domingo, 30 de outubro de 2016

Mercados americanos: o comentário semanal de Chris Ciovacco (2)


   «Será que o mercado se está a preparar para um mergulho a seguir as eleições?» é o título do vídeo que o Sr. Ciovacco nos oferece esta semana. A meu ver, demasiado sensacionalista, mas a possibilidade é real, sobretudo no caso de um vitória do Donald Trump. A concretizar-se, será uma espécie de "efeito Brexit" nos EUA, que eu duvido que dure mais do que algumas semanas, se tanto. Tal com as quedas da bolsa inglesa a seguir ao Brexit, uma vitória do Sr. Trump dificilmente arrastará os mercados para baixo durante muito tempo.



Pontos de interesse do vídeo do Sr. Ciovacco:

  • 00m47s O Sr. Ciovacco começa o vídeo de uma forma muito pouco habitual, olhando para um fundo mútuo, não para uma acção ou para um fundo transaccionável (ETF). Ainda por cima, o fundo mútuo em causa é o RYAIX (Rydex Inverse Nasdaq-100), um fundo inverso, que replica o Nasdaq 100 no sentido contrário ao do índice, i.e. se o Nasdaq 100 sobe, o RYAIX desce e vice-versa. Começando para olhar para o período entre 1999 e 2001 ("bolha das dot com"), o Sr. Ciovacco mostra-nos como a média móvel simples a 200 dias do RYAIX inverteu para cima em Novembro de 2000, anunciando um período em que apostar na queda do Nasdaq 100 se revelou proveitosa: o compóisto do Nasdaq ($COMPQ) caiu 62% desde essa inversão da MMS(200).
  • 02m13s O exercício é depois repetido para o período entre 2002 e 2003. Neste caso, a situação é ao revés: a MMS(200) do RYAIX inverteu para baixo em Março de 2003, com o compósito do Nasdaq a subir a partir de então.
  • 02m58s Já em 2007-2009, verficou-se novamente uma inversão para cima da MMS(200) do RYAIX, desta feita em Janeiro de 2008. A partir daí, o $COMPQ caiu mais 45%, com o S&P 500 a acompanhar e a cair 49%!
  • 03m39s Quando os índices bolsistas atingiram o ponto mais baixo a seguir à crise financeira de 2007-2008, a MMS(200) do RYAIX inverteu para baixo, em Julho de 2009, marcando o arranque do presente Bull Market.
  • 04m51s Olhando agora para um gráfico recente do RYAIX (27-Out-2016), verifica-se que o declive da MMS(200) está claramente negativo, tendo inclusivametne ocorrido um acentuar dessa negatividade nas últimas semanas. Ou seja, só um maluquinho é que apostaria na subida do RYAIX (ou na queda do Nasdaq) com a MMS(200) do RYAIX neste estado.
  • 06m12s Olhando agora para um gráfico mensal do S&P 500 ($SPX), o Sr. Ciovacco recupera o grande rectângulo multimensal que vigorou entre meados de 2014 e meados de 2016, para nos mostrar que o lado superior do rectângulo, outrora resistência (2100-2130 pts), ainda poderá funcionar como suporte, caso as quedas do $SPX continuem.
  • 06m51s O mesmo se verifica no caso do gráfico mensal do compósito do Nasdaq ($COMPQ) e no Dow Jones Industrial Average ($INDU), embora, no segundo caso, o índice esteja muito próximo da anterior zona de resistência.
  • 07m13s O sector financeiro europeu ($E1FIN) ainda não recuperou das quedas que se seguiram ao Brexit (ao contrário da bolsa londrina, que fez um máximo histórico no último dia 11, não é curioso?).  Ainda assim, o $E1FIN fechou bem acima do primeiro nível (61,8%) da retracção de Fobinacci correspondente ao Brexit.
  • 07m51s O compósito da NYSE ($NYA) também ainda não recuperou das quedas, não desde o Brexit, mas desde Maio de 2015. Traçando uma retracção de Fibonacci desde o início até ao fim das quedas (pontos A e B no gráfico), é possível verificar que o $NYA fechou mesmo em cima dos 61,8%. De referir que o $NYA ainda também abaixo do seu máximo histórico pré-crise financeira, registado em 2007.
  • 08m44s Comparando o desempenho dass acções com o das obrigações do tesouro americano ($NYA:TLT), parece ter sido quebrada, no gráfico semanal do rácio, uma linha de tendência descendente (LTD) que remontava a meados de 2015.
  • 09m02s No seu gráfico diário, o S&P 500 ($SPX) está mesmo em cima do limite superior de um canal de transacção multianual (nos tais 2125 pts que tenho vindo a mencionar há já dois meses). Há também outras zonas de potencial suporte até aos 2100 pontos.
  • 09m41s Olhando agora para o gráfico mensal do $SPX, o Sr. Ciovacco faz um exercício muito interessnte com o indicador Bollinger Band With (Largura das Bandas de Bollinger - BB). Conforme o próprio nome indica, este indicador traduz a diferença percentual entre a BB superior e a BB inferior, dando uma ideia da volatilidade actual de um título ou índice bolsista. Historicamente, os períodos em que a Largura das Bandas de Bollinger do S&P 500 estava muito baixa foram seguidos por subidas do índic que duraram vários meses, nalguns casos até anos: 1985, 1995 e 2005. Ora, a Largura das Bandas de Bollinger do S&P 500 está novamente em níveis muito baixos em 2016. O Sr. Ciovacco acredita por isso que as probabilidades favorecem a continuação das subidas no $SPX, ressalvando, no entanto, que na bolsa nunca há certezas.
  • 11m23s No gráfico semanal do $SPX pode ver-se que o índice fechou ligeiramente abaixo da aresta superior do rectângulo de consolidação multianual que vigorou nos últimos 2 anos, mas ainda acima do canal de transacção identificado no gráfico diário (09m02s) e também acima de todos os níveis de retracção de Fibonacci traçados desde o Brexit até ao máximo histórico de Agosto deste ano. Outrossim, as médias móveis simples de longo prazo (30, 40 e 50 semanas) mantêm um declive ascendente.
  • 15m18s O Dow Jones Transportation Average (DJTA), parece ter sido penetrada uma resistência diagonal multimensal que remotava ao início de Agosto de 2015. Melhor do que isso, essa resistência passou, para já, a suporte. O mesmo sucedeu no caso do petróleo ($WTIC) e do principal índice bolsista alemão, o $DAX. Além disso, o gráfico semanal do $WTIC mostra uma divergência positiva entre a acção de preços e o RSI, sugerindo a continuação das subidas a longo prazo.
  • 17m46s No que respeita às empresas de pequena capitalização bolsista (small cap), parece estar a haver um reteste da zona de suporte algures nos $117,5. Curiosamente o índice das matérias primas ($CRB) penetrou a sua média móvel a 200 dias em Maio e tem-se mantido acima dela desde então. O Sr. Ciovacco relembra que as subidas sustentadas do $CRB reflectem a expectativa, por parte dos investidores, do aumento da inflação.

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