciovacco retoma uma análise da evolução mensal do índice de força relativa (relative strenght index - RSI) do S&P500 ($SPX) que já tinha apresentado num dos seus vídeos anteriores. A parte mais importante deste gráfico é que, em 1985 e em 1995, o $SPX continuou a subir durante anos após o RSI entrar em território de "sobrecompra", i.e. RSI > 70%. Evidentemente, nada garante que isso se repita agora em 2017, mas mais uma vez há que considerar a diferença entre probabilidade e possibilidade. Todas as possibilidades estão em cima da mesa, mas a probabilidade aponta claramente para a continuação das subidas a longo prazo. O que nos leva ao próximo gráfico...
  • 13m37s Não se pense que, caso o cenário mais optimista se confirme, i.e. a continuação das subidas a longo prazo, tudo vá ser agradável, como um passeio no campo num belo dia ameno de Primavera. Nada disso, nos mercados bolsistas -como em tudo o que vale a pena na vida- nada se consegue sem sofrimento. Com efeito, o Sr. Ciovacco vai buscar o gráfico do $SPX a seguir ao evento de 1985 para ilustrar que, ao longo da subida que durou cerca de 580 dias, houve inúmeros períodos de recuo acentuado, um dos quais com uma desvalorização de 9,43%!
  • 14m02s O mesmo sucedeu a seguir ao evento de 1995 que, entre vários recuos de cotação significativos, teve um de 9,63%!
  • 16m30s E agora um exercício realmente interessante! Estando nós naquilo que poderá vir a revelar-se como uma correcção, até onde poderá recuar o gráfico diário do $SPX? Tomando como referência os casos de 1985 e 1995, o S&P 500 poderá recuar até aos 2240 pontos (fechou a sessão de sexta-feira nos 2425,18 pontos), sendo que há uma maior probabilidade de permanecer na zona acima dos 2340 pontos.

Sem comentários:

Enviar um comentário