segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Ponto da situação (2018-08-03)


     Estive quase para não fazer este PdS, por dois motivos: (1) em relação à semana passada, está praticamente tudo na mesma e (2) porque este todo este calor que se tem feito sentir nos últimos dias não me dá vontade nenhuma de ligar o computador. Por isso, vamos apenas dar uma vista de olhos aos gráficos habituais, começando pelo S&P 500 ($SPX):


Podemos ver que, em relação à semana passada, tivemos dois novos toques no lado superior do rectângulo de consolidação multimensal, um na segunda-feira e outro na quinta-feira. Isso é positivo: quantas mais vezes o rectângulo for rejeitado, mais significativa se torna a penetração. A propósito, eu considero que a data de penetração é 17 de Julho, porque foi nesse dia que o $SPX fechou pela primeira vez acima dos 2800 desde o máximo de 26 de Janeiro. Comparando o gráfico do $SPX acima com os dois cenários de referência que referi pela primeira vez no dia 15 de Julho...


...rapidamente verificamos que a situação actual do $SPX parece enquadrar-se mais no cenário (a) do que no cenário (b). Sublinho mais uma vez que eu não estou a afirmar que estamos em (a) e não em (b), isso ainda está por determinar! Sim, é verdade, mesmo com todos estes novos testes bem-sucedidos ao lado superior do rectângulo de consolidação multimensal, ainda é possível que estejamos perante uma falsa penetração!

Eu só considerarei esta penetração como válida quando o $SPX subir novamente até ao máximo histórico de 26 de Janeiro (2872,87 pontos). E, se isso acontecer, convém termos bem presentes os sub-cenários (a1) e (a2) que vos mostrei no passado dia 15 de Julho:


Insisto nisto porque a possibilidade de um topo duplo, sendo improvável à luz dos indicadores económicos mais recentes, não é completamente impossível. Eu acredito muito mais no cenário (a1) do que no cenário (a2), mas o bom investidor tem de estar sempre preparado para todas as possibilidades. Para já, resta-nos aguardar pacientemente e ver o que o $SPX faz na próxima semana.

Vamos olhar agora para o gráfico diário do maior fundo transaccionável (exchange traded fund ETF) que procura replicar o S&P 500, o SPY (versão não-ajustada):



Contrariamente ao que aconteceu nas semanas anteriores, o gráfico do SPY está claramente positivo. A vela da sessão de quinta-feira é uma bullish engulfing que foi seguida por outra vela positiva na sessão de sexta-feira. Durante a última semana, o índice de força relativa (Relative Strenght Index - RSI) não chegou a descer até á zona neutra, tendo espaço para subir até à zona de "sobrecompra" (≥ 70%). Por outro lado, a convergência e divergência de médias móveis (Moving Average Convergence Divergence - MACD) fez algo muito interessante: um cruzamento bearish a meio da semana que foi revertido na sessão de sexta-feira, sugerindo uma acção semelhante àquela que ocorreu em finais de Maio.

Também é possível observar ligeiras melhorias no gráfico semanal do SPY. O RSI continua a subir paulatinamente e já ultrapassou os 63%. O histograma da MACD ainda inspira alguma desconfiança, mas começa finalmente a mostrar valores decentes (> 0,7).




Como não podia deixar de ser, vou também actualizar novamente o gráfico diário que eu próprio fiz usando o Microsoft Excel e os dados disponibilizados pelo StockCharts:



Recordo que, para além  do preço de fecho do SPY (versão não-ajustada), a cor preta, o gráfico inclui também a média móvel simples a 50 dias a cor azul e a média móvel simples a 200 dias a cor vermelha. O gráfico inclui ainda três preços médios ponderados por volume a cor violeta: (1) a VWAP desde o máximo de 26 Jan, (2) a VWAP desde o início do ano (year-to-date, YTD) e (3) a VWAP desde o mínimo do dia 2 de Abril. Em relação ao gráfico da semana passada, retirei  a VWAP desde o mínimo de 9 de Fevereiro, uma vez que ela se encontrava praticamente sobreposta à  VWAP desde o mínimo do dia 2 de Abril, pelo que mais vale ficar apenas com a curva mais recente. Reparem como todas as VWAPs e também a mms(200) estão a convergir para a zona em redor dos $270, o que reforça a ideia de que esse é um nível de suporte importante.

Aqui fica também a versão YTD (year-to-date, desde o início do ano) mais detalhada do gráfico acima, para que se vejam as diferentes curvas com mais clareza. Notem que, nesta versão do gráfico, a VWAP desde o dia 9 de Fevereiro ainda está presente:

Para terminar, quero relembrar os caros leitores que uma eventual reentrada dentro do rectângulo não significa necessariamente o fim das subidas. Há muito espaço entre o preço de fecho da última semana ($283,6) e zona de suporte mais evidente neste gráfico, que anda na zona em redor dos $270. Até lá, as quedas não devem preocupar-nos. Se o SPY continuar a cair a parti daí, algo em que eu não acredito mas que não deixa de ser possível, a conversa passará a ser outra e será preciso reavaliar a  situação. Resumindo e concluindo, só podemos continuar a esperar pacientemente...

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