quarta-feira, 13 de maio de 2015

A sabedoria de Peter L. Brandt (5)


   Aqui ficam alguns excertos do livro «Diary of a Professional Commodity Trader» (2011), da autoria de uma das maiores lendas-vivas da arte da especulação, o gigante Peter L. Brandt. A tradução, da minha autoria, é aproximada. Além disso, acrescentei algumas notas para enriquecer ainda mais o texto. Texto original entre aspas e a cor preta, comentários do blogueiro a cor verde.


  V. Sinais de transacção: as "linhas de gelo" (1)

«O aspecto mais importante na identificação de uma oportunidade de transacção é a detecção de um sinal, evento ou momento para actuar. (…) A incerteza em relação à determinação desse sinal é um pecado mortal. É por esta razão que eu recomendo aos novatos que, antes de passarem para o trading real, pratiquem primeiro numa folha de cálculo ou numa conta de simulação.» 
p. 55 


[N.B.: uma advertência quanto às contas de simulação: por experiência própria, sei que as contas de simulação são um engodo destinado a caçar os papalvos. Sob o pretexto de nos deixarem experimentar a sua plataforma de simulação, as correctoras aproveitam para nos assediar diariamente, que por email, quer por telefone, até que finalmente cedamos e aceitemos assinar um contracto para aceder uma conta de transacção real. Se acabaram de chegar à bolsa, fiquem-se pela folha de cálculo. No mínimo por um ano, idealmente por dois. A regra de ouro é tão simples quanto isto: na vida, não há almoços grátis. No mundo financeiro, nem sequer há cervejinhas ou cafezinhos grátis. Tudo se paga mais tarde ou mais cedo, sobretudo o saber e a experiência!]


«Identificar uma penetração é bastante mais complicado do que simplesmente observar a violação da fronteira de um padrão. Todos os padrões são compostos por máximos e mínimos intermédios. São precisamente estes pontos que definem os parâmetros das linhas de fronteira. Para termos uma penetração válida, é necessário que o preço penetre também o mínimo ou o máximo mais recente da fronteira. O ideal é mesmo que o preço penetre o nível de preço mais alto ou mais baixo de toda a fronteira.»
p. 58



Este gráfico do para cambial GBP/USD ilustra o que o Peter L. Brandt quer dizer: as duas linhas do triângulo simétrico constituem a fronteira: a linha superior, com declive descendente, liga os 2,0397 pontos aos 2,0153 pontos. O máximo dessa fronteira é portanto 2,0397. Da mesma forma, a linha inferior une os 1,9353 pontos aos 1,9363 pontos. O mínimo dessa fronteira é pois 1,9353. Já agora, o Sr. Brandt não utiliza médias móveis, mas repare-se atentamente no que aconteceu ao declive da média móvel a quarenta semanas (ou a 200 dias, 5 x 40, representada no gráfico a cor azul escura) ao longo da figura de reversão (triângulo simétrico). No concerne à linha inferior do gráfico acima, o Sr. Brandt salienta:


«Eu chamo à fronteira inferior a linha de gelo, numa tentava de tentar traduzir a ideia que, tendo o preço rompido essa barreira, o ideal será que o preço não volte mais aos níveis de valorização anteriores. A linha de gelo é pois análoga à camada de gelo que reveste um lago no Inverno: acima da linha, o gelo impede uma pessoa ou veículo de cair pare dentro do lago; mas uma vez quebrada, a camada de gelo passa a constituir uma barreira à sua sobrevivência.»

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