sexta-feira, 25 de setembro de 2015

S&P 500: gráficos diário e intradiário (via SPY)


Esta semana não devemos ter a análise habitual do grande Brian Shannon que foi passear para o Alasca (quem pode, pode!). Como os outros dois cavalheiros (Harmon e Hentges) não têm por hábito mostrar gráficos intradiários nas suas análises, achei por bem fazer um postal em que incluísse pelo menos gráfico com uma resolução temporal de 30 minutos (mais abaixo).

Quanto aos mercados em si, há pouco a dizer, razão pela qual eu nem sequer me tenho dado ao trabalho de actualizar este blogue. Depois das quedas infernais de Agosto, a pasmaceira volta a reinar e os principais índices têm transaccionado dentro de uma gama de valores reduzida (mas atenção: a volatilidade permanece elevada, com o $VIX a fechar nos 23,62 pontos!). No caso do S&P 500 ($SPX), essa gama situa-se grosso modo entre os 1900 e os 2000 pontos, precisamente o limite inferior (suporte) do rectângulo de transacção que vigorava antes da "tragédia de Agosto".


Do ponto de vista técnico, a situação continua francamente desanimadora. Apesar de uma ligeira subida dos mínimos no CMF, o preço não conseguiu chegar à média móvel a cinquenta dias -MM(50)-, sendo rejeitado muito antes de lhe tocar e fazendo um máximo mais baixo (2020,86) do que o último máximo pré-quedas (2132,82). Se a isso lhe juntarmos o cruzamento de morte (death cross) do final de Agosto e o facto de ambas MM(50) e MM(200) apresentarem um declive negativo, só podemos optar pela cautela. Até porque o PPO também não está nada famoso: a diferença entre as duas MMEs (12 dias e 26 dias) está prestes cruzar o sinal de cima para baixo, em território negativo, com a amplitude do histograma a diminuir de dia para dia.

Como sempre, nada disto é definitivo, mas as probabilidades favorecem claramente a continuação das quedas. A zona entre os 1900 e os 1870 pontos é particularmente crítica: se o índice voltar a descer até aí, será vital que não caia abaixo dos 1850 pontos. Caso contrário, teremos uma situação deste género:

...e isto, meus amigos, aliado ao facto de que nessa altura já teremos caído quase 15% em relação ao máximos históricos de Maio, coloca-nos em Bear Market! O mais aborrecido é que não há forma de saber se isto vai acontecer ou não, até porque o mais provável é que o índice vá passar os próximos dias a meter nojo, i.e. a deambular dentro de um intervalo definido. É sempre assim na bolsa, a calma antes da tempestade...

A situação é igualmente desanimadora no gráfico intradiário (30 em 30 minutos) do ETF que mais fielmente replica o S&P500, o SPY. Conforme eu tinha previsto aqui, a zona entre os $200 e os $204, acabou por ser revelar decisiva. No dia 17 de Setembro, o preço subiu até aos $202,89 e, no dia seguinte abriu em "gap" descendente, por debaixo da média móvel a cinco dias e de uma LTA que vigorava desde as quedas do dia 24-Ago. Fez depois um topo duplo sob a zona de resistência entre os $197 e os $198 (a cor amarela no gráfico), e mergulhou novamente, estando agora a tentar encontrar suporte na zona dos $192.



Se o preço do SPY continuar a cair desde aqui (é perfeitamente possível uma vez que a média móvel a cinco dias apresenta um declive negativo), a segunda zona a amarelo entre os $187,1 e os $188,3 será a última esperança de salvação do Bull Market. Daí para baixo, o Inferno será o limite, em especial se o preço fechar abaixo dos $185.

Para terminar, chamo ainda a atenção para um fenómeno que tem acontencido muitas vezes no SPY desde as quedas de Agosto:



O fenómeno em causa é a queda abrupta do título nas últimas duas horas da sessão, que ganha especial significado a uma sexta-feira, por ser um indicador de receio por parte dos investidores e especuladores.

Por tudo isto, resta-nos aguardar pacientemente e continuar de fora. Até porque quem não tem paciência deve comprar certificados do tesouro ou ficar-se pelos depósitos a prazo, a bolsa requer muita, muita paciência...

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