Na sequência do postal anterior, parece-me pertinente recuperar o que o Dr. Braga de Matos diz no seu "Ganhar em Bolsa" acerca do volume, corroborando o que eu escrevi anteriormente:
«Nenhuma análise de preços é completamente eficiente sem a observação concomitante e correlativa dos volumes de transacção envolvidos, pois só assim se consegue avaliar adequadamente o movimento da oferta e da procura para o momento.
(...) Quantas acções do mesmo título mudaram de mão a um certo preço por comparação com o número e o preço verificados noutro(s) momento(s) anterior(es)? Ou, para análise do mercado em geral, que volume para que valor do índice bolsista?
(...) Geralmente, o volume acompanha a cotação, subindo com a ascendente, decrescendo com a descendente. A divergência constitui um aviso de reversão.
(...) Diz-se que os volumes estariam para os preços assim como o consumo de combustível para os veículos: maiores volumes, preços mais altos; menor volume, preços mais baixos. Todavia, não se pense que existe sempre um sincronismo coreográfico.
(...) Ter sempre em atenção a liquidez do título: poucos volumes têm pouco valor interpretativo.»
É esta ausência do tal "sincronismo coreográfico" que faz com que o volume seja um indicador secundário face ao preço, mas nunca um indicador inútil. Mais uma vez, é preciso enfatizar que a utilidade do volume reside na detecção de inconsistências, servindo de aviso prévio a uma eventual alteração da tendência primária. Por outras palavras, ninguém deve transaccionar em bolsa tendo como base apenas o volume... mas também ninguém deve transaccionar em bolsa ignorando completamente o volume.
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