quarta-feira, 27 de abril de 2022

Ponto da situação (27-Abr-2022): «Sell in May and go away»?


     A situação nos mercados bolsistas norte-americanos, que são o barómetro dos mercados financeiros globais, é agora bastante preocupante. Como podemos ver nos dois gráficos abaixo, ambos S&P 500 e Nasdaq 100 mostram, nos seus gráficos semanais, uma das figuras mais temidas da Análise Técnica, o mítico "Cabeça e Ombros":




 
 

É preciso salientar que, em ambos os casos, os padrões de reversão ainda estão por confirmar. Mas a quebra dos níveis de suporte indicados (zonas a cor amarela) pode levar a quedas muito rápidas e profundas.
 
Diz a literatura da especialidade que a ruptura da zona de suporte de um "cabeça e ombros" tende a levar a acção de preços (ou, neste caso, os índices), a cair até a um nível que corresponde à distância desde o topo da cabeça até à zona de suporte.

No caso do S&P 500, a topo da cabeça situa-se nos 4 800 pontos (número redondos) e o suporte entre os 4 000 e os 4 200 pontos. Isto dará, caso a reversão se confirme, uma queda até ao nível entre os 3 600 e os 3 200 pontos.

Já no caso do Nasdaq 100, o topo da cabeça está nos 16 800 pontos (mais uma vez, números redondos), e a zona de suporte está entre os 12 500 e os 13 000 pontos. Isto dará, caso a reversão se confirme, uma queda até ao nível entre os 8 200 e os 9 200 pontos.
 
A situação é, portanto, bastante delicada, muito mais delicada do que aquando do início da pandemia, porque nessa altura os indicadores macroeconómicos ainda eram todos bons, enquanto agora temos a inflação e as taxas de juro a subir.

Como proceder? Para começar, preparar-se para o pior e ter um plano de acção que, perante a quebra dos níveis de suporte indicados acima, seja implementado o mais rapidamente possível. Aqui cabe a cada pessoa saber o que está disposta a vender a comprar, e fazer um plano com as transacções a efectuar. Esse plano deverá ser seguido com disciplina absoluta!
 
Faço notar, no entanto, que um padrão de "cabeça e ombros" só fica confirmado mediante a quebra e posterior rejeição da zona de suporte. A ruptura da zona de suporte, por si só, não valida o "cabeça e ombros". É preciso que o preço afunde, regresse à zona de suporte e depois volte a afundar. Quem não souber porquê deve rever o conceito de "bear trap".

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