sábado, 3 de setembro de 2016

Mercados americanos: o comentário semanal de Chris Ciovacco


     Nos EUA, os principais índices bolsistas continuam a lateralizar. Aproveitando a pasmaceira actual, o Sr. Ciovacco decidiu rever os elementos mais básicos da Análise Técnica: as médias móveis simples de médio e de longo prazo.



Pontos de interesse do vídeo do Sr. Ciovacco:
  • 01m19s Olhando para o gráfico do S&P 500 ($SPX) entre 1994 e 2010, o Sr. Ciovacco começa por falar nas dificuldades subjacentes à estratégia "Buy & Hold" (comprar as acções e mantê-las ao longo dos anos), nomeadamente aquelas que surgem durante os períodos de perdas correspondentes aos Bear Markets (períodos multianuais em que as cotações caem). Nesta lógica de investimento continuado, a possibilidade de nos protegermos contra estas perdas é por demais pertinente. Uma das estratégias mais simples é usar uma média móvel simples a 200 dias -MMS(200)- como indicador de probabilidade. Diz o Sr. Ciovacco que, quando o declive da MMS(200) é positivo, a probabilidade de termos subidas das cotações é geralmente mais elevada. Analogamente, a probabilidade de termos descidas das cotações é maior quando o declive da MMS(200) é negativo.
  • 03m32s Mas atenção, nenhuma média móvel funciona sempre. A MMS(200) pode constituir um excelente indicador da evolução das acções durante meses e até anos, falhando logo a seguir. É preciso por isso utilizar várias médias móveis, com períodos diferentes.
  • 04m37s Para ilustrar este ponto, o Sr. Ciovacco usa um gráfico em que apenas estão representadas duas médias móveis simples do $SPX ao longo período conhecido como a "bolha das dot.com" (2000-2001), a média móvel simples a 200 dias e a média móvel simples a 50 dias. Em causa está um fenómeno clássico cuja importância é referida em qualquer livro de Análise Técnica (AT): o cruzamento da MMS(50) com a MMS(200), neste caso, de cima para baixo, indicando um Bear Market (em rigor, indica apenas o aumento da probabilidade de estarmos em Beark Market, porque na AT nunca há certezas, apenas possibilidades e probabilidades associadas). Este cruzamento foi consagrado na literatura da especialidade como "death cross" (cruzamento de morte).
  • 06m28s Segue-se um gráfico com os mesmos protagonistas mas desta feita relativo ao período da crise financeira de 2007-2008. A história é mais ou menos a mesma: até à crise, a MMS(50) manteve-se acima da MMS(200). Com o espoletar da crise, a MMS(50) cruzou a MMS(200) de cima para baixo ("death cross") e manteve-se debaixo da MMS(200) a partir daí (Bear Market).
  • 07m49s Agora vem a parte que realmente interessa, que é a situação actual. Olhando para o gráfico do $SPX a partir de Abril de 2016, vê-se um claro "golden cross" (cruzamento de ouro) que é precisamente o inverso de um cruzamento de morte: a MMS(50) cruza a MMS(200) de baixo para cima, aumentando a probabilidade de ocorrerem subidas das cotações. Outrossim, a MMS(50) fez um novo máximo, situação que nunca ocorreu nos dois Bear Markets vistos anteriormente (bolha das dot.com e crise financeira). E ainda há outro aspecto positivo, embora não definitivo: o declive da MMS(200) tornou-se novamente positivo, outro sinal bullish.
  • 14m01s Olhando agora para o gráfico semanal do compósito do Nasdaq ($COMPQ), também aqui é possível observar uma melhoria do desempenho das duas médias móveis mencionadas anteriormente. Também houve "golden cross", a MMS(50) também fez um novo máximo e ambas MMS(50) e MMS(200) têm declives positivos.
  • 15m09s O mesmo para o Dow Jones Industral Average ($INDU). O Sr. Ciovacco aproveita inclusivamente para traçar um paralelo com o início do presente Bull Market, em 2009.
  • 16m59s O mesmo para acções globais (ACWI).
  • 17m37s O mesmo para o sector energético (XLE).
  • 18m08s O mesmo para os mercados emergentes (EEM).
  • 19m33s Olhando agora para o mercado americano como um todo (VTI), a situação é muito semelhante. E aqui sim, temos um sinal francamente positivo, porque este ETF inclui acções de praticamente todos os sectores da economia americana, o que significa que a probabilidade de haver mais subidas (a médio e longo prazo, não necessariamente a curto prazo), aumentou significativamente. 
  • 21m41s Perante tudo isto, convém olhar novamente para aquele que continua a ser, para já, o grande vencedor de 2016: o ouro. O Sr. Ciovacco recorre a um fundo transaccionável de acções de mineração do metal amarelo, o GDX (VanEck Vectors Gold Miners, GDX:NYSE), para nos mostrar que, apesar das subidas recentes dos mercados de acções, a procura por ouro continua muito forte, com a MMS(50) bem acima da MMS(200) e ambas com declive positivo. O Sr. Ciovacco atribui este fenómeno ao facto de a Reserva Federal Americana não ter sido capaz de elevar as taxas de juro directoras de uma forma sustentada e significativa, o que faz com que os investidores continuem a temer a desvalorização continuada do dólar americano.
  • 22m40s Esta situação deve manter os investidores em alerta porque, ao olhar para o desempenho do ouro desde a "bolha das dot.com", verifica-se que as subidas do metal amarelo coincidiram por vezes com os períodos de desvalorização da bolsa. Esta situação não será de todo surpreendente para aqueles que sabem que o ouro é frequentemente encarado como um activo de refúgio e uma protecção contra a inflação. Por outra palavras, apesar de os índices bolsistas estarem tendencialmente bullish, o ouro ainda não corrobora essa narrativa.
  • 25m45s Ainda por cima, as subidas recentes do ouro foram acompanhadas por outras matérias-primas, em particular pela prata (SLV), que tem estado a subir desde meados de Dezembro de 2015.

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