sábado, 15 de novembro de 2014

Berkshire Hathaway, Inc. B, gráfico diário, 15/NOV/2014


Já lá vão mais de dois meses desde o meu último postal sobre a Berkshire Hathaway, Inc. B, (BRKB: NYSE), a acção que é indissociável do multimilionário Warren Buffett. A  BRKB é precisamente o título que eu detenho há mais tempo, tendo reforçado a minha posição 17 vezes desde 2005.

Ora, na minha última análise à BRKB, eu escrevi que não esperava que a acção subisse significativamente nos meses seguintes. Aliás, depois do escândalo na Tesco e dos péssimos resultados da IBM (IBM: NYSE) e da Coca-cola (KO: NYSE), empresas em que a Berkshire detém posições, aquilo de que eu estava mesmo à espera era que a cotação da BRKB afundasse. Aliás, a Berkshire apresentou resultados horríveis para o terceiro trismestre de 2014 no último dia 7 de Novembro, com um perda de 9% nos ganhos face ao ano de 2013.

Felizmente, as minhas expectativas não se cumpriram, tendo prevalecido a Arte do Pensamento Contrário: ao invés de venderem, os investidores viram nos números da Berkshire uma oportunidade e compararam mais acções. Este comportamento, aparentemente irracional, pode ser explicado por várias razões:
  • A BRKB tem uma história consistente de fortes recuperações a seguir a períodos de grandes perdas;
  • A BRKB comprou recentemente a Duracell à Procter & Gamble (PG: NYSE), naquilo que muitos analistas consideram um negócio típico à Warren Buffett: comprar um negócio em declínio e que muitos vêem como "acabado" para a seguir o fazer voltar à ribalta.
  • A BRKB comprou uma pequena parte da Charter Communiactions (CHTR: Nasdaq GS), um provedor de serviços por cabo (não apenas televisão, mas também internet e streaming). A empresa tem crescido a bom ritmo nos últimos anos e Buffett tem um historial de acertar quase sempre que se mete nos média e no audiovisual. Seguindo uma lógica semelhante, a BRKB aumentou a sua participação na Direct TV (DTV: Nasdaq GS).
  • A BRKB reforçou as suas posições nos gigantes dos cartões de crédito Visa (V: NYSE) e Mastercard (MA: NYSE), numa altura em que o consumo interno está a aumentar nos EUA.
Vamos então olhar para o gráfico diário:


A vela amarela indica a data da minha última análise. Desde então, houve uma correcção significativa durante o mês de Outubro, à qual se seguiu um forte movimento ascensional que perdurou até agora. No entanto, o RSI, as BB e o MACD parecem sugerir que a força desse movimento se está a esgotar, podendo haver novas correcções durante as próximas semanas. Se isso acontecer, a área a cor-de-rosa é a zona de suporte mais óbvia, com os níveis mais importantes nos $142, $140 e $138. Uma descida até níveis mais baixos ($ 136) não é impossível, mas parece-me improvável dada a força ascencional que a acção tem revelado nas últimas semanas.

Ainda não voltei a reforçar a minha posição na BRKB e não o farei tão cedo. É que, conforme expliquei na minha última análise, a Berkshire tem o hábito de a permanecer numa gama de valores bem definida durante vários meses, acumulando pressão compradora até "explodir" numa ascensão que, tipicamente, costuma ser curta (ver período entre Maio e Agosto no gráfico). As subidas actuais são por isso um tanto ao quanto anormais... e, dada a saturação dos indicadores técnicos, mais vale esperar que a acção consolide em torno dos $140-$141, antes de comprar mais acções.

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